Minha mãe sempre dizia que todos temos controle da nossa própria vida e que, escrever o futuro está em nossas mãos. Mas não era assim que eu me sentia naquele momento. Sabe a sensação de quando você se afoga? Que os pulmões ardem como fogo, sua garg...
Minhas olheiras estavam aparecendo um pouco enquanto eu e Axel andávamos pelas ruas de New Hills City a procura de uma sorveteria porque segundo Axel, eu tinha que experimentar o melhor sabor existente.
Claro que eu não neguei, porque além de não ter mais amigos ou coisas para fazer, a presença de Axel era sempre bem vinda para mim, eu amava me divertir com ele e suas loucuras.
— Meus amigos vão estar na sorveteria que fica daqui a um quarteirão, você se importa de ficarmos com eles? — Axel pergunta, como se eu fosse capaz de dizer não, afinal eles eram tão amigos dele quanto eu.
— É claro que não. — falei e sorri fraco, mas uma vez a insegurança me pegou em cheio, será que eles vão gostar de mim?
Eu tinha um terrível problema do "será" e do "e se", isso me atrapalhava em várias áreas da minha vida, eu tentava de todas as formas possíveis afastar esses maus pensamentos mas obtinha sucesso poucas vezes, o que quase sempre eu odiava.
— Eles vão te adorar, acho que você vai se dar bem com todos eles. — Axel diz genuinamente, enquanto nos aproximamos da porta do local, era todo decorado em tons vintage e os garçons e garçonetes andavam de patins pelo lugar.
Axel me dirigiu até a mesa no canto, onde haviam mais quatro pessoas sentadas, engoli em seco e minhas mãos soaram. Será que...
— Então essa é a famosa Amélia que roubou um pouco do tempo do nosso moreninho? — perguntou a garota, sem um pingo de deboche ou algo do tipo, ela apenas estava sendo divertida.
— Bom, creio que sou eu. — sorri dando de ombros, minha timidez falando mais alto e minhas bochechas corando.
— Pra que toda essa timidez menina, senta aqui do meu ladinho vem. — um dos garotos; o mais alto, me puxou pelos ombros me fazendo sentar ao seu lado. — Aqui é todo mundo família, mona mour, meu nome é Lukas, esses dois aí são o Asher e a Eleonor, ou Elle que fica mais fácil.
— Prazer gente. — falei e a garota, Elle sorriu para mim.
— Essa foi a garota mais legal e menos nojenta que você apresentou para a gente, já gostei dela. — Elle diz a Axel, que revira os olhos, o fato de saber que ele já apresentou outras garotas para os amigos dele me deixa incomodada.
— Você nem a conhece ainda Eleonor, acalme seus ânimos. — ele disse emburrado.
— Quer dizer que está me chamando de nojenta? — ergui uma sobrancelha pra ele, que ficou com as bochechas vermelhas enquanto negava veemente.
— Ih amigo, foi pego na mentira hein. — Asher brincou fazendo Axel arregalar os olhos e eu rir ainda mais, ao ponto da minha barriga doer, pensei que nunca veria ele tão vermelho quanto agora.
— E-eu vou buscar os sorvetes. — ele virou de costas fazendo todos rirem e foi até o balcão, todos fizemos um highfive em comemoração por deixarmos Axel com vergonha.
— Eu realmente gostei de você garota, me passa seu número? — passei para ela que logo me adicionou no grupo dos seus amigos, eu me senti como se eu realmente fizesse parte deles. E isso me apavorou, porque eram mais gente que eu estava me aproximando, não sabia se isso era bom ou ruim.
💝
— Não pode impedir eles de se aproximarem de você, Am. — papai fala enquanto dobra o papel mais uma fez, naquela tarde estávamos fazendo origamis porque não tínhamos nada muito melhor para se fazer.
— Eu sei! Mas as vezes eu acho que seria melhor se eu ainda estivesse sozinha sabe? Não quero fazer mais gente sofrer. — olhei para ele respirando fundo. — As gêmeas pediram para virem dormir aqui hoje.
— Diga a elas para virem. Você precisa de pessoas a sua volta, mesmo que não queira admitir para si mesma. — papai sorri, seu olhar triste e cansado.
— Você precisa de uma namorada, é isso. — meu pai arregalou os olhos tão exageradamente que eu ri. — Me de seu celular.
Ele negou e saiu correndo com o celular nas mãos, me fazendo correr atrás dele, em uma determinada hora ele tropeçou e saiu rolando pela grama do jardim. Muitas das vezes meu pai parecia mais adolescente que eu.
Fui correndo até ele e peguei o celular em um movimento rápido, correndo em seguida para me trancar no banheiro. Quando eu finalmente consegui, instalei o tinder e criei sua conta, sai do banheiro somente quando tive certeza que a barra estava limpa.
Encontrei uma cena Ilária na sala, meu pai, um cara grande, forte e alto, sentado com os braços cruzados e uma cara de emburrado no rosto com direito até a biquinho, parecendo uma criança.
— Agora é só encontrar alguém que goste! — falei abraçando ele por trás.
— Não quero ninguém. Já tenho você. — ele fala ainda sem me olhar e meu coração aperta.
— Não por muito tempo. Quero alguém que te ame e te faça companhia quando nosso tempo acabar. — falei e ele deu um suspiro fraco, assentindo. — Vamos olhar algumas mulheres!
Ele não evitou de fazer uma careta desgostosa, me sentei do seu lado e passamos o restante da tarde assim, olhando e rindo do perfil de algumas mulheres.
No fim, marcamos um encontro com uma mulher que se chama Laís, ela mora perto do centro e eles se encontrariam na noite do outro dia.
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O que vocês acham que vai dar o pai da Mia no tinder? kkkkkkkkk
