Capítulo 3 - O encontro do destino.

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O sentimento de ódio, mágoa e rancor tomaram conta do meu ser desde que encontrei o Will novamente. A única dúvida que se passava na minha cabeça era o que ele fazia aqui depois de tanto tempo longe. Meu irmão, sem dúvidas, era uma pessoa oportunista e nunca estaria aqui para me visitar e sim pedir algo, mas a questão é, o que ele quer dessa vez.

-É sério Will. Vai embora. Você sabe que não é bem vindo aqui.

-Olhe, eu não estou aqui por você Jasmin e sim pela sua amiga. Ela me ligou e eu vim.

-Mas o que ela teria para falar com você? - questino -

-Jas... eu estava a sua procura. - com a fala trêmula, Maria Laura se aproxima e em sua face pude perceber o nervosismo tomando conta de si-

-O que ele está fazendo aqui? Você chamou ele? Me explica isso agora!

-Olha, não querendo colocar fogo no parquinho, mas o que eu estou fazendo aqui? Você me chamou sem dizer qual era o assunto.

-Eu quero muito falar com a Jasmin primeiro Will. Será que podemos conversar depois, por favor. - Maria Laura junta suas mãos em um gesto de pedido.

Ao mesmo tempo em que essa confusão estava acontecendo, percebi alguém se aproximar e ao avistar, logo me dei conta que mais um problemas estava a chegar.

-Eu não acredito nisso, você consegue perdoar seu irmão, mas não pode nem conversar comigo, Jasmin? -chega Lucas enfurecido-

-Primeiro, quem disse que eu o perdoei? E segundo, quem te deu o direito de vir falando comigo dessa maneira? - sinto a raiva ir me consumindo cada vez mais a cada acontecimento-

-Espera, vocês dois ainda não se resolveram? - com a notícia que Will acaba de saber, ele cai na gargalhada.

-Isso não é problema seu Will. -diz Lucas com uma voz rígida.

-Por favor, vocês dois podem se retirar? Eu preciso muito falar com a Jasmin. - exclama Maria Laura com a voz desesperada.

-Me perdoa. Mas, agora eu não quero falar com ninguém.

Viro-me e começo a andar em um passo apressado sem saber direito qual era o destino.

Mil coisas vinham em minha cabeça e tudo aquilo era demais para mim, eu estava completamente sem chão até que apenas uma reação me veio à tona: o choro.

Logo que senti as lágrimas se espalharem pelo meu rosto e a incerteza no meu coração, não sabia o que fazer ou onde ir, até que acidentalmente me esbarro em um rapaz. Era de uma altura mediana, com olhos marcantes e cabelos brilhosos. E não pude evitar de encará-lo.

-Me perdoe. Que desastrado eu sou. - diz em um tom de voz calmo.

-Eu que devo me desculpar. Estou com a cabeça longe. Desculpe-me.

-Eu percebi que não estamos no mesmo mundo - sai um leve sorriso em seu rosto - Prazer, meu nome é Felipe - estende a mão para de encontro a minha.

-Eu sou a Jasmin - direciono minha mão para de encontro a dele - Me desculpe mais uma vez por ter esbarrado em você.

-Não se desculpe. Talvez isso possa ser coisa do destino, não acha?

-Pode ser, ou também foi só meu jeito desastrado de ser. - deixo escapar uma leve risada.

-Olhe só que sorriso mais lindo que você tem. Já ganhei meu dia com ele.

-Você deve falar isso para todas que esbarra né -digo em um tom irônico.

-Bom, tu és a primeira hoje. - a risada toma conta do diálogo por alguns instantes -.

-Sei que posso estar sendo um pouco precipitado, mas você não gostaria de sair comigo um dia desses?

-Você está. - dou uma gargalhada - Mas, como foi dito, pode ser coisa do destino esse nosso encontro.

-Está na mesma linha de raciocínio que a minha agora.

-Sim - digo me afastando -.

-Ei, onde você está indo? - sua voz deu um leve grito -.

-Para casa. Se essa nossa trombada foi coisa do destino, nós nos encontraremos de novo. - saio andando olhando para trás e aceno para Felipe até não o ver mais -.

Por alguns minutos me esqueci de toda a tormenta que estava dentro de mim e não conseguia para de sorrir. Será que era mesmo algo do destino? Tantos momentos e justo na hora exata que estava precisando de algo diferente, Felipe apareceu. Tantas perguntas sem respostas. O jeito é deixar no mistério ou desvendar o que pode estar por vir.

-Sinto uma mão em meu ombro esquerdo e assim que viro para ver quem é o dono dela, meus olhos encontram-se com os de Felipe -.

-O que você está fazendo aqui? - termino a frase com um leve sorriso-.

-Acho que nosso encontro pode sim ser algo do destino, mas não posso arriscar perder uma oportunidade de te conhecer. - um sorriso chamativo destaca-se em seu rosto-.

-E o que sugere?

-Vamos tomar um sorvete e conhecer um pouco a cidade. O que acha?

Vários sentimentos tomaram conta de mim por conta de tudo o que aconteceu anteriormente, mas por um momento, Felipe estava me fazendo esquecer de tudo e só consegui dizer que sim com a cabeça. Ele me entregou um capacete e apontou para sua moto.

-Motoboy então? - digo enquanto termino de colocar o capacete-.

- É um dos meus charmes. - termina sua fala enquanto sobe em sua moto-.

- E qual será nossa primeira parada? - subo na garupa e seguro em sua cintura-.

-Vamos seguir no ritmo do destino, o que acha?

- Perfeito, vamos. - digo com um sorriso que não conseguia controlar em meu rosto-.

No Ritmo do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora