Bath? — Christian quase gritou, como se não houvesse entendido as palavras do vigário ou como se as notícias tivessem um sentido ambíguo. — Anastasia foi para Bath?
Os dois homens estavam sentados na biblioteca de Helmhurst, com um tabuleiro de xadrez abandonado entre eles.
Nathan Michaeljohn resmungou seu desagrado.
— Há alguns dias e sem dizer uma só palavra sobre uma possível data de retorno.
— Isso, se Anastasia pretender voltar — Christian corrigiu-o —, o que eu duvido que ela faça.
Afinal, ele fora bem-sucedido e Anastasia se afastara. Nunca a vitória lhe parecera tão amarga. Nem mesmo o animou a idéia de que, em Bath, ela encontraria um marido digno de seu amor. Pois uma certeza era inabalável. Anastasia poderia procurar no mundo inteiro, mas jamais encontraria ninguém que a amasse mais do que Christian Grey.
— Ora, ora. — O vigário forçou um sorriso, em vão. — Não perca a esperança, meu amigo. Se a srta. Steele pôde perdoar-me, estou certo de que fará o mesmo por milorde. Seus motivos foram mais nobres do que os meus.
— Nada disso, Nathan, não seja bondoso demais. Lembre-se
de como eu o usei em tudo isso. Não mereço o perdão de Anastasia e nem o espero.
Christian preferia enfrentar o desprezo dela. O perdão era muito parecido com piedade.
O vigário ergueu a rainha branca e virou-a para todos os lados.
— Então, é verdade o que todos comentam na aldeia? Que a srta. Steele rompeu o noivado?
— Foi a atitude mais sensata que ela tomou nos últimos tempos.
Qualquer centelha de satisfação que Christian pudesse ter fora envenenada pela evidência de Anastasia acreditar que ele pretendia livrar-se dela.
O vigário fitou a escrivaninha do falecido conde.
— Milorde sentirá falta dela.
— Eu sei. — Poderia até parecer patético, mas negar tristeza ou sentimentos seria uma profanação.
— Como tantos outros na paróquia. — O vigário suspirou. — A srta. Steele pediu para eu visitar, durante a sua ausência, alguns de seus amigos. Acredito que ela também recrutou a sra. Shaw. Sei que não será a mesma coisa, mas nós nos empenharemos ao máximo para preencher a lacuna. Espero, contudo, que não seja por muito tempo.
Christian imaginara que seu maior tormento fora Anastasia ter deixado Helmhurst como uma mulher livre. As palavras do vigário provaram o erro da conjetura e aumentaram o peso em seu coração.
Christian aceitava o castigo de ter sido privado da companhia de Anastasia. Afinal, era o que merecia. Mas ele se cobriu de vergonha diante da noção de havê-la obrigado a abandonar outros que nada tinham feito para merecer tal punição.
O que poderia fazer para redimir-se?
— Vigário, sei que é um homem muito ocupado, assim como a sra. Shaw não deve ter muitos momentos livres. Eu poderia ajudá-los... ou será que as visitas de Lorde Lúcifer seriam mais prejudiciais do que vantajosas?
O vigário franziu a testa, ensimesmado.
— Creio que isso dependerá inteiramente de milorde — Michaeljohn respondeu, depois de algum tempo.
Sem a menor dúvida.
Christian tinha pouca experiência em agradar estranhos e nenhuma inclinação para isso. Mas, se pudesse compensar um pouco os amigos de Anastasia pela tristeza de sua ausência, ele se atiraria de coração aberto no empreendimento. Christian Grey devia isso a eles.
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Lord Christian Grey
FanficPODERIA ELA DERROTAR A ESCURIDÃO E TRAZÊ-LO DE VOLTA À VIDA? Lorde Christian Grey voltara da guerra com o rosto desfigurado por causa de um tiro e decidira viver em reclusão. Mas ao saber que seu avô estava à beira da morte, propõe um noivado fictíc...