Axel Johnson, horas depois do beijo
(não, vocês não leram errado!)Eu realmente não sabia o que pensar, minha cabeça estava extremamente confusa com relação a Amélia Becker. A garota me fazia sentir como nenhuma outra conseguiu, eu não tinha certeza que estava apaixonado por ela, mas tinha certeza de que sentia algo.
Voltei a jogar a bolinha de tênis para cima, deitado de ponta cabeça na minha cama, meu quarto mais uma vez estava revirado e, como sempre eu não lembrava de nada. Eu não sabia como isso acontecia, quando algo me estressava ou me entristecia muito, eu perdia o controle dos meus sentimentos, minha mente apagava e eu voltava só depois de tudo ocorrer.
Ouvi batidas ritmadas na porta, reconheci o som. Quando éramos menores, eu e Lisha sempre batemos na porta do outro de um jeito ritmado, apenas para sabermos quem é sem precisar abrir, isso ajudou muito na época em que os pais da Lisha e eu estávamos brigados.
— Entre. — falei, não abandonando aquela posição e nem olhando para a porta, ouvi ela bater e senti minha irmã mais nova se sentar no colchão, observando cada detalhe do meu rosto minuciosamente.
Eu conhecia Alisha desde que a mesma nasceu, sabia que ela queria dizer algo para mim, e sabia ainda mais pela sua expressão que não era algo tão bom assim.
— Pode dizer.
— Você está apaixonado. Eu reparei o jeito que você olha para a Amélia, Ax. — e era isso, Alisha me conhecia, mas no fundo eu desejava que ela estivesse extremamente enganada, eu não poderia me apaixonar por alguém que estava morrendo.
Infelizmente era isso o que estava acontecendo, Amélia Becker estava morrendo, a garota tinha pouco mais de um mês de vida, não havia simplesmente nada que eu poderia fazer quanto a isso. Mas Amélia não era só isso, ela era mais que apenas uma garota que estava morrendo.
Amélia era a garota mais especial que eu já conheci, sua alma era linda e muitas vezes eu tive o prazer de presenciar ela sendo ela mesma. Quando ajudou uma senhora com as sacolas no metrô, quando deu uma flor para uma garotinha que também tinha câncer.
Eu adorava suas manias, o jeito como ela sempre tirava o óculos da ponta do nariz com o dedo, ou quando ela ruborizava por pouca coisa, ou toda vez em que colocava o cabelo atrás da orelha.
É, eu realmente estava fodidamente apaixonado por Amélia Becker, e isso me assustou mais que o esperado.
Eu não sabia o que esperar dela, não tinha uma noção do que fazer para ajudá-la, não sabia como aliviar sua dor e tinha muitas dúvidas quanto falar para ela o que eu estava sentindo. Eu tinha medo de ser machucado pela Amélia, mas ao mesmo tempo eu tinha medo de não tentar.
Soltei um grunhido e parei de jogar a bolinha para cima, cobrindo o rosto com o braço, talvez fosse melhor esconder essa paixão dela. Mia não precisava de mais algum idiota apaixonado atrás dela, ela precisava de um amigo e alguém que demonstrasse que nunca mais soltaria sua mão.
— Sim, eu estou apaixonado. — conclui, olhando para minha irmã que sorria com pena, antes de ela sequer tentar dizer algo, me levantei da cama caminhando para o banheiro. — Vou levá-la para um lugar hoje, amanhã prometo que te levarei para tomar sorvete.
O sorriso da minha irmã se alargou, a única coisa que ela amava mais que suas músicas era o sorvete, seu favorito era de menta. Eu estava realmente precisando passar um tempo com minha irmã mais nova, ela estava crescendo e eu não queria me fazer ausente.
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Sete Coisas Para Amar Em Axel Johnson
Fiksi RemajaMinha mãe sempre dizia que todos temos controle da nossa própria vida e que, escrever o futuro está em nossas mãos. Mas não era assim que eu me sentia naquele momento. Sabe a sensação de quando você se afoga? Que os pulmões ardem como fogo, sua garg...