Capítulo 8 - Luke

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   𝔒 𝔞𝔪𝔬𝔯 𝔫ã𝔬 𝔰𝔢 𝔳ê 𝔠𝔬𝔪 𝔬𝔰 𝔬𝔩𝔥𝔬𝔰 𝔪𝔞𝔰 𝔠𝔬𝔪 𝔬 𝔠𝔬𝔯𝔞çã𝔬.
- William Shakespeare 

   Sexta-feira. Estava carregado de uma vibe agradável na verdade. Sempre gostei das sextas feiras canadenses, no verão nós íamos aos parques e visitávamos nossos avós. Minha irmã Lottie e eu brigávamos pelo carro quando queríamos sair com nossos amigos, Fizzy insistia nas festas e as gêmeas só queriam trazer as dezenas de amigas para encherem a casa e não deixar que eu dormisse em silêncio, mas por uma parte era realmente bom pois ninguém percebia as madrugadas que eu chegava em silêncio. Era como se eu estivesse ali o tempo inteiro.
   Diferentemente do verão, no inverno nós apostávamos corrida até os rings de gelo em Vancouver. Jay tricotava uma touca de cada cor para nós e era como tradição a troca de patins no natal. Nosso pai Mark sempre assava a maior ave e nós jogávamos Jenga na maior parte do tempo quando não estávamos congelando no quintal, fazendo bonecos de neve. Que dias depois resultavam nas gêmeas com a garganta inflamada. Típicos dias norte americanos.

   Meu sentimento dessa sexta-feira quente em Amsterdã era a excitação pelo depoimento de Anne, um verdadeiro divisor de águas. E o dia parecia ajudar, eu acordei feliz e satisfeito. 

— Anne!

— Misericórdia. Eu sou idosa, não me assusta desse jeito.

— Perdão! Eu só... Queria saber se você já sabe o que vai dizer pra eles. 

— Vou falar a verdade, que você demonstra arrependimento em ter pedido o cancelamento. E que sua experiência aqui tem sido boa — Anne gesticulava.

— Será que poderia falar sobre Luke? Não queria que ele levasse outra advertência — pedi.

— Farei o que puder — Anne afirmou.

   Saí para almoçar pelas ruas de Amsterdã e resolvi que esperaria Anne voltar da agência antes que eu voltasse para casa. 
   Esse tempo atoa serviu para que eu me disponibilizasse para Luke, se ele quisesse conversar. Ele me devia isso e achei respeitoso da minha parte.

"Podemos conversar? Eu tô indo almoçar no canal. Chego em 10 minutos" — enviei a mensagem e segui meu caminho.

— Anne, vou almoçar fora hoje. Quer que eu te leve na agência? 

— Já pedi um táxi, obrigada Louis.

   Fui andando até o local e eu não esperei que Luke fosse responder mas talvez ele quisesse tanto quanto eu, esclarecer as coisas. Era a chance que tínhamos.

"Chego em uns minutos"

   Eu realmente me surpreendi e me enchi de esperança, de que talvez pudéssemos encerrar essa discussão desnecessária. Que entendêssemos de uma vez por todas o que o afastava de mim e aproximava tanto de Jamie, já que os dois mal se conheciam.  

   Cheguei ao restaurante e sentei numa mesa à beira do canal de Amsterdã e pedi o primeiro item do cardápio para duas pessoas. Não sabia se Luke gostaria de comer, mas minha intenção era boa. Esperei por uns minutos até que finalmente o vi se aproximar. Estava com uma expressão neutra, vestindo calça e jaqueta jeans.

— Eu pedi algo pra gente comer — falei.

— Obrigado — ele agradeceu, sem demonstrar muita coisa, mas mesmo assim conseguiu dar um sorriso para mostrar satisfação. — Você está bem?

— Sim — falei. — Eu... Sinceramente não sei por onde começar, mas...

— Não precisa. Eu só quero realmente tentar explicar — ele evitava manter contato visual. — Quando chegamos aqui, eu estava cansado da rotina, e...

Tulips & Greeks [larry stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora