Rodrigo saiu da conversa com a agente em paralelo à DR com sua namorada cansado, afinal é sempre desgastante dar término a uma relação, sendo ela marcante ou não. E seu inventário daquela conversa com sua até então namorada era um punhado de ressentimento de uma das partes, exaustão da outra e possivelmente arrependimento da parte de ambos. Mas essa etapa já estava concluída, talvez demorasse para curar dores e desamores, mas disso o tempo ia se encarregar e mostrar a quem se sentisse em desvantagem que esse era mais um dos tantos ciclos de sua vida que se fechou para que outro se iniciasse. Para Rodrigo uma parte do que levaria para o seu futuro estava resolvida, mas faltava ainda a parte mais importante, aquela que realmente era a razão de tudo até esse momento e que agora Rodrigo ia poder afinal vivenciar plenamente. Decisão tomada Rodrigo acelerou seu carro e em minutos estava na porta da razão maior de sua vida.
- Oi Cris.
- Oi Rodrigo, quanto tempo?
- Verdade... Cris?
- Lá em cima, segunda porta à esquerda, tenho certeza que você lembra?
- Lembro sim.
- Cris?
- Vá lá meu querido, você vai conseguir domar a fera.
- Vou tentar.
- Tenho certeza que você vai conseguir... Agora suba.
- Obrigado Cris.
- Boa sorte.
E assim Rodrigo subiu até aquela porta com a insegurança de um menino que fez algo que julgava certo, mas que sabia que havia causado um dano. Ele bateu na porta.
- Entra Dona Cris.
- Não é a Cris.
- Rodrigo? Juliana estava atônita, mas numa fração de segundo ela ficou furiosa.
- O que você está fazendo aqui depois de...
- Depois do que eu declarei na coletiva?
- Sim, você tem consciência da situação que você me colocou? Eu liguei pra você várias vezes e você me ignorou.
- E você Ju tem consciência de que nós dois já havíamos tratado disso e eu havia deixado claro que você não ia definir essa situação sozinha, que eu também tinha o direito de me posicionar. Estranho você me cobrar que não atendi suas ligações, se você tinha feito o mesmo comigo. Nós dois indiretamente percebemos que não adiantaria tratar do assunto por telefone por isso ambos ignoramos as ligações um do outro.
- Rodrigo você tinha um compromisso.
- Eu tinha um acordo de conveniência, você sabe bem as bases dessa situação.
- Eu sei, mas eu não podia deixar você vulnerável à mídia.
- Certo, mas se colocar como alguém volúvel ou autossuficiente frente à mídia você podia?
- Rodrigo eu não podia prejudicar seu namoro.
- Mas podia posar de mãe solteira ou como disse um dos jornalistas, mãe de um filho sem pai?
- Você está sendo grosseiro, não basta eu ter ouvido isso em rede nacional?
- Desculpa Ju, eu não queria ter dito isso, mas...
- Mas você queria se vingar de mim por ter decidido sozinha uma situação que era nossa.
- Ju eu confesso que quando vi sua coletiva fiquei furioso por você ter ignorado o que eu pensava, mas você me conhece o suficiente pra saber que meu conceito de família é muito enraizado em mim e que eu jamais iria renegar um filho. Essa criança que está aí dentro de você não é só sua, tem uma parte minha também e eu jamais vou abrir mão de uma paternidade seja por que circunstância for.
- Rodrigo eu...
- Ju eu vim aqui para lhe dizer isso e para deixar claro que não importa o status que a nossa relação venha a tomar de agora em diante eu sou o pai do seu filho e também vou fazer parte da vida dele tanto quanto você. Vamos ter que aprender a conviver em benefício da maior razão de tudo isso: nosso filho. Desculpe por ter desmentido você em rede nacional, mas eu precisava fazer isso porque ouvir aquele jornalista dizendo que você ia ser mãe de um filho sem pai me tirou do eixo, não era justo com você, não era justo comigo, mas principalmente não era justo com esse inocente que não tem culpa do momento maluco na vida dos pais dele. Era isso, agora vou deixar você em paz, eu não quero ser alguém que te traga lembranças de mágoa, rancor, só quero poder exercer o papel de pai do seu filho que também é meu filho.
- Tchau Ju.
E dito isso Rodrigo virou as costas e saiu.
- Tchau Cris.
- Tchau Rodrigo.
Juliana depois de tudo que ouvira saiu do transe e correu escada abaixo.
- Mãe, o Rodrigo...
- O Rodrigo já foi minha filha, pelo visto vocês não se acertaram.
- Pra onde ele foi?
- Ju de verdade eu não sei, eu...
- Ele só pode ter ido pra lá.
- Pra lá onde Juliana, você não está falando coisa com coisa.
- Eu vou pra lá.
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Verdade à Tona (Inventário de Sentimentos)
RomanceNunca é demais dizer q aqui é um espaço de ficção, fantasia. Nd aqui tem compromisso com a realidade, o texto aqui é pra divertir, sonhar. Prometo emoção, leveza, humor e um tantinho de fofura. Sejam bem vindos e sempre amor no coração. Já fui ju...