Era oficial: o desejado último mês da gestação chegara oficialmente e a bebê - que ainda não tinha nome apenas por falta de ideias e irresponsabilidade por parte minha e de Harry - poderia nascer a qualquer momento. Em meio a ansiedade de todo mundo ao meu redor, Carly tentava manter sua distração em outra coisa que não fosse a viagem definitiva de Zoe para o Canadá junto de sua avó, Marceline. Mesmo com todas as mensagens e ligações da ruiva sendo ignoradas e sua insistência em persistir o namoro, Carly já havia considerado o relacionamento das duas oficialmente acabado, o que eu claramente não gostara muito mesmo com a felicidade forçada de minha amiga.
Com a chegada da bebê a qualquer minuto, minha família decidiu passar alguns dias em no nosso apartamento em Nova Jersey, aproveitando o início oficial das férias de verão de Jenny e Jaz para que saíssem um pouco da monotonia de Virgínia. Confesso que nos últimos dias, essa ideia inesperada não me agradou muito, mesmo sabendo que seria bom ter minha mãe ao meu lado quando minha bebê nascesse; e como teríamos a presença de mais três pessoas - é, infelizmente, John não pode vir para Jersey por conta do trabalho acumulado, o que me deixou pessoalmente mais alegre (não, eu gosto sim dele, não pensem errado) - Carly e Judy organizaram o então esperado chá de bebê que eu até havia esquecido que precisava fazer.
Judy e Max, Jenny, Jaz e Amy, Luke, Morgan, Mahara, Sam, Tina, e Carly e Harry, é claro. Todos apareceram para a 'festa' na tarde daquele dia meramente alegre que não contaria com alguna rostos que significavam muito para mim - Tyler, que voltara para Virgínia após deixar minhas fotos do ensaio que acabou terminando em um beijo sem sentido, Stevie Moon, que estava ocupado demais resolvendo os assuntos para o último episódio de Blue Eyes e até mesmo meu pai, que caso estivesse vivo, com certeza teria adorado a ideia de que sua primeira neta estaria sendo realmente amada por tanta gente.
Assim que saí do meu looping de pensamentos finitos sobre tal assunto enquanto observava meus amigos super animados observando os presentes um dos outros que haviam comprado, voltei-me para o meu quarto, que estava com a porta aberta o dia todo. Encontrei Luke com a sua série de ferramentas e apreensão, bufando sem parar tentando montar completamente o berço da bebê no espaço destino à ele, perto da minha cama; é claro que deixei para o mesmo essa tarefa especial pois eu obviamente amava a sensação de vê-lo irritado com alguma coisa sempre que dava.- Como está indo aí, Bob, o Construtor? - perguntei, assim que apoei meu braço sobre a maçaneta da porta.
Luke revirou os olhos e largou o manual de instruções sobre as ferramentas espalhadas pelo chão.- Ah, só pode der brincadeira - reclamou ele, se levantando. - Por que essas coisas são tão difíceis de montar? Já é o segundo essa semana; um na casa de Harry e agora aqui. Eu sei que esse será meu presente para vocês, mas por que dois berços?!
- Luke, eu já expliquei isso um milhão de vezes. A bebê vai precisar ficar na casa de cada um sempre, morar nas duas, já que os pais dela são dois idiotas que não irão morar juntos e muito menos se casar. - Minhas palavras simples o fizeram rir, fazendo-o vir até mim.
- Entendi e concordo completamente. Essa garotinha vai precisar me amar demais - brincou.
Rapidamente, senti o meio abraço dado por Judy de repente, que surgiu atrás de mim enquanto eu ainda estava escorada na porta.- Ei, que tal você ir abrir os presentes com Harry agora? Seus amigos já estão quase fazendo isso sozinhos - Judy retrucou, abrindo seu sorriso reconfortante de sempre.
Segurei sua não e saí do quarto, indo em direção ao grupo reunido na sala. Luke veio logo atrás de nós duas.
Sentei-me na poltrona no meio de todos logo após Jenny praticamente me forçar a colocar um chapeuzinho de aniversário representando a comemoração (Morgan, Jaz e a própria Jenny também estavam usando, mesmo aquilo sendo meio ridículo). Essa ideia sobre chá de bebê não me deixou muito confortável no início, confesso. Mesmo que fosse algo comum para grávidas, esse lance de receber uma montanha de presentes e coisas para a bebê - fossem elas caras ou não - não era pessoalmente muito agradável, pois eu sempresentia que não conseguiria retribuir, mesmo que não funcionasse desse jeito. Mahara foi a primeira a entregar seu presente: um body verde claro com alguns desenhos de folhas e dois sapatinhos azuis super fofos os quais ela havia comprado há alguns dias; Jaz e Jenny surgiram com duas grandes sacolas cheias de fraldas - o que já era óbvio, pois as duas claramente não quiseram gastar suas economias com outras coisas mais específicas.
Minha mãe, animada pegou algo no meio de suas coisas trazidas da viagem.- Espero que não tenha gastado muito dinheiro - eu disse, baixo, assim que a mulher voltou ao seu lugar.
