Ao amanhecer, levantamos e começamos a nos arrumar, a noite de ontem foi prazerosa, mas estou me sentindo desconfortável. Alzhera poderia acabar com minha reputação neste tempo, não sei quanto tempo vou ficar aqui, ou se vou voltar, ou como eu volto, mas não poderia deixar alguma atitude minha estragar esta permanecia aqui. Eu estava longe de Leopoldo e de suas mãos e isso me faz ficar segura, alias ele nem nasceu ainda(risos).
Interrompo meus devaneios quando Alzhera liga o carro, fomos quietos ao longo do caminho, aquele silencio já estava me irritando, ele poderia falar qualquer coisa, mas nada, nenhuma ação ou reação apenas fico olhando a estrada.
Chegamos a cidade, minha bunda estava doendo de tanto ficar sentada, eu precisava me esticar um pouco. Parou o carro em frente o estabelecimento que possivelmente seria o comercio de sua família, descemos e adentramos o lugar. Haviam enormes bancadas repletas de verduras e frutas, suas cores são chamativas, pego uma maça verde e mordo a mesma, ela estava ótima, seu sabor me fez dar um leve babada, foi o único momento que Alzhera me olhou e deu risada.
- Voce ficou linda assim - Alzhera vem em minha direção com um papel toalha e limpa os lugares que eu respinguei o liquido -
- Que conveniente, não ? - Digo Irônica limpando minha boca -
- Não precisa ficar na defensiva Cath, foi apenas um elogio - Alzhera deposita um beijo em minha boca - Alias, o gosto da fruta esta ótimo - Ele se vira e continua andando -
Analisamos o armazenamento dos produtos, encomendas e a contabilidade dos produtos escassos. Me canso de ficar ouvindo Alzhera e Henrique seu amigo de finanças e resolvo caminhar um pouco na praça que havia logo a frente da loja, no meio dele possui algumas pombas e estão ao redor do chafariz, sento em um banco que havia ali perto e começo a analisar o dia.
Ja estava no café de tarde e minha barriga estava roncando, me levanto e vou até um barraca comprar o sanduíche quente com pão, salsicha e molhos (Cachorro quente), que esta a venda. Eu agradeço por já existir este sanduíche, caso contrario tinha apenas três opções, legumes, verduras ou passar fome.
Quando me aproximo da barraca, deixo minha bolsa ao meu lado, pego minha carteira e pago o moço, pego o meu lanche e a bolsa.
Terminei de comer meu lanche e rosolvo dar um volta na cidade, memorizando os lugares que já havia passado, olho no relógio de pulso que estava em alta na moda, são 17:25, resolvo voltar para a loja.
No meio do caminho escuto um criança chorando no escuro, entro no beco e noto que é uma menina, caminho até ela com cuidado para não a assustar.- Olá mocinha, esta tudo bem ? - Digo preocupada me aproximando -
- Não - Ela respondeu sussurrando -
- Posso ajudar vo...? - Tento perguntar, mas sou interrompida -
Antes que termine a frase sou surpreendida por várias pessoas usando preto e com capuz, eles vem em minha direção e me encurrala na parede, fico em choque.
- Quem são vocês ? - Pergunto gritando -
- Quem são vocês ? (...) O que estao fazendo ? (...) - Um homem surge do escuro com uma faca na mão - Vocês mulheres são tão previsíveis, foi tão fácil, basta apenas colocaram criança indefesa chorando e vocês já se derretem - Diz com ironia -
Ele se aproxima de mim e passa a lâmina da faca no meu rosto, deixando um pouco de sangue escorrer. Pega em meus cabelos e leva até seu nariz, inalando o cheiro do sabão.
- Cheiro de sabão de coco, meu favorito, levem-na - começo a me debater tentando me soltar -
- Me deixem em paz - Fico relutante - SOCORROOO! ALZHERA - grito -
Os homens pararam de me carregar, me colocam no chão, se afastam me deixando frente a frente do homem que havia mandando eles me levarem.
- Você conhece Alzhera ? - O homem pergunta me apontando a faca -
- Sim! Eu conheço e está me procurando - Digo no mesmo tom que ele -
Ele se aproxima de mim me pegando pelo braço, me joga contra a parede e começa a mexer na minha bolsa, pega todas as minhas economias que eu havia trabalhado na fazenda de Megan, meu relógio e meu chapeu.
- Você vai ficar viva por ele, porque senão o conhecesse ja seria minha - Ele diz por fim me jogando no chão -
Fiquei por um tempo no chão gelado e úmido, depois que o choque passou me lavando e volto pelo caminho que havia passado anteriormente. Depois de uns minutos caminhando, vejo Alzhera na frente da loja desesperando, quando nossos olhos se encontram ele corre até meu encontro.
- Onde voces estava Cath ? - Alzhera pergunta analisando meu corpo - Por que você está suja ? - Começa a me encarar -
- Eu fui roubada, por vários homens - Respondo ele e abaixo a cabeça envergonhada -
- Mas você está bem ? - Ele pergunta me abraçando forte -
- Estou sim, mas roubaram todo meu dinheiro - Digo afundando meu rosto em seu peito -
- Isso não é importante - Ele deposita um beijo na minha cabeça - Que bom que está bem, normalmente eles não deixam as donzelas ir embora - Alzhera comunica -
- Eu disse que te conhecia e ele me deixou ir embora - Comento e Alzhera contrai o corpo e seu coração acelera por alguns segundos -
Espero que tenham gostado do capítulo
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Entre dois Tempos
RomanceAo fechar meus olhos, pude notar a brisa tocar levemente meu rosto, era uma noite escura, adentrei a caverna e senti que estava úmida, meus pés tocaram a pequena poça que estava no chão. Quando acordei consegui notar que estava em outra época...