Capitulo 13

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Nate Griffin

Ela havia acabado de entrar no chuveiro, dei a sua privacidade e fui para o outro cômodo tomar banho, enquanto a água quente escorria não conseguia parar de pensar em tudo o que aconteceu, eu sempre considerei a hora do banho sagrada por que é lá que eu reflito sobre as coisas, sei lá, funciona pra mim. 

O fato é, eu sempre tive uma quedinha pela Ellay desde que ela entrou na faculdade, sou 2 anos de curso à frente então passei tempo demais sendo um galinha, comendo geral, ficando com várias e por assim vai, só que eu havia me cansado e queria sentir os prazeres de amar alguém e dividir a vida com essa pessoa, e foi justamente quando eu há conheci... Ela é linda, engraçada, adora uma cerveja, simpática, disputada pelos garotos do time, cursa cinema e me odeia.. Até hoje eu não entendo como isso aconteceu.. Vira olho daqui, faz cara de nojo ali, fecha a cara quando passo, desvia quando falo com ela e por assim vai.. Só que ela me beijou, várias vezes, tomou até iniciativa e me convidou pra um meage com meu irmão.

Dou risada quando lembro disso

- Que menina doida, que saco ella, tenho que parar de pensar em você com frequência, eu já tenho característica de ser emocionado.. não posso botar tudo a perder, mas também não posso falar que eu gosto de você tão rápido

Pensando bem eu já gosto de você faz um tempo, o fato da gente ter se beijado só multiplicou essa sensação mesmo.

- É foda-se, vou dar um gelo nela e ser menos emotivo com o que sinto.

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Ellay Hinode

Sai do banho fazia uns 10 minutos, tinha aproveitado a ocasião para lavar o cabelo, não queria ser abusada, mas já estava aqui então foda-se. Vesti a camiseta que ele tinha me emprestado e ela acabou ficando gigante em mim, coloquei minhas meias e fiquei andando pelo quarto vendo algumas fotos dele criança com a família. 

- Voltei, eu estava... Ele fica boquiaberto ao me ver, o que na real eu achei estranho.

- Que foi? Pergunto com receio 

- Nada, é que você ficou linda com a minha camiseta.. Ele fica com vergonha no final da frase, e eu também. 

... Silêncio ...

Ele coça a garganta.. - Então.. se aproxima de mim. - Essa foto é daquela viagem pra Austrália que te falei

- Ahh, bem que eu percebi hahaha seu irmão está meio pálido. 

- É! A gente tinha acabo de desembarcar, tem outra aqui ó, estamos com uns cangurus bem fofinhos.

Fico observando ele contar os detalhes da viagem enquanto fazia gestos engraçados tentando refazer as cenas, sua fala tinha entonação de saudade e alegria, ele sorria bastante e seus olhos brilhavam, esse era um Nate completamente diferente do que eu conheci na faculdade.

Sentamos na cama e ficamos conversando sobre várias outras coisas, acabei explicando sobre o porque escolhi cinema e como eu amava tudo aquilo, ele me observava calado, mas prestando bastante atenção, dei exemplos de vários clássicos e por fim acabei convencendo ele a assistir "O Iluminado" fiz uma puta propaganda pro filme e tentei explicar o quanto ele era foda.

Fazia 30 min que havia começado o filme e eu me ajeitei em seu colo apoiando minha cabeça sobre seu peito, na qual e ele fez carinho automaticamente no meu cabelo. Aproveito aquela situação para atravessar meu braço sobre sua barriga fazendo uma troca de carinhos recíprocos. Ficamos assim um bom tempo até eu me levantar o encarando cara a cara, ficamos quietos se observando enquanto um tocava no rosto do outro, Nate tira meu cabelos da frente e prende atrás de orelha. Eu estava com a mão na lateral do seu rosto passando os dedos em sua bochecha, ele me puxa pra um beijo calmo e lento, sua boca entra em sintonia com a minha fazendo minha respiração acelerar. Se afasta, me da um selinho e sorri. 

- Nate...

- Fala ella.. Ele dizia com o olhar fofo e brilhando

- Você esqueceu de trancar a porta.. Digo seu graça, percebo que sua expressão muda na hora.

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Nate Griffin

Eu esqueço que tô vivendo uma mentira, não posso nem deixar a porta aberta porque corro o risco da minha mãe me ver com a "namorada do meu irmão", cara..eu tenho que cair na real. Isso é uma mentira que em duas semanas ela vai voltar a me odiar, o que está acontecendo é apenas momentâneo... Porra..

- Nate? 

Volto pra realidade com a voz dela me chamando, respiro fundo, tranco a porta, apago as luzes e volto pra cama. Ela me observa o tempo todo com uma expressão de confusa e calculista deitando do meu lado embaixo das cobertas. Não consigo parar de pensar o quanto eu queria que ela fosse a minha namorada de verdade "não demonstre nada Nate, isso tudo tem prazo de validade", além do mais Ellay é desapegada, não curte relacionamento e gosta de aproveitar a vida, é independente. 

Sinto sua mão tocando em meu ombro, me viro de frente pra ela que estava com uma cara de assustada. 

- Você pode...por favor.. ligar a TV? dizia com a voz baixa e em tom fofo

- Sim, claro..

E  foi aí que eu percebi que a menina independente tinha medo de dormir no escuro, seus olhos estavam lacrimejando quando a luz da tela se ascendeu, sua mão estava apoiada em meu peito e sua respiração ofegante. Perceber aquele ponto nela me fez entender a Ellay que estava ali, ela já tinha chorado na minha frente, mentido, falado da sua vida, dado risada de verdade, sentido desejo e agora estava com medo.. Minha mão segura a dela dando um beijo na parte de cima ao mesmo tempo que levo meu braço até ela a trazendo pra mais perto, fico a observando em silêncio que não era mais constrangedor. 

"Eu quero você Ellay, te quero de verdade..."


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