TREZE

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- A gente precisa de um tempo - minha voz fraca, interrompeu todos os vários beijos que haviam acontecido nos últimos onze minutos.
Arrumei o cabelo de Harry para trás.

- Por que?!

- Porque estamos em uma casa com mais outras quatro pessoas, uma delas com câncer que apenas quer descansar à noite - falei, rindo. - E preciso impedir que algo a mais do que isso aconteça.

- Tá, tudo bem - ele disse, segurando uma de minhas mãos.

- Essa é a coisa mais bizarra que eu já fiz na minha vida. Nunca pensei que algo tomaria esse tipo de proporção.

- Ficar comigo é algo tão ruim assim?
Ri após sua pergunta.

- Eu estou falando sobre as circunstâncias. É que... Se não tivéssemos vindo para Virgínia, nada disso teria acontecido. Eu continuaria viciada no trabalho e querendo que você morresse atropelado por caminhão tanque - falei, pensativa.
Harry continuou me olhando, pasmo, ao ouvir eu dizendo aquilo. - Não sei o que estamos fazendo. Não sei se isso só vai durar até voltarmos para Nova Jersey e para Blue Eyes, mas o que eu sei, é que não quero ser mais uma da sua lista ridícula de mulheres com quem você ficou e nunca mais viu. Quero dizer, não que eu queira ser a única mulher na sua vida agora, porque não é isso. Ok, estou falando muita besteira agora, mas a verdade é o seguinte: eu não namoro, não me vejo em um futuro com alguém e tenho 99% de certeza que acabarei sozinha até o dia em que eu morrer. E por mim, está tudo bem em relação à isso.

- Mais alguma a acrescentar ao seu discurso?

- Hã... Sim. Uma coisa aleatória: aprendi a atirar com meu pai aos quatorze anos.

- Ótimo, minha vez. Cooper, estamos na casa da sua mãe, no quarto em você passou toda a sua infância e adolescência e você acabou de me deixar com o maior tédio de felicidade que ninguém nunca me deixou antes. Hoje é dia seis de julho, dois dias depois de você ter me agarrado no meio daquela queima de fogos em Winchester. Eu gosto muito de você, Cooper, e quero que tudo isso aqui dure até quando o tempo quiser. Não é meu primeiro rolo com alguém - ele disse por fim.

- Hum, sério? Eu nem sabia disso - falei, saindo de cima de seu colo.

- Aonde você vai?

- Ver a Jaz. Achou mesmo que eu passaria a noite aqui com você? - perguntei.

- É claro. Pensei que esse era o objetivo - ele disse.
Eu ri, abrindo a porta e saindo.
Caminhei até o quarto de Jaz, bati três vezes - como sempre - e entrei. A imagem de minha irmã deitada totalmente coberta/enrolada entre seus cobertores floridos no meio daquele quarto escuro já era algo de costume das noites.
Me deitei ao seu lado, sobre a parte da cama vazia apenas com o cobertor.

- Ei, você já está dormindo? - perguntei baixo, em seu ouvido.

- Não - sussurrou Jaz, sem se mover.
Atravessei meu braço sobre o seu e encostei meu queixo no seu ombro.

- Eu sei que odeia a ideia de ter alguém dormindo ao seu lado, mas vou passar a noite com você.

- Não quer ficar com o Harry, não é? Consegui ouvir vocês dois daqui; pensei que iriam querer passar mais tempo juntos - ela disse.
Respirei fundo.

- Eu... Não estou pronta pra isso. Quero dizer, é claro que nada aconteceria essa noite, mas mesmo que estivéssemos em outras circunstâncias, eu não iria conseguir nem querer - falei. - Não sei se vou estar pronta tão cedo.

- Vai sim, com seu tempo. Mas tudo bem, é melhor saber que você está andando pelos corredores dessa casa só de calcinha e sua camiseta super grande do Newr Scamander como agora, do que fazendo coisas piores com o Harry.
Nós duas rimos ao mesmo tempo.

MasonOnde histórias criam vida. Descubra agora