E como em um passe de mágica a vida de Christopher tinha virado do avesso de uma vez. Seu chefe do dia para noite cismou consigo e o encheu de trabalho extra, fora as noites que virava na gravadora. Era mil e uma coisas para revisar, produzir e ajeitar que ele nem mesmo tinha tempo para comer. Estava nesse ritmo frenético a uma semana, e nessa semana mal pôde ver seus pequenos, eles dormiam na casa do tio que era alguns andares abaixo do seu, no mesmo prédio. Pediu para Minho cuidar deles enquanto resolvia tudo no emprego.
Nos primeiros dois dias, os meninos não deram tanta bola para o sumiço do pai e nem se importaram em dormir na casa do tio, já que lá o Lee os deixava jogar videogame até a hora que quiserem e comer sorvete antes do jantar. No entanto, no terceiro dia Felix e Jisung sentiram a falta do loiro, sempre enchendo o castanho de perguntas pelo pai e este respondia que o mais velho estava ocupado no emprego e que logo ele voltaria. Mas ele não voltava.
Chan estava em seu estúdio terminando uns ajustes da nova música que lançaria em breve quando seu celular tocou. Atendeu já sabendo que Jisung deveria ter aprontando alguma coisa.
- Christopher?
- aconteceu alguma coisa?
- não exatamente. - Chris parou o que estava fazendo. - preciso que venha aqui na creche na hora da largada dos meninos, preciso conversar sobre algo com você. - Changbin disse sério.
Ficou preocupado, mas terminou de falar com o Seo, confirmando sua presença no final do dia. Desligou o celular e o deixou de lado, passou as mãos pelos fios loiros que estavam ressecados, apanhou seu boné preto e colocou, escondemos as mechas descoloridas, voltou ao trabalho com um sentimento estranho no peito.
(...)
Uma vez na creche, Christopher entrou no local procurando seus filhos com os olhos, foi em direção ao corredor da sala dos menores logo vendo eles em pé perto do professor. O sorriso que o australiano tinha morreu ao ver o rostinho inchado de Jisung e os olhos brilhando de felix. Eles pareciam ter acabado de chorar. Apertou o passo até os meninos.
- o que aconteceu, meus amores? - era como uma facada em seu peito ver seus meninos tão tristonhos e não saber o porquê. Os abraçou, apertando seus corpos magricelos contra o seu.
- wonpil, você pode olhar a minha sala enquanto eu falo com o pai de um dos meus alunos? - o Seo pediu, tendo um aceno positivo do rapaz.
Chris deixou o Kim levar seus meninos até o parquinho da creche, encarou Changbin a procura de respostas. Em um pedido silencioso o Bang acompanhou o moreno até a sala dos professores, se sentou na frente do rapaz à espera do que ele tinha para falar.
- o motivo que eu te chamei aqui para conversar é que, como professor dos seus filhos, eu quero saber o que está acontecendo para eles estarem agindo de uma forma tão estranha.
- como assim?
- Felix anda brigando com todos os coleguinhas e o Jisung sempre pede para ficar sozinho. Hoje os dois começaram a chorar e não quiseram me disser o porquê. Eu realmente estou muito preocupado com eles. - Changbin disse sério, suas mãos juntas em cima da mesa enquanto seus olhos estavam fixos nos de Christopher.
Chan suspirou alto, apertando as pálpebras por um breve momento antes de voltar a encarar o coreano.
- é minha culpa. - disse. - eu ando trabalhando demais e deixando eles de lado. É minha culpa deles agirem assim. - abaixou a cabeça, nitidamente exausto.
- eu sei que você trabalha para dar um futuro bom e confortável para eles, mas eles são crianças, não vão entender isso como eu estou entendendo. Eles são muito apegados a você e você se mostra ser um pai incrível no qual eles se orgulham, mas por favor, dê mais atenção a eles. Daqui alguns anos eles vão crescer e você vai se lamentar pelo tempo perdido. - Changbin dizia com calma. - eu só quero vê-los bem. - finalizou tímido, tendo os olhos castanhos de Christopher presos em seu rosto.
- você é uma pessoa incrível, sabia? - Changbin sorriu pequeno, tendo suas orelhas vermelhas. - eu estava precisando ouvir isso, obrigado. - sorriu para o moreno.
- uh, tudo bem. - balançou os ombros de forma fofa para se livrar da timidez e encarou o Bang. - acho que agora você precisa falar com eles e esclarecer tudo.
- eu vou fazer isso sim. - ficaram de pé. - Changbin. - chamou atenção do professor antes que ele saísse da sala.
- sim? - se virou para o loiro.
- você quer sair comigo? - indagou relutante, cada palavra saindo lentamente.
- quero sim.
Chris arregalou os olhos surpreso e sorriu grande, arrancando do menor uma risada baixa e tímida.
- os meninos podem ir também? - o Seo perguntou.
- claro. - riu leve. - vou levar você em um lanchonete que eles amam, se não for um incomodar pra você.
- eu vou adorar conhecer. - sorriu para o australiano. - amanhã a tarde eu estou livre.
- eu te busco em casa.
- certo. - balançou a cabeça e saiu da sala.
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APPA
FanfictionChristopher Bang era pai de dois garotos e por conta do emprego tinha pouco tempo para os menores. Changbin era professor substituto em uma creche e por coincidência os filhos do rapaz estudam em um dia quase normal, Jisung - filho de Christopher...