Décimo Terceiro

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- Onde você estava? - Hermione questionou James quando este saiu do elevador direto na sala de estar da cobertura onde moravam.

Era a noite de folga dos dois e Granger havia preparado um jantar romântico, pétalas de rosas em cima da cama e uma lingerie preta de renda.

- Eu saí desesperado, não me lembrei de avisá-la, Lilian me enviou mensagens dizendo que Harry não havia chegado da faculdade e já eram 21:00. - jogou o casaco no sofá, aproximando-se da jovem para beijá-la. Hermione correspondeu, mas se afastou rápido. - Depois aconteceram outras coisas, te conto amanhã.

- Não precisa, vou dormir. - sorriu pequeno para o noivo e se dirigiu ao quarto.

Ela sabia que as coisas mudariam com ele tendo um filho, mas não esperava que acontecesse tão rápido.

[...]

Quando Harry bateu em sua porta com uma mala e o rosto vermelho de tanto chorar, nem pensou antes de colocá-lo para dentro e o aninhar até que todos os males que o abatiam cessassem.

Viviam bem nas duas semanas que se seguiram e aos poucos as notícias sobre os dois estavam se espalhando. Primeiro começou com os pais do menor, em seguida no hospital e em breve chegaria na família.

Mas hoje não se preocuparia com isso.

Esperava Harry em frente da Universidade, seu carro estava estacionado a alguns metros da entrada, assistia os estudantes descendo as escadas, diferente dos estudantes de ensino médio e infantil, ali via-se pessoas de diversas idades, umas aparentemente muito jovens e outras com cabelos brancos.

Viu seu menino surgir, conversava com uma menina loira, usava um suéter branco com um casaco preto por cima, calças jeans pretas coladas e botas. Ele ria mexendo no cabelo enquanto a menina gesticulava, a mesma usava um vestido azul, um casaco amarelo, combinando com as galochas, e meia calça preta.

Harry despediu-se dela com um beijo no rosto e correu em direção ao carro de Draco.

Malfoy fez questão de descer para abraçar seu pequeno e abrir a porta do para o mesmo.

- Como foi sua aula? - indagou, dando partida.

- Brilhante, hoje tivemos uma aula ao ar livre com a professora Sprout e ela nos fez olhar para dentro de nós mesmos. - suspirou, aumentando o aquecedor do carro. Sempre que estava junto do mais velho um sorriso decorava seus lábios, o mesmo efeito acontecia com o outro.

- E o que você viu quando olhou para dentro?

- Eu vi determinação, momentos ruins que foram superados, enxerguei todas as pessoas que eu amo e o que elas representam para mim. E eu vi que eu devo ser corajoso.

- Sobre o quê? - ele sabia, mas queria fazer Harry dizer, desejava ouvir dele.

- Sobre nós, minha mãe e meu pai, o meu novo mundo. - arrancou a touca da cabeça, estava ficando com calor. - Eu nunca pensei que andaria em carros de mais de cem mil libras, que usaria roupas tão caras, que teria um pai - riu. - ou que sairia da mesmice. Eu sempre quis ir além da casa dos Weasley, e quando eu recebi a bolsa, meu Deus! Foi uma sensação indescritível, eu me senti capaz de ser quem eu sempre quis. Eu senti que as coisas poderiam ser diferentes, que eu não seria o "Harry pobre" ou "Aquele que namora o Rony".

- Você é forte e capaz, meu pêssego, e ninguém nunca poderá tirar isso de você. Talvez o dinheiro do seu pai te ajude à partir de agora, mas quem vai determinar seu futuro, sua carreira e quem você é, é você.

- Obrigado. As coisas mudaram tão rápido, eu me sinto tão bem as vezes, mas em alguns momentos eu tenho medo de ver tudo isso ruir diante de mim. - nesse exato momento encarou o homem ao seu lado. - Por isso eu não posso ser covarde, eu não quero perder nada que eu conquistei, e espero que em breve meus pais comessem a me enxergar como o adulto que eu sou e pararem de querer que eu me torne o que eles queriam ser, só que sem a parte das frustrações. - riu amargo.

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