Capitulo I

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Passado...

— Andrew! Andrew! Por favor, por favor ,não me deixe...

__  Me desculpa Ton, não aguento mais, espero te encontrar na próxima vida...

___ NÃOOOOO

Gritos de dor eram escutados, o barulhos de tiros sendo disparados entravam em seus ouvidos, o cheiro metálico de sangue fluía pelas suas narinas, suas mãos suavam e ele sentia raiva, de tudo, dele mesmo e principalmente de Andrew por tê-lo abandonado, por ter escolhido a morte como um caminho mais fácil, raiva por ter que suportar sozinho a dor da injustiça.
Ele não suportava ver que tinha perdido a única pessoa que ele amava além do seu irmão, não aceitava que não teria mais as gracinhas e birras do seu único amigo e confidente.
Antony sentia que seu corpo já não lhe pertencia, ele não escutava ninguém, apenas se sentia vazio e repetia em sua mente uma vez após a outra que não era justo, não era justo tudo aquilo, sem perceber que sua boca estava reproduzindo seus pensamentos.

Seus gritos ecoavam pela floresta, suas veias saltavam, sua voz começou a falhar de tanto gritar. Seu irmão vendo a sua situação correu ao seu encontro, mas Antony já estava em um estado que não percebia mais o mundo a sua volta, todo seu foco estava em Andrew lokwood, no qual ele não conseguia mais ver no penhasco a beira do rio.

— Onde ele estava?

Questionou Ethan irmão de Antony.

Ethan olhou para  o rosto desesperado de seu irmão, e acabou deduzindo o que poderia ter acontecido e desesperadamente tentou levantar seu irmão do chão próximo ao penhasco a beira do rio para que ele também não caísse ou pior também não se jogasse dele.

— ME SOLTA, ME SOLTA! – Gritou alto. — ISSO É CULPA SUA, VOCÊ AJUDOU,VOCE JUNTO AOS OUTROS O FORÇARAM A SE MATAR! ME SOLTA, ETHAN — Fugiu dos braços que lhe tentaram segurar. — VOCÊ É TÃO CULPADO QUANTO ELES.

Antony chorava de soluçar e Ethan sentia facadas a cada palavra dita por seu irmão, Ethan era o único que podia sentir a verdadeira dor do caçula, o único que sabia dos verdadeiros sentimentos de Antony sobre Andrew.

— Acalme-se Tony, fique calmo,me  desculpe ,meu irmão, por isso, eu juro que tentei impedir o ataque, mas ele foi contra todas as famílias , sabe bem que eu como líder não podia deixá-lo ir sem punição.

— Você poderia ter evitado Ethan, ele... Você sabia como eu me sentia por ele, sempre soube e mesmo assim você o caçou como um monstro, ele se foi, deu um tiro na boca e  caiu no penhasco, eu tentei salvá-lo e ele apenas caiu sem que eu conseguisse o impedir... — A voz magoada o machucava ainda mais.
— Eu o perdi... Meu primeiro amor, Ethan– Sussurrou mais pra si do que para o outro. —  e você, tem culpa nisso.

Antony sabia que tinha perdido tudo, seu corpo foi perdendo as forças e as suas lágrimas que estavam secas e marcadas em seu rosto, mostrava em sua face que ele nunca mais seria o mesmo dali em diante. Aos poucos seu corpo foi caindo e o seu irmão o segurou em seus braços, Ethan não sabia o que fazer, a guerra tinha acabado, mas ele não se sentia bem com isso, não vendo a situação do seu irmão, ele sabia que era culpado da desgraça e infelicidade do mais novo, ele que arquitetou todo o plano para capturar Andrew e agora estava péssimo.

Ethan olhou para o rosto de Antony e pode ver o quão machucado estava, com arranhões pelo rosto e pescoço, feridas de cortes em seus braços, Antony lutou contra sua família para proteger Andrew e no fim não conseguiu salva-lo , magoado e muito triste, o requisito das lagrimas secas no rosto deixava exposto seu cansaço, totalmente desmaiado, Ethan se levantou com ele em seus braços e o carregando avisou a todos.

— Vencemos, Andrew lokwood morreu, levarei meu irmão para casa e nos afastaremos por tempo indeterminado.

A guerra acabou, mas Ethan não se sentia um vencedor.

Talvez nunca iria...

**
Antony Adam’s

— Mais que porra é essa? Novamente esses sonhos estranhos com famílias e guerras, por que não somem? Quem é aquele homem e por que nunca lembro o nome dele? Quem é ele? E por que meu coração dói tanto ao sonhar com ele?

Eu sempre senti que existia algo errado em meus sonhos, eles eram sempre muito realistas demais, eram como uma vida passada em que eu estava lá, meu corpo sempre ficava suado e fraco quando tinha esses sonhos esquisitos.
Às vezes eu preferia nem dormir, pois parecia que eu entrava em transe e isso era péssimo. Eu olhei as horas e vi que tinha que correr para o treinamento policial, era meu último ano antes de me formar e já me atrasei duas vezes por causa desses sonhos malucos que começaram cerca de quatro meses depois de ter sofrido um acidente leve de bicicleta, contra uma pessoa que estava pedalando olhando para celular, bati a cabeça e apaguei.
Depois que acordei eu comecei a ter esses sonhos no qual eu chamo de pesadelos, nele até meu irmão aparece de uma forma totalmente diferente da que conheço.

Balançando a cabeça em negação,eu me levantei, arrumei minha cama, tomei um banho rápido vestindo minha roupa de treino em seguida. Eu morava sozinho em um apartamento grande demais para uma pessoa que até eu mesmo me perdia nele, depois eu arrumei a roupa me olhando para o espelho, dava pra ver minhas olheiras e o quanto eu estava cansado, mas isso não importava, eu me formaria daqui a alguns meses e isso era o mais importante.

Terminei, peguei minha mochila, carteira e a chave da moto saindo do apartamento, pensando que no caminho comeria alguma coisa, agora não dariam mais tempo.

******

Andrew Lokwood

— De novo isso? Quem seria o homem que me chamava? E por que eu sempre acabava morrendo nesse sonho?

Queria saber por que sonho com esse homem, isso já faz uns meses, desde um pequeno acidente de bicicleta, bati forte a cabeça e não me lembro de mais nada a não ser acordar no hospital onde sou residente, com minha chefe  me olhando preocupada, desde então sonho com esses pequenos momentos aonde meu corpo e mente viajam, tudo parece real de mais, eu consigo sentir os toques das pessoas e isso é bem bizarro...

Eu olho para o local onde estava e vi que era meu quarto, levantei e na mesma hora me sentei, me senti tonto e cansado, eu sempre tive uma saúde um pouco precária desde novo, mas eu era um homem de aparência forte e era bem alto, fui diagnosticado com insuficiência cardíaca leve aos cinco anos, mas nunca deixei que a doença fosse um empecilho para me impedir de ser médico.

Coloquei um sorriso no rosto e fui me aprontar, hoje seria mais um turno de 24 horas, então precisava estar bem alimentado e descansado. Olhei-me no espelho do banheiro e fechei os olhos logo que os abrir novamente eu vi que minha aparência não era exatamente a aparência que eu conhecia na minha vida atual e sim a que aparecia nos meus sonhos, cabelos pretos azulados e um pouco mais curtos do que uso, meu rosto estava pálido...E meus olhos estavam verdes , bem diferente do acinzentado que tenho.

Fechei os olhos novamente e os abrir e vi minha aparência normal, rosto vivo, com cor, eu solto um suspiro e tomo meu banho tranquilamente.

Depois de fazer minha higiene troquei de roupa, ajeitei meu cabelo e fui pra cozinha fazer minha refeição, terminei de comer, escovei os dentes de novo, peguei minhas coisas e sai de casa, mais um dia que se inicia.

Nota: Oi gente, estamos de volta com essa história que amo, mas em outras palavras, precisei fazer alterações nela, espero que gostem pois é com muito carinho.

Na Vida e Na Morte ( Uma Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora