Capítulo 11

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[...]

Após uma semana repleta de aulas, finalmente chegara Sábado.
Summer deixara-se dormitar até tarde, para variar. O sol penetrava por entre as brechas da persiana, amenizando a temperatura do quarto e deixando-o no ambiente aconchegante e propício para a preguiça.

Acordou, porém, atordoada com o vibrar do telemóvel. Levou a mão excluída pelos lençóis em direção à mesinha-de-cabeceira, de modo a procurá-lo pelo tato. Agarrou no aparelho cujo ecrã cintilava de forma intermitente e olhou-o, com um olho ainda cerrado.

O nome de Austin surgiu na tela principal.

"O que me dizes a vir cá à casa? Sugiro filmes pela madrugada fora, ou quiçá, algo da tua preferência."

Riu com o duplo sentido da última parte do texto. Típico.

"Alinho, porque não? Soa-me a tempo bem passado. Vemo-nos logo!"

Atirou o objeto para o lado oposto da cama e levantou-se, verificando que o relógio já marcava a uma da tarde.

Dirigiu-se ao quarto da irmã, notando o silêncio suspeito que pairava na habitação. Bateu à respetiva porta e, após escutar um entre da sua parte, adentrou-se pela divisão.

- Bons olhos te vejam. - Uma Lilian ensonada cumprimentou, instalada na secretária com um livro de romance entre as pernas.

- Bom dia. - a mais velha sorriu-lhe - Ouve, é possível que eu não durma em casa hoje. Há problema?

A mais nova lançou-lhe um sorriso perverso, que a fez corar instantaneamente.

- Claro que não, maninha. Aproveita a tua noite. - Piscou-lhe o olho - Sendo assim, posso ligar à Allison para me fazer companhia?

- Claro! É uma ótima ideia. - Summer anuiu - Adiante, já almoçaste?

- Sim, acabei de o fazer. Se soubesse que estavas prestes a acordar, esperava por ti.

- Sem problema. Eu vou até à cozinha comer algo. - Ela dirigiu-se à porta da divisão - Até já!

Correu escadaria abaixo, afim de encher o estômago que resmungava em sinal de falta de alimento.

Parou, estática, em frente ao frigorífico, cogitando sobre o que poderia servir de refeição. Por fim, agarrou numa lasanha congelada e colocou-a no microondas com gestos aborrecidos.

(...)

- Bom dia. - Zeke cumprimentou o irmão, vendo-o a arrastar-se pela cozinha adentro.

- Ei. - Austin correspondeu o ato, juntando-se-lhe no balcão - Acordaste cedo, algum motivo em especial?

- Insónias, o mesmo de sempre. - O moreno encolheu os ombros, levando uma torrada à boca - Pelo menos aproveito a tarde com algo produtivo.

- Porque é que as tuas quebras de sono já não me surpreendem... - O irmão suspirou, acenando negativamente.

- O que queres dizer? - Ergueu uma sobrancelha, atónito com o comentário anterior.

- Tens uma rotina controversa, esses são os efeitos colaterais da tua agitação constante. Eu sei que já conversamos sobre isto, mas porque não arranjas outro emprego? Algo estável, um horário fixo, al-

- Tens razão, já falamos sobre isto. - Cortou-o - E não vou mudar de ideias. Gosto do que faço, é o que me basta.

- E olha o que te está a fazer. - Ripostou, em discordância.

- Quem corre por gosto não se cansa. - Ele insistiu, abandonando o apoio no balcão onde até outrora se recostara - Além disso, sei tomar conta de mim.

As Faces do amor [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora