capítulo 12

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Savannah Clarke

Eu sei que fui completamente louca em enfrentar eles, mas eu não podia ficar sentada vendo uma criança ser levada para sofrer.

E quando eu vejo a Hina, eu lembro de mim mesma sendo abusada pelo meu padastro, ela não fala nada porque ela não se sente segura e sente medo e eu também não falava nada assim como ela.

E como ninguém nunca apareceu para me ajudar, eu fui abusada em silêncio, mesmo gritando horrores, era como se ninguém fosse capaz de me ouvir, parecia que meus gritos não tinham som.

E eu não podia ver a mesma coisa acontecer com uma menina tão nova e fofa, por isso eu me dispus a passar por qualquer coisa para proteger a doce Hina, independente do que for.

[...]

Eles levaram eu e a Any para um corredor e nós fomos separadas, indo cada uma para um lado diferente, eu já tinha me acostumado, eles sempre levam uma para cada lado, acho que é para evitar uma fuga.

Eu sinceramente não penso nem se quer em sair daqui, eu não tenho para onde ir, não tenho para quem voltar, não tenho ninguém que se importe comigo. E se eu pensasse em fugir daqui eu devia pensar nas consequências se eles me acharem, ou eles iriam me matar ou me fazer passar por coisas ainda piores.

E está bem temos que pensar positivo, e eu tento mas se eles não me acharem eu devia pensar no pior se qualquer forma, porque eles iriam sequestrar uma pessoa inocente talvez até mais nova que o pobre Hina, e isso seria culpa minha, por ter fugido.

Então aqui é o último lugar que eu vou ver na minha vida, porque eu jamais vou deixar que qualquer outra pessoa passe por isso.

[...]

Um dos homens me trouxe para um cômodo velho e vazio, tem apenas uma banheira e uma corda no teto, além de cadeiras e caixas, mas não tem nem uma mobília como sofá, mesa etc...

Ele me amarrou e me vendou e alguém entrou alguns minutos depois e ficaram coxixando o porque de mim estar lá ao invés de Hina.

-Então você foi estúpida o suficiente para querer vir no lugar da outra? Pois bem, você vai fazer exatamente o que eu iria fazer com ela.

Eu não responde nada, e segurei as lágrimas apenas pensei em quão orgulhosa minha vó estaria de mim, por mim estar pensando em outra pessoa. Minha vó sempre me ensinou a ter amor ao próximo e fazer o possível e o impossível para ajudar, e essa foi a forma que eu achei de ajudar a pobre Hina.

-Solte ela, quero ver quanto tempo ela vai aguentar em pé.

Assim alguém fez, e logo eu entendi o porque, uma dor insuportável veio até mim e rasgou minhas costas me fazendo gritar e serrar os punhos.

-Se recompanha, essa foi apenas a primeira chibatada.

Eu fiquei em pé e assim senti outra vez aquela dor da minha pele ser aberta com o impacto, e foi assim de novo e de novo até eu sentir minhas costas completamente aberta e insaguentada, então eu desmaiei por ser exposta a tanta dor.

Derepente não consegui mais respirar então acordei e estava sendo afogada, tentei levantar mas alguém segurava minha cabeça na água.

Sabe quando disem que quando você vai morrer você vê a sua vida inteira passar pelos seus olhos, eu acabei de ver.

Vê os meus melhores momentos com a minha avó, e em todos eles, ela me dizia o quão especial e forte eu era, mas logo apareceu lembranças de seu funeral, e dos abusos ao qual sofri pelo meu padastro e então eu vi a luz e eu estava prestes a segui-lá

Sub-consciente🌠

-Não, não é a sua hora, você não vai morrer, não agora, eu não vou deixar, lute, resista, sobreviva e mostre a todos aqueles que desacreditaram do quão especial, forte e guerreira você é.

-Quem é? Eu não quero mais viver, não assim.

-Você sabe quem é, não desista, eu estou sempre aqui para você minha pequena, um dia você vai vir ao meu encontro, mas não agora querida, você tem que lutar, porque você ainda tem um proposito.

-Que proposito?

-Quando chegar a hora, você sabera!

-Não me deixe, não me deixe sozinha de novo vovó.

Vida real♥

-Aaaaaaaaaaaan

Eu acordei e eu ainda estava sendo afogada, lembrei do que minha vó disse eu lutei, eu não quero morrer, eu quero ter uma vida, eu quero casar, ter amigos, ter filhos.

Eu quero viver a parte boa da vida além da dor e do sofrimento. E isso por enquanto era o suficiente para mim continuar lutando pela vida, tantas pessoas lutam para viver e eu que sou abençoada com a vida estava desejando a morte, minha avó nunca sentiria orgulho disso, então eu vou deixar ela orgulhosa.

Me debati na banheira até que a mão que deixava minha cabeça submissa a água deixou eu me levantar.

Caí do chão e comecei a cuspir toda a água que havia inalado, tentei levantar mas como minhas costas estavam completamente machucadas eu caí de peito no chão, e isso realmente doeu e me fez cuspir mais água. Alguém puxou meu cabelo para cima e me arrastou pelo chão.

-Essa daqui é forte, duvido que a outra fosse aguentar isso, leve ela para o quarto novamente, assim já fica como aviso que não tenho medo de matar nenhuma delas.

-Está bem.

Ele passou meus braços em volta do meu pescoço e me deixou no quarto completamente ferida o que fez todas se expantarem, e Any já estava no quarto.

Assim que ele saiu todas vieram até mim.

-Meu Deus, isso está horrível, temos que cuidar disso, os cortes foram tão fundos que será necessário pontos, eu sinto em te informar, mas não tinha como você ter sobrevivido a isso, e se não cuidarmos disso, você ainda pode morrer. (Lindsey disse examinando minhas costas)

-Eu também não sei como sobrevive, eu estava pronta para morrer, eu devia ter morrido.(comecei a chorar)

Hina me abraçou tão forte, que me fez gemer de dor, e a Yonta apareceu com um carrinho e Lindsey e ela começaram a cuidar das minhas costas enquanto a Hina acariciava meus cabelos completamente sujos e sebosos e a Any cantava para me distrair da dor e Sofya dançava. E apesar de estar morrendo de dor aquilo me fez sorrir, todas me ajudando, se importando comigo me fez pensar em quanto valeu a pena, a Hina não teria sobrevivido aquela tortura.

🌹{3/5}

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𝓐𝓷 𝓾𝓷𝔀𝓪𝓷𝓽𝓮𝓭 𝓹𝓻𝓮𝓰𝓷𝓪𝓷𝓬𝔂Onde histórias criam vida. Descubra agora