Entre dois Tempos

Capitulo 15 - O cavaleiro

  A algumas horas a música terminou, com ela foi a minha esperança... depois que minha visão se ajustou ao lugar, consegui visualizar novamente o quarto onde estava. Com dificuldade encontrei uma vela e um isqueiro, quando a luz iluminou os móveis notei que era grande o quarto, fui procurando uma tomada de luz, mas sem sucesso.
  Havia uma janela, mas ela estava trancada, fui em direção a cena e me sentei, fiquei olhando a vela queimar.

- Você não pode fazer isso com a moça - Me aproximo rapidamente da porta -

- Vocês me forçaram a dar o baile para escolher a "donzela", pronto, ela está aí dentro - Esteban grita -

- Solte-a imediatamente, ela não é uma prisioneira - O homem aumenta o tom de voz -

- Não é a sua prisioneira - Esteban retruca o homem -

- Eu sou o Rei, tudo que se passa neste castelo é problema meu  - O rei grita e bate na porta com força - abram esta porta AGORA -

  Me afastei da porta quando escutei barulhos de chave, a claridade começa a aparecer, fechos olhos e abro lentanente para acostumar com a luz.
  Caminho até a saída, Esteban está encostado na parede com a cabeça abaixada e o Rei está parado em minha frente com o semblante sério.

- Está tudo bem com a senhorita ? - O rei pergunta -

- Sim - Respondo seria, procurando uma saida -

- Se quiser embora pode ir, nao vamos te forcar a nada - O rei comunica -

- Onde está meu acompanhante ? - Pergunto dando passos até esteban -

- Você é idiota ? - Ele se aproxima de mim - Eu já disse que Alzhera foi embora - Ele sai andando e passa por mim me jogando na parede -

  Começo a andar pra fora do Castelo ,  um cavaleiro vem ao meu encontro e me puxa para as árvores, longe da vista do príncipe e do rei.
  Tanto me soltar, mas reconheci o seu cheiro, era Alzhera, antes que ele falasse alguma coisa, me joguei em seus braços e ele retribuiu.

- Como descobriu ? - Ele me abraça ainda mais forte - c

- Eu reconheceria esse aroma em qualquer lugar - Tiro seu capacete e jogo no chão, depósito um beijo em seus lábios -

- Tenho que te explicar...- o Interronpo -

- Eu sabia que não iria me deixar, mas não entendi o motivo disso tudo Alzhera - Digo me soltando dele e caminhando -

- Ele me ofereceu uma proposta, queria que eu fosse rei junto com ele, mas eu amo você Cath, disse a ele que bastava e Esteban não gostou da ideia, me comunicou que era uma escolha ruim e que eu iria me arrepender - Ele respira fundo e toca meu rosto - logo depois os guardas me levaram pra fora e ele anuncia o noivado.

- Como isso aconteceu então ? - Pergunto impaciente -

- Depois não me deixaram mais entrar, pedi que me levassem ao rei. Nos dois conversamos, contei a ele a história, O rei repreendeu Esteban e consegui te soltar, mas em troca tenho que "trabalhar" para o rei - Alzh diz as últimas palavras quase triste -

- O que faremos agora ? - Me aproximo e coloco meus braços em seu ombro -

- Você volta amanhã pra fazenda e eu fico aqui até Minha divida terminar - Respondeu Alzhera a minha pergunta -

- Você só pode estar louco Alzhera, ficarei aqui com voce - retruco e o empurro levemente -

  Ele me abraça e beija o topo da minha cabeça, ficamos alguns minutos ali, até que os guardas interromperam e o Rei manda Alzhera entrar.
  Quando estavam saindo, vou atras do rei, mas os segurança dele me seguram, comeco a gritar e ele me deixa passar.

- Venha até meus aposentos - Fico com receio, mas o sigo, olho para tras e o Alzhera está me fitando furioso -

- Belo quarto vossa majestade - Digo com educação e fico em pé perto da parede -

- Me chame de Rei Otávio - responde ríspido - vamos direto ao assunto...- Ele da uma pausa - ...Você quer negociar alguma coisa para tirar Alzhera de seus serviços comigo, não é mesmo ?  - deixa um sorriso malicioso escapar -

- Isso mesmo, ele quis apenas me ajudar, porque seu filho é um bos...- ele me interrompe -

- Basta - Ele bate na mesa - se controle senhorita Catharina. - complementa rude

- Então me diga, o que quer em troca ? - perco a paciência - Meu corpo, dinheiro, propriedade ? ... - grito por fim - VAMOS REI OTAVIO, DI-GA !

- Seria tão fácil te levar para a cama neste estado emocional, mas não me daria prazer algum...- ele me olha com desdém - Quero um pequeno favor - sorri -

- Estou esperando...- digo aborrecida -

- Não creio que conheça o Conde Leonardo, entretanto isso torna tudo mais fácil - Ele se levanta e vai em direção a sua gaveta e agarra um punhal - seduza ele, o leve em um lugar sozinho e escuro, e o MATE - Rei Otávio coloca o punhal em minhas mãos -

- Por que quer se livrar dele ? - Digo incrédula -

- Não é do seu interesse, mas ele está levantando muitas dúvidas sobre a coroa e meu filho, colocando muitas pessoas contra meu reinado e isso não pode ficar assim - ele se senta novamente - Eu até poderia mandar meus guardas o matarem, mas levantaria muita suspeita, uma donzela nem tanto - Ele diz por fim - Agora saia do meu quarto, um dos guardas te levará até o baile que está tendo na casa dele, cumpra sua parte no acordo e eu cumprirei a minha -

Prontinho, mas um capítulo cheio de emoções.
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