Peguei o objeto entre os embrulhos dentro da sacola. Ah, aquilo era bem a cara dela. - Bombas de leite?!- Sim, você já deve saber bem como se usar, com certeza, mas caso tenha alguma dúvida é só ler no manual. São mais práticas por serem elétricas - explicou, animada.
Percebi o interesse de meus amigos ao observar toda a explicação de minha mãe, com direito à algumas risadas abafadas e sem sentido.
"Obrigada, mãe", eu disse logo depois.
Após Tina pegar o pequeno andador enfeitado com desenhos de animais e Max, uma banheira rosa junto de suas coisas, Carly se levantou de repente, também super feliz, para anunciar qual seria seu presente (como se ela precisasse me dar algum presente).- Eu quero falar uma coisa - disse a garota, apertando uma palma na outra, sorrindo sem parar.
- Sabe que não precisa dar nada, não é? Você já vai criá-la e vê-la todos os dias junto comigo; isso é tudo para nós.
- Mason, é sério. Eu só... queria dizer que tudo isso, todo esse período desde o início, foi incrível participar e ver de perto. Você é minha melhor amiga, alma gêmea e irmã da minha vida toda e eu só quero você e sua filha tenham tudo de mais perfeito em suas vidas assim como o Harry. - Esperamos que ela continuasse por imediato. - E como presente para vocês dois e a bebê, eu... Decidi me mudar!
O quê? Espera, O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! É brincadeira, com certeza. Carly se mudando? Por quê?
Mesmo com toda a sua alegria ao anunciar aquela extrema e péssima notícia (a qual eu ainda pensava ser mentira), todos ficaram um pouco tensos, principalmente ao ver minha reação negativa. Estava sem palavras. Não sabia o que realmente acontecera.- Você vai o quê?!
Tirei o chaupezinho da minha cabeça rapidamente, pois aquele negócio já estava me irritando e esperei que logo Carly contasse que não era verdade. PORQUE NÃO PODIA SER VERDADE.- Ah, olha, Harry, Max e eu compramos um canguru para você carregar a bebê por aí quando ela já estiver grandinha - Judy falou rapidamente, cortando o silêncio estranho que havia ficado entre e eu e minha amiga.
Harry forçou uma animação, também tentando evitar que uma pequena discussão acontecesse logo depois. "Que incrível, eu sempre quis ter um desses", falou Andrews, ao pegar o canguru com Judy.- Carly, do que você está falando?
- Bem, eu pensei bastante em toda a situação da bebê. Ficar indo pra lá e pra cá com uma criança é muito difícil e acho que seria mais fácil se você e o Harry apenas morassem juntos para que cuidar dela seja mais fácil. Eu vou ficar bem, não precisam se preocupar.
Me levantei com uma leve dificuldade (por conta da barriga grande, é claro), segurei a mão de Carly e puxei até o lado de fora do apartamento, atravessando todas as coisas de bebê e sacolas espalhadas pela sala. Soltei a mão de minha amiga no momento em que chegamos no corredor, já fora do apê e fechar a porta.
Todo aquele esforço me deixo até sem ar.
- Mason, pra que isso? Todo mundo ficou super confuso.- Você está maluca? - Minha pergunta saiu quase como um grito. - Não pode se mudar; não mesmo. Olha, essa ideia é estúpida, ok? Eu entendo que você esteja num processo de superação difícil por conta do término com a Zoe, mas isso não significa que precisa tomar decisões precipitadas assim e simplesmente achar que tudo dará certo, porque não vai dar. Preciso que você fique comigo agora e quando a bebê nascer!
- Mason, - Carly segurou minha mãos de repente, meio esperançosa. - eu não estou mais tão triste por causa da Zoe. Eu quis terminar e está tudo bem. Quantas vezes preciso dizer isso até que você entenda?!
Soltei nossas mãos assim que ela disse aquilo. É óbvio que era mentira e estava bem na sua cara. Como era simplesmente possível que alguém supere a pessoa que mais amou na vida tão rápido? Impossível.- Ok, pode até ser, embora eu não acredite. Mas você não pode me deixar assim; o que aconteceu com a nossa promessa de nunca abandonarmos uma a outra mesmo que nos apaixonassemos por alguém? Isso é real, mesmo que tenhamos inventado na faculdade quando ainda éramos jovens e idiotas. Por favor, não me faça morar com o Harry. Por favor - repeti, agora super preocupada com sua resposta seguinte.
Carly parecia decidida, mas sua expressão mudou rapidamente.- Bem, você tem razão sobre a nossa promessa. Eu só queria que a bebê crescesse numa família normal, sabe? Então, eu... Não vou me mudar, mas também não irei dar presente, já que esse seria o meu.
- Obrigada. Muito - falei, agora abraçando-a. - Vamos voltar lá pra dentro antes que minha mãe ensine as garotas a usar a bomba de leite. Sem tocar nesse assunto mais, ok?
- Ok, eu já entendi.
* * *
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Mason
Teen FictionUm ano após terminar a faculdade, Mason conseguiu construir sua vida. Morando com a sua melhor amiga, ela foi contratada para o seu primeiro emprego como roteirista em uma série de TV; mas nem tudo sai como o esperado. Seu trabalho é ofuscado pela a...