19

772 49 1
                                    

Eu estava gritando, minha voz cheia de raiva e dor. A discussão com Archie havia atingido seu ponto mais alto, e eu não conseguia mais controlar minhas emoções. Ele estava lá, na minha frente, com os olhos cheios de frustração e desdém, e eu sabia que ele não se importava. Não realmente.

— Como você pôde fazer isso comigo, Archie? — eu gritei, sentindo as lágrimas queimarem em meus olhos. — Eu confiei em você! Eu te amava!

Ele revirou os olhos, cruzando os braços de maneira defensiva.

— Ah, por favor, Speedy. Não faça isso parecer maior do que é. Foi um erro, ok? — ele disse, sua voz fria e impassível.

— Um erro? — eu ri amargamente, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. — Você me traiu com a Abigail! Isso não é só um erro, isso é uma traição!

Archie deu um passo à frente, sua expressão endurecendo.

— E daí, Speedy? Você sempre foi tão perfeita, tão intocável. Talvez eu quisesse algo diferente. Algo real.

Essas palavras me atingiram como uma bofetada. Eu estava tão cega pelo amor que sentia por ele que não percebi o quão cruel ele podia ser. Minha raiva se transformou em desespero.

— Eu pensei que você me amava. — sussurrei, minha voz quebrando.

— Isso foi antes de você se tornar um peso, Speedy. — ele respondeu friamente. — Antes de você começar a me sufocar com suas expectativas.

A dor em meu peito era insuportável. Senti-me traída, usada e descartada.

— Você é um covarde. — eu disse, minha voz baixa mas firme. — Um covarde que não sabe o que é amor de verdade.

Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, Archie puxou um revólver de dentro do casaco. Meu coração disparou e o pânico tomou conta de mim.

— Você não vai terminar comigo assim, Speedy. — ele disse, a voz fria e calculista. — Se eu não posso ter você, ninguém mais vai ter.

— Archie, por favor... — eu implorei, recuando, minhas mãos levantadas em um gesto de súplica.

Mas ele não ouviu. Ele levantou a arma e, num instante que pareceu uma eternidade, o som da bala partindo o ar surgiu num baque.

Acordei com um sobressalto, meu corpo coberto de suor frio e meu coração batendo descontroladamente. Estava na minha cama, no escuro, mas a sensação do pesadelo ainda estava vívida em minha mente. Eram quatro horas da madrugada e eu sabia que não conseguiria dormir de novo.

Levantei-me e vesti uma roupa de treino. Precisava me mover, precisava fazer algo para afastar aqueles pensamentos. Fui para a academia da mansão, onde comecei a correr na esteira. Cada passo, cada respiração pesada, ajudava a dissipar o terror do pesadelo. Corri até sentir minhas pernas queimarem, até a exaustão física começar a acalmar minha mente.

Quando o sol começou a nascer, terminei meu treino e fui tomar um banho. Deixei a água quente lavar o suor e a tensão do meu corpo, tentando encontrar um pouco de paz. Vesti uma roupa confortável e desci para a cozinha, onde encontrei Holt lutando com a máquina de café, claramente frustrado.

— Maldita máquina... — ele murmurou, batendo no aparelho.

Não pude deixar de sorrir, apesar do cansaço e da angústia. Ver Holt assim, tão normal e humano, trouxe-me uma sensação de conforto.

— Bom dia, Holt. — eu disse, me aproximando.

Ele se virou, seus olhos suavizando ao me ver.

— Bom dia, Speedy. — ele respondeu, tentando sorrir. — Parece que a máquina de café está contra mim hoje.

Uma Banda em Hollywood [18+] REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora