Capítulo 12

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[...]

O alarme de Austin disparou num súbito ribombo, mal soaram as dez da manhã. O Sol teimava em vencer as finas cortinas que, por sua vez, cediam perante a intensa luminosidade que o dia primaveril revelava.

Contudo, apesar dos obstáculos a um sono tranquilo, a vontade de despertar de ambos os corpos adormecidos na cama escasseava, principalmente após mergulharem no calor solar aconchegante.

- Hum, que horas são? - Summer agarrou no telemóvel e olhou através do relógio digital do aparelho - Austin, está na hora. Temos que nos levantar.

- Temos? - Indagou o loiro meio entorpecido, numa voz rouca.

- Eu tenho, pelo menos. - A loira arremessou uma almofada - Continuo a ter uma irmã mais nova em casa, sabes?

- Eu sei. - Subitamente, pulou da cama - Vou preparar o pequeno-almoço. Vejo-te daqui a nada?

- Tão querido. - Ela sorriu de canto, depositando um beijo na sua bochecha - Desço num instante.

Procurou as suas peças de roupa espalhadas pela divisão e dirigiu-se à casa de banho. Em poucos minutos recuperou um ar minimamente vivo e fresco.

Correu escadaria abaixo, em direção à cozinha. O convidativo cheiro a café e panquecas invadiu-a e automaticamente o seu estômago alertou para a necessidade de alimento.

- Bom dia, Summer. - Deu um pequeno salto de susto com a voz de Zeke. Não esperava que ele estivesse ali - Bom, não tinha a intenção de te assustar.

- Não te preocupes. - Sorriu-lhe - Foi apenas inesperado.

- Eu e o meu irmão estivemos a conversar ontem. - Austin, que mantivera o seu foco no fogão, interveio - O que me dizes a sairmos esta noite?

- Bem, não tenho planos e, tanto quanto sei, nem a Lilian. - A loira entusiasmou-se com a sugestão - Têm algum destino em mente?

- Por acaso, temos. - O moreno rodou a cadeira na sua direção - Sugiro irmos até à capital, Olympia, soa-te bem?

- Olympia? Pensei que ficaríamos por Seattle.

- Porquê ficar sempre submetidos à mesma rotina, quando existem inúmeras cidades à espera de ser visitadas? - Austin amparou os braços no balcão, dispondo um prato de panquecas quentes na sua frente - Atenção, a nossa cidade é lindíssima, mérito à parte, porém apetece-me apreciar outras vistas.

- Vamos no meu carro, sem problema. - O irmão acrescentou - Saímos ao final da tarde e desfrutamos da noite.

- Ótimo! Sendo assim, alinho. - Sorriu-lhes, animada pelo plano.

- Fala com a tua irmã, para não haver surpresas. - O loiro lembrou, caminhando em direção ao corredor - Vou buscar o meu telemóvel, volto num instante.

Summer pôde finalmente focar no manjar que o seu namorado preparara.

- Como correu a noite? - Sentiu Zeke sorrir do lado oposto da bancada, dando um gole no sumo de laranja.

- Incrível. - Summer respondeu, rindo com a segunda intenção na pergunta - E tu, como tens andado?

Zeke deu de ombros.

- Bem, dentro dos possíveis. Trabalho noturno não é para qualquer estômago, por assim dizer.

- Desculpa a pergunta. - Pausou, de modo a permitir ao rapaz anuir a questão que viria - Mas o que fazes, ao certo?

- É uma pergunta válida, raramente falo acerca de mim próprio. - Admitiu - Sou segurança. Quer dizer, mais concretamente, faço parte de um vasto quadro numa empresa de segurança privada. Tu sabes, aqueles matulões vestido de preto e braços cruzados que te barram a passagem nas discotecas e nos museus.

As Faces do amor [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora