Capítulo 7

1K 107 4
                                    


"Mas que loucura acabo de fazer?", Christian criticou a si mesmo. "E agora, o que farei?"

Não poderia ter desafiado Anastasia Steele. Deixar que ela participasse dos segredos de sua vida seria um desatino tão grande quanto fora envolvê-la na ridícula charada de um noivado.

Desconfiar de que a noiva o espionava não seria difícil. Só não esperava que ela o desmascarasse.

Segurando-a com firmeza pelo antebraço, puxou-a na ladeira que levava ao alto da colina.

— Acompanhe-me, srta. Steele, e já verá o que tanto a intriga!

A srta. Steele deveria estar realmente convencida de que ele não se encontrava envolvido com nenhuma das práticas diabólicas que os boatos lhe atribuíam. Se assim não fosse, ela viraria as costas e desceria a colina correndo, como qualquer jovem sensata.

Christian não imaginava o que poderia ter-lhe infundido aquela segurança, sendo que ele nada fizera para granjear-lhe a confiança. Ao contrário, só tomara atitudes que poderiam tê-la deixado desconfiada.

Christian não sabia como sentir-se a respeito da confiança irrestrita que a srta. Steele depositava nele. De uma

certa forma, o fato não influenciaria o relacionamento curioso deles, mas o comovia de uma maneira que ele não podia entender.

Anastasia tropeçou no solo irregular, porém lorde Grey, que a segurava com firmeza, impediu-a de cair.

Christian diminuiu o passo quando uma estrutura muito alta assomou diante deles e bloqueou a visão das estrelas que cintilavam.

— Não saia daí — ele ordenou ao soltá-la.

Christian não esperava nenhuma resposta, apenas uma concordância. E espantou-se com a voz trémula, mas desafiadora, que veio das trevas.

— Se eu quisesse ter ido embora, já o teria feito. Christian mexeu na tranca da porta.

— Eu só quis dizer que a senhorita não deveria perambular no escuro sem a minha proteção.

— Ah, sei. O que é isso? Eu não tinha ideia de que havia uma construção— aqui.

— Pelo que eu soube, é uma velha torre de observação. Christian abriu a porta com rapidez. Apanhou uma vela e uma pederneira que ficavam na projeção de um candelabro estreito de parede, do lado interno da base da torre. Com um movimento certeiro, ele acendeu a vela. A chama pequena fez sombras dançarem na parede curva de pedras e na escada em caracol.

— Droga!

A imprecação ressoou pela torre vazia, quando Christian deixou cair a pedra-de-fogo. A chama tremeluziu e apagou-se.

— O que houve? — Anastasia perguntou com voz ansiosa. — Está tudo bem?

Claro que não!, Christian gostaria de gritar. Ele jamais

ficaria "bem" de novo, Mas resmungou qualquer coisa acerca de pessoas que deixavam cair tudo das mãos.

— Não se importe — Anastasia consolou-o, nem um pouco ansiosa e até com alegria. — Eu vivo fazendo isso.

— Pois eu, não — Christian murmurou.

Fora um sinal de perigo, e não a falta de jeito que o fizera derrubar a vela, ao lembrar-se de que tirara a máscara. Enfiou a mão no bolso, vestiu a peça de couro e amarrou-a no lugar. A seguir, abaixou-se, recuperou a pederneira, a vela e reacendeu-a.

— Venha.

Christian acenou para Anastasia entrar, aborrecido por ter de usar a vela acesa para iluminar o caminho deles escada acima.

Lord Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora