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Já se passaram alguns dias e Ana já estava melhor e já queria voltar para casa.
Por mais que eu estivesse indo todos os dias ao seu apartamento ficar com seu gatinho, ela queria voltar.

- Gente! Eu estou bem! Posso voltar... já abusei demais da boa vontade de vcs. Agradeço por tudo mesmo que fizeram por mim - ela me abraça e em seguida abraça o Henry.

- Amiga... vc tem certeza que nao quer que eu vá com vc e fique lá? Eu nao quero te deixar sozinha - digo olhando para ela com cara de cachorrinho.

- Tenho certeza! Fique tranquila . Henry! Vc ainda me deve um chocolate - ela da um soquinho em seu braço enquanto sai pela porta em direção ao Uber que pediu.

- Vou mandar entregar um caminhão de chocolates da sua casa. - ele ri

- Assim espero! Beijos e eu amo vcs - ela manda um beijo e entra no carro

- TBM TE AMO!!!!! - grito e ela da um tchauzinho
Ver Ana partir fez meu coração ficar apertado. Em seguida que ela desaparece da minha vista, mando uma mensagem e peço para ela me avisar assim que pisar em casa.

- Ela vai ficar bem! Não se preocupe - beija minha mão e volta para casa .

- Duda! Precisamos conversar . Vem! Sente aqui ! - ele está sentado no sofá e pede para que eu sente ao seu lado. - Seus dias aqui estão acabando e eu quero te fazer uma pergunta. O que te impede de  ficar aqui comigo ? - me olha esperando uma resposta rápida

- Eita! Porque disso agora ? - pergunto surpresa

- Apenas responda, por favor ! - ele me olha como  quem não quer perder tempo com brincadeiras .

- Bom... primeiro de tudo, meu cachorro. Jamais ficaria aqui sem ele. Segundo meu trabalho. Amo o que faço e não acho que sei fazer outra coisa a não ser isso. Terceiro... - fico pensando e nada me vem à cabeça . Realmente meu cachorro e meu trabalho são as únicas coisas que me impedem de ficar .

- Ok!  Eu quero te fazer uma proposta. - Ele em olha e eu fico com a boca aberta. Tenho medo do que ele vai falar porque acho que sei o que é.

- Se eu mandar buscar seu cachorro, vc vem ficar comigo aqui? - Ele segura com mais força a minha mão e meu coração gela.

- Henry... por mais que eu queira, e olha que eu quero de verdade, eu nao posso! Nao é simples trazer um cachorro de um país para outro. Meu trabalho também nao posso largar do nada. Eu amo o que eu faço, e a empresa é ótima e é a minha unica fonte de renda. Nao posso largar tudo e vir para cá com as mãos vazias. Como vou me sustentar aqui? Mal sei falar sua língua... - Dou risada para disfarçar que estou nervosa com o seu pedido  - Mas , me diz uma coisa? Porque vc quer que eu venha? Nos conhecemos a pouco tempo, estamos vivendo um "amor" de temporada. Nao está se precipitando ? - questiono

- Duda! Mais sincero do que vou ser agora,é impossível - Ele começa a falar e pelo jeito vem uma bomba. - Nunca fui do tipo de cara que sai com varias mulheres. Uma que a minha vida é uma bagunça e outra que eu nao tenho a menor paciência pra isso. Quando me interesso por alguém, eu penso em casamento e filhos. Nao quero te assustar mas é verdade. Tenho 37 anos e nao quero brincar de casinha. Quero algo que some na minha vida. Te conhecer fez com que todos esses desejos voltassem. Vc me olha como eu sou. Como disse da outra vez , vc me vê como HENRY e nao com o Cavill que vem depois e isso só me fez querer mais de vc.  Eu gosto realmente de vc e queria muito que nosso relacionamento fosse para frente. Quero arriscar com vc, se nao der certo, pelo menos eu e vc tentamos. Eu quero te proteger e sinto que preciso fazer isso. Vc é completamente independente e isso me deixa ainda mais fascinado. - ele para de falar, dando uma pausa para que eu resposta mas nao sai nenhuma palavra da minha boca.

