— O que acha de irmos embora? — Axel propõe, estávamos encharcados da chuva, nossos cabelos pingando, minha respiração ofegante.
— Acho uma ótima idéia. — ele me abraçou, colocando o queixo na minha cabeça, Axel era alguns centímetros maior que eu, então quando eu o abraçava, sentia as batidas ritmadas do seu coração.
Minha sorte era que a maquiagem era a prova d'água, ao contrário eu estaria parecendo uma boneca de porcelana derretida. Torci um pouco do meu cabelo tentando tirar o máximo de água que eu conseguia e Axel e eu voltamos a entrar na festa.
Fomos até nossos amigos que estavam sorrindo como o Cheshire e eu revirei os olhos automaticamente.
— Então?... — Elle perguntou, eu e Axel trocamos olhares confusos e ela bufou.
— Estamos indo embora. — ela sorriu ainda maior, agora um sorriso extremamente malicioso, corei na hora.
— Não precisa ficar com vergonha amiga, transar é normal e... — Axel cortou ela, mandando a mesma ficar quieta.
— Cala a boca Eleonor, não vamos transar, apenas vou levar ela pra casa, estamos molhados e é perigoso ficarmos doentes, depois vamos para sua casa. — Ax explica, apenas assinto em concordância, com frio demais para formular uma frase coerente.
Nos despedimos de todos e fomos até o carro de Axel, me sentei e logo senti o ar quente tomar conta do ambiente, fazendo meu frio passar um pouco.
— Estou sem a chave de casa, posso te levar em um lugar? — assenti, sorrindo animada, eu amava visitar lugares diferentes.
— Claro que pode!
— Mas antes, vai para o banco de trás, tem uma toalha limpa, abre a bolsa que tem aí que dentro tem roupas secas, são minhas mas acho que dá. — obedeci, fazendo como ele havia dito, peguei uma blusa preta que tinha uma rosa pegando fogo, me sequei e com muito cuidado para Axel não ver, tirei a saia e o top, colocando a blusa por cima.
Por causa da saia que era um tecido diferente, o shortinho que eu usava não molhou, a blusa cobriu ele por completo e logo eu me sentia melhor e mais quentinha, a chuva tinha parado e agora o céu estava estrelado, nem parecia que a minutos atrás tinha chovido.
A estrada estava escura, sendo iluminada apenas pelos faróis dos carros e a luz da lua, no carro tocava uma música baixinho que eu não conhecia, mas que Axel sussurrava a letra. Não demorou mais que vinte minutos para ele estacionar o carro, estávamos aparentemente no meio do nada, no pé de uma das montanhas que cercava New Hills City.
— Vamos ter que andar um pouquinho, se importa? — neguei, ele segurou minha mão e senti um choque de eletricidade passar por toda ela.
Subimos a montanha, tinha uma escadaria ao lado que facilitava, demorou apenas alguns minutos para chegarmos aí topo, dando de cara com o enorme céu estrelado. Olhei a lua enorme dali, meus olhos quase brilhando.
Axel me puxou até um pequeno lugar, era uma casinha de madeira, aconchegante e que tinha apenas uma sala com lareira e sofá-cama, mas era um bom lugar para passar algumas horas.
— Esse é meu lugar especial, passei a não ver mais sentido em estar nele sem minha pessoa especial. — ele diz sorrindo, sorrio constrangida, não sabia reagir a cantadas e nem a elogios.
— É lindo aqui. — voltamos para fora, senti a brisa leve bater contra meus cabelos, bagunçando-os, a fina chuva voltou a cair e eu já ia entrar quando Axel estendeu sua mão para mim.
— Aceita uma dança? — assenti, eu não conseguia parar de sorrir, Axel segurou minha mão e minha cintura, apoiei minha cabeça no seu peito, dançamos sem música até nossos pés doerem, debaixo da fina garoa de novembro.
Entramos na casinha e nos sentamos no sofá-cama, Axel nos cobriu com uma manta grossa, ele apoiou a cabeça em meu colo e eu acariciei seu cabelo, brincando com as madeixas escuras.
— Quando eu era pequeno, eu e meu avô vínhamos muito aqui. — ele começa dizer, o único som que era ouvido eram dos galhos queimando na lareira e a chuva engrossada ao lado de fora. — Depois que ele morreu, deixou esse pequeno lugar para mim, era nosso lugar secreto, ninguém sabe dele além de nós dois, uso ele para espairecer.
Eu estava maravilhada, Axel era tudo o que alguém iria querer para um homem, mas porquê eu estava com medo? Eu estava com medo de me machucar ou de machucar ele?
Suspirei, deixando esses pensamentos para lá e apenas focando no agora. Era agora que importava, e agora eu estava junto a Axel, nada mais importava.
Toquei o colar do yang, lembrando de suas palavras, de nossas promessas e voltei a fazer cafuné em sua cabeça, ele brincava desenhando círculos imaginários na minha perna. O silêncio tomou conta do lugar, era confortável, estávamos apenas desfrutando da presença um do outro.
— Amélia? — resmunguei um "hm" em resposta. — Você já se apaixonou algum dia?
Antes de Axel, eu havia me apaixonado? Havia amado alguém? Antes de Axel, eu já havia sentido essas mesmas sensações de frio na barriga, mãos soando? Não, a resposta era mil vezes não.
— Não. — falei, eu tinha vontade de contar meus sentimentos para ele, mas minha insegurança não permitia, era como se algo me prendesse de me expressar. — Você já?
— Já, Luise foi o meu primeiro amor. — seus olhos entristecem e o meu peito aperta. Eu sei que ele é Luise quase tiveram uma filha, e que eu sou apenas a melhor amiga que ele beija as vezes.
Automaticamente meus olhos encheram de lágrimas por pensar em Axel com outra, pensar que pela minha insegurança não tínhamos nada a mais, estava com um nó na garganta por pensar que se ele sentisse o mesmo, já teria dito.
Sequei as lágrimas antes dele ver, meus olhos transbordando, sem querer uma lágrima pingou em sua testa, e logo outra. Porque eu estava chorando, porque estava tão desesperada em só pensar em Axel com outra?
— Ei princesa, porque está chorando? — ele levantou do meu colo, me puxando para um abraço e secando minhas lágrimas que teimavam em cair, o nó na minha garganta se apertou e o choro intensificou.
Afinal das contas, eu nunca seria suficiente para ficar com Axel Johnson.
Aiai esse final...🙁😢💔
Maratona 1/3
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Sete Coisas Para Amar Em Axel Johnson
JugendliteraturMinha mãe sempre dizia que todos temos controle da nossa própria vida e que, escrever o futuro está em nossas mãos. Mas não era assim que eu me sentia naquele momento. Sabe a sensação de quando você se afoga? Que os pulmões ardem como fogo, sua garg...