Capítulo 29

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[...]

- És impossível. - Lilian bufou, subindo a passos largos as escadas de volta ao apartamento, perante a expressão animada de Zeke que ria com a situação - Não acