señorita; noany [2]

17. easy

october 14th, 2023
New York, NY, United States
NOAH URREA

Um barulho irritante se faz presente e enche todo o cômodo. O homem sonolento apenas se vira para o lado e tenta voltar a dormir assim que o barulho cessa. Ele comemora mentalmente, porém o faz cedo demais, uma vez que o barulho — agora identificado por Noah, que estava um pouco mais desperto, como a vibração de seu celular que estava em cima do criado-mudo —, volta a se fazer presente.

Ele grunhe em desaprovação e pega o celular no intuito de o desligar e voltar a dormir. Ele precisava de pelo menos uma boa noite de sono depois de ter passado três madrugadas seguidas acordado. Porém, sua intenção inicial é descartada quando ele lê o nome de quem o ligava no visor. Any Gabrielly. Apenas ela poderia fazê-lo desistir de ignorar seu sono e atender o celular.

Após ver seis chamadas perdidas da brasileira, Noah franze o cenho, pensando o que ela poderia fazer ela ligar para ele logo às três horas da madrugada. Urrea julgou que talvez fosse importante, já que ela não conseguiu esperar até de manhã. Então enfim resolve atender, curioso em saber o que ouviria.

— Alô? — a voz rouca de quem havia acabado de acordar soa pelo telefone.

— Você atendeu! Eu já tava quase desistindo — a voz de Any estava arrastada, mas ela parecia animada.

— Tá tudo bem? — Noah pergunta enquanto coça os olhos.

— É claro que não — a resposta da mulher alarma o americano que se senta na cama imediatamente — Eu não sabia mais pra quem ligar. Sabina tá no México, Camila provavelmente tá transando e Savannah com certeza não deve querer olhar na minha cara. Você é minha única esperança. Venha me salvar, Capitão América.

E no meio de toda a falatória de Any, Noah compreendeu duas coisas. A primeira, era que ela estava bêbada, muito bêbada. E a segunda, era que em nenhum momento da fala, ela mencionara seu namorado. Seu coração começou a bater mais forte, alimentando a esperança de que... Não, ele definitivamente não podia pensar nisso agora.

— Onde você tá, princesa? — ele pergunta.

— No meu castelo encantado — Any cantarola.

— Fala sério, Any.

— No meu apartamento, Noah. Onde mais eu estaria? Duh — ela diz como se fosse óbvio.

— Você quer que eu vá até aí, não quer? — ele suspira fundo antes de ouvir a resposta positiva soar pela saída de áudio do celular — Tudo bem, chego aí em alguns minutos.

— Você pode me trazer morangos e sorvete? — pede com tom de voz manhosa.

— É claro.

•

Depois de procurar pela cidade algum mercado aberto para comprar os pedidos de Any, ele enfim toma seu rumo em direção à Lower Manhattan, atravessando o distrito no sentido sul. Noah agradece mentalmente por estar madrugada e não haver muito movimento nas ruas. Seria quase impossível chegar em apenas alguns minutos se New York estivesse em seu trânsito habitual.

Ele chega cerca de quarenta minutos depois e não encontra muitos impedimentos para chegar no apartamento de Any. Noah toca a campainha da cobertura e a cacheada imediatamente corre na direção da porta.