- Te assustei né? - Ele solta minhas mãos como um pedido de desculpas.

Meu ultimo relacionamento durou 6 anos, e 3 deles foram um inferno. Estou sozinha a quase 4 anos e desde então nunca mais me relacionei de verdade com ninguém. Tinha alguns carinhas que eu ficava, mas nunca dei abertura para namoro.  Sou do tipo de mulher que não depende de ninguém. Moro com meus pais porque eu quero e não porque não tenho opção. Começo a pensar que não vai ser uma coisa boa e preciso negar o pedido.

- Henry... eu agradeço.. mas nao acho uma boa idéia. São muitas questões e eu nao posso decidir isso em 10 dias , que é o tempo que falta para eu ir embora. - respondo com meu coração apertado. - Preciso ter mais tempo para pensar... Me desculpe! - Meu olhos segurando as lágrimas. 

Ele me olha mas nao insiste.

- Tudo bem! O convite esta de pé - Ele enxuga as lágrimas e levanta do sofá. Eu queria tanto ficar. Esses dias com eles foram tao incriveis. Me apaixonar por ele nao foi nenhum pouco complicado, mas nossas vidas sao completamente diferentes. Tem tudo para dar errado.

Nao consigo olhar para e ele e resolvo sair para dar uma volta pelo bairro. Pego a coleira de Kal e o levo comigo. 

Londres é um lugar maravilhoso, e morar aqui com Henry seria um sonho. Começo a fazer várias contas de cabeça , tentando achar uma maneira de falar SIM para ele, mas nao encontro. Olho para Kal e ele tambem me olha como se estivesse entendendo a confusão que esta a minha cabeça. Kal é esperto e imagino e ele o Nick correndo e brincando.

- Oh Deus! que crueldade comigo, hein!! me de uma luz - Olho para o céu em busca de resposta.

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*** Alguns dias depois.....***

Os dias foram se passando e acompanhei Henry em todos seus compromissos. Sempre eu visitava Ana, almoçávamos juntas, saimos. Não a deixei de lado um segundo.
Contei para ela e ela insistiu ate o ultimo para que eu ficasse, mas nao dá.

È meu ultimo dia e eu preciso voltar para casa. 

Me levanto antes que Henry e começo a pegar minhas coisas. Ele se levanta mas nao fala nada e nem se quer me diz BOM DIA. Ele simplesmente sai do quarto e desce para a cozinha.
Kal sobe e deita na porta e choraminga. Deus! hoje vai ser dificil.

Enquanto arrumo minhas coisas eu choro... choro e muito. Nao quero ir embora e deixa-lo. Eu sei que nao vou mais ve-lo e isso faz meu coração se desesperar. 
Tudo pronto, me resta chamar um taxi e ir para o aeroporto. Havia me despedido de Ana na noite anterior e a choradeira foi ainda maior. Vou sentir saudades da minha amiga...

Desço as escadas com as malas e Henry esta sentado na cozinha, com uma xicara de café olhando para o nada.

-Oi... - chego perto dele e coloco minhas mãos em suas costas. Ele se levanta e parece que nao quer ser tocado -Henry! vc nao vai falar comigo? - Digo enquanto vou em direção a ele

- Nao dá, Duda! nao dá!...- Ele me olha e seus olhos estao vermelhos e seu rosto mais ainda. Parece que chorou por horas.

- Tudo bem! Vou esperar o Taxi la fora. - Beijo seu rosto e afago a cabeça de Kal - Tchau, amigão! cuide do seu pai por mim, ok? - Me levanto e saio.

O taxi chega e Henry nao esta atras de mim. O motorista me ajuda a colocar as malas no carro e partimos para o aeroporto.

Tchau, Londres! foi bom enquanto durou. 

Uma viagem inesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora