Capítulo 4 - Winds

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"Caro Sr. Louis William Tomlinson.

Recebemos o requerimento da abertura de cancelamento do programa da bolsa universitária da Universidade de Vancouver e remissão de contrato. Confirmaremos dentro de um prazo de 7 dias, após a autorização administrativa do consulado holandês.
Lamentamos que tal medida fosse necessária. Esperamos um dia retomar nossos laços de afeto e oportunidades."

Louise Edwards.

ಥಥಥ

𝔄𝔱é 𝔠𝔬𝔯𝔱𝔞𝔯 𝔬𝔰 𝔭𝔯ó𝔭𝔯𝔦𝔬𝔰 𝔡𝔢𝔣𝔢𝔦𝔱𝔬𝔰
𝔭𝔬𝔡𝔢 𝔰𝔢𝔯 𝔭𝔢𝔯𝔦𝔤𝔬𝔰𝔬.
𝔑𝔲𝔫𝔠𝔞 𝔰𝔢 𝔰𝔞𝔟𝔢 𝔮𝔲𝔞𝔩 é 𝔬 𝔡𝔢𝔣𝔢𝔦𝔱𝔬
𝔮𝔲𝔢 𝔰𝔲𝔰𝔱𝔢𝔫𝔱𝔞 𝔫𝔬𝔰𝔰𝔬 𝔢𝔡𝔦𝔣í𝔠𝔦𝔬 𝔦𝔫𝔱𝔢𝔦𝔯𝔬.
- Clarice Lispector.

   Se seres racionais têm plena capacidade de escolherem entre o sensato mas não possuem controle de seus próprios atos falhos, eu gostaria de contrariar com a filosofia. Talvez não fôssemos tão racionais assim, afinal. Se você pudesse nesse momento dar uma solução ao seu problema, você gostaria de esperar mais cinco minutos? Nós nunca queremos. E naquele momento os meus cinco minutos seriam sete dias. Eu era obrigado quase que por lei, esperar "cinco minutos". Porém, se eu puder te provar que às vezes cinco minutos em qualquer escala, são necessários, você daria mais cinco minutos todos os dias na sua vida.
   Eu não tenho certeza dos seus cinco minutos. Não pretendo te encher de esperanças, mas eu odeio te desencorajar. Apesar de eu ter tentado no início desse relato. Se você ainda está lendo, esta é uma evolução recíproca. 

   Sete dias. Eu teria sete dias para despedir da minha vida corrida e incrivelmente desafiadora na Europa e voltar para a América do Norte. Vancouver era meu lar, minha família certamente me esperava e eu não tenho como correr para sempre.
   Luke já não faz parte do meu alcance e eu descobri que na verdade, nunca esteve. Nós éramos individuais e uma hora tudo isso faria sentido. Essa hora chegou de uma forma cruel, dolorida. Me trouxe culpa e me desestabilizou.

   Recebi a resposta da agência através do e-mail. Era o tempo que eu precisava para pensar e talvez desistir. De me aconselhar com Jay, minhas irmãs e até mesmo a Anne, a melhor host mom de todos os países que viajei. 

— Louis?

— Sim, Anne — respondi enquanto olhava fixamente para a minha caixa de entrada no e-mail.

   Ela entrou no que agora era o meu quarto. Desde que Luke resolveu sair, Anne constantemente preocupava-se com nossa relação, e afirmava que uma hora ou outra sentiríamos o peso da solidão. Já que o que havia entre nós estava além de um intercâmbio e quartos compartilhados, pelo contrário. Existiam anos de amizade, e ela sabia que cedo ou tarde, encontraríamos o melhor jeito de se resolver.
   Diferente de Luke, Jamie falava comigo, o que me enchia com uma pseudo esperança, daquele ser o único canal de comunicação entre eu e meu amigo. Eu me sentia mal pela situação apesar de ter zero crédito de culpa. Me faz mal não ter Luke por perto, mas eu compreenderia se talvez fizesse parte do nosso processo de evolução. Nós não viveremos para sempre como pergaminhos gregos, e talvez nossa amizade fosse como tulipas holandesas.

— Eles me ligaram — ela acomodou-se ao meu lado. — Disseram do seu requerimento de cancelamento, e que você teria sete dias.

Tulips & Greeks [larry stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora