Not Today

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Então nós desmoronamos 
E partimos o coração um do outro
Se quisermos viver um amor jovem, 
Melhor começarmos hoje.
E algo não acaba enquanto não tiver acabado
Eu não quero esperar por isso
Tem que ficar mais fácil 
E mais fácil de alguma forma.
Mas hoje não.
Hoje não.
(Not Today - Imagine Dragons)

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Izuna respirava ofegante, calor irradiando através de sua pele, incapaz de quebrar o contato visual ou parar os beijos, mesmo que já estivesse sem fôlego. Puxava os cabelos de Tobirama na nuca com uma mão, e envolvia os ombros largos com a outra, estremecendo ao sentir as mãos dele o sustentando em seu colo com tanta facilidade ao passarem pela porta. 

— Você é muito falso e cruel, seu cretino... — Izuna achava graça e caiu na cama todo mole incapaz de prender o riso diante do constrangimento dele. — Por que me disse que ele não tinha nome? Você ganha o que mentindo desse jeito?

Tobirama revirou os olhos arrancando a camisa e jogando no chão, depois lançando um olhar crítico ao Izuna que o devorava com os olhos como se fosse lambê-lo da testa aos pés. Tinha planos maquiavélicos para Izuna essa noite, e estava mais do que decidido a colocá-los em prática quando viram um raio subindo na cama em um salto triplo. 

Não teve como se sentir mais traído quando a bola de pelos foi se esfregar nos braços do outro lá, ronronando. Izuna já havia passado pela experiência nada agradável de ver Izu indo de gato fofinho pra gato infernal, mas se queria ficar brincando e fazendo cena, era problema dele. Tobirama que não iria assumir responsabilidade quando o gato mordesse a cabeça dele. 

 Machi vixi é tão fifinho...— ele começou a fazer voz fina apertando o gato, que miava ronronando de volta mais fácil que Tobirama, que já estava com ciúmes agora. — Mas me diz, por que não me contou antes? 

Precisava dizer mesmo? Qual era a necessidade disso? 

— Pra evitar justamente essa pergunta. 

Izuna estreitou as sobrancelhas e passou o animal para ele, que começou a levá-lo para fora do quarto. Depois que destruiu três sapatos, cinco cochas de cama e mais de três travesseiros, não o deixava mais dormir no quarto e só entrava quando Tobirama estava presente para evitar que o furacão destruísse o mundo. 

— Por quê? Desde quando você é tímido? 

Tobirama o encarou jogado em seus lençóis corado, não sabia se pela situação ou pela manhã de sol, com aquele olhar cínico, de prepotência velada, de quem sabia até demais. Izuna tinha a resposta que queria, mas iria cutucá-lo com a vara curta até ouvir as palavras saírem de sua boca. 

— Acho que eu só queria um pretexto pra falar seu nome em voz alta, quando fazia isso, sentia que você estava mais perto. — Tobirama riu de sua própria situação sentando na cama outra vez, mexendo nos cabelos. Ainda havia traços de humor em Izuna, mas seus olhos não eram capazes de esconder a tristeza. — Mas era só um gato que me distraia às vezes. Hoje em dia quando penso nisso, parece que foi há anos, com outras pessoas... — Esticou o braço alcançando a mão dele, entrelaçaram os dedos por um segundo, tempo suficiente para Tobirama inspirar até seus pulmões doerem e juntou-se a Izuna na cama.  — Eu sempre soube que você tinha sonhos e ambições, que tinha medo do fracasso, por isso sempre dava o melhor de si. Já eu só queria uma vida tranquila e o essencial. Meu pai nos educou assim. Quando minha mãe morreu no parto do Kawarama, as coisas ficaram muito difíceis pra gente, eu era pequeno e não entendia o luto. Hashirama sempre foi mais emotivo, ele chorava muito por causa dela e o pai brigava com ele, dizia que não devia chorar porque não era daquele jeito que homens enfrentam a dor. Mas Hashirama nunca se importou com a opinião dele. Depois de tantas brigas e presenciar meu irmão apanhando por causa do seu excesso de emocionalismo, a primeira coisa que aprendi com meu pai foi que não se cura dor com lágrimas. Acho que por isso nunca consegui chorar de verdade pela minha mãe, tentava ao máximo ser um porto seguro para os dois.

Don't Go Away (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora