Glass In The Park

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Mesmo que a  distância, o professor de Química conseguia ouvir os dois delinquentes murmurando baixinho na mesa. Conversas e risadinhas irritantes. Se dependesse dele, já estariam reprovados; mas a pedagogia da Mito dizia para dar uma chance aos infelizes.

Sentado no fundo da sala, Naruto estava assombrado, havia uma fórmula gigantesca no quadro, mas não esperava que tivesse capacidade de resolver. Aliás, o assombro dele não tinha nada a ver com Funções Orgânicas ou qualquer outro assunto vinculado à aula.

— Ei, é sério, eu não sabia que tu tinha irmão gêmeo.

De tudo que Naruto falava, pouco se aproveitava; mas dessa vez tinha que dar razão a ele. Para Sasuke, era normal e até comum as pessoas ficarem chocadas com a semelhança. Ele mesmo ficava chocado às vezes.

— Ele não é meu irmão — disse olhando para o professor, que mantinha a atenção fixa e redobrada na direção deles. Uma aura de Rei da Noite, vou matar vocês.

— Não?

— É meu tio.

Naruto, cara de tacho, começou a rir debochado quase dando tapas na mesa. Ele era eufórico demais para o bem das pessoas que o cercavam. Encarou o amigo de olhos arregalados.

— Teu tio?! Com aquela cara de bebê? Ele é o quê? Vampiro? Da seita da Avril Lavigne?

A voz dele era naturalmente alta, empolgado daquele jeito ultrapassava os limites.

— Cala a boca, Naruto.

— Ele usa produtos Ivone?

— Vai se foder.

— Jequiti...?

Sasuke queria rir de verdade, mas havia um par de olhos vermelhos como o fogo do inferno fixos nele. O professor estava de marcação há dias, cedo ou tarde iria rodar.

Na janela, escorado na parede e silencioso observando os alunos tentando resolverem a atividade exemplo, o sol escaldante queimava as costas de Tobirama sem que ele ao menos se incomodasse.

— Ei, Sasuke, o professor não lembra o Olaf da Frozen?

Sasuke grunhiu, tentando conter a risada que lhe escapava de um jeito bem constrangedor; chamando a atenção dos outros alunos. E já sabia que estava mais do que fodido quando o professor Senju indicou a porta com um aceno de cabeça.

— Sasuke, Naruto...

Ótimo.

— Sim, querido professor — Naruto sorriu bancando o coquete.

— Pra fora.

[...]


Não tinha nem duas semanas que havia voltado para Konoha na intenção de rever os familiares e passar algum tempo em família e já queria fugir para Tóquio na primeira chance.

Izuna não tinha tempo e nem disposição para passar um mês inteiro naquele lugar, não se acostumava mais, e mesmo que estivesse feliz por rever pessoas importantes, a urgência em ir embora o quanto antes persistia o deixando louco e ansioso.

Ele estava na varanda do segundo andar, tentando se embalar na rede, mas não havia uma única uma brisa fresca, apenas o quente do meio dia. O vento era tão real quanto água no deserto.

A maioria das pessoas normais estaria na orla e tinha um cuidado redobrado ao sair de casa, então ficava isolado no andar de cima, tentando ler alguma coisa ou dormir até os zumbidos dos mosquitos começarem a sinfonia da tarde.

— Oh, você estava aí!

Ele parou de embalar e olhou para a porta, vendo Sasuke entrando com uma cara não muito boa. O seu rabo vinha atrás, aquele Uzumaki, os dois andavam juntos para cima e para baixo o tempo todo. Izuna não dizia nada, mas na sua época, isso se chamava outra coisa.

Don't Go Away (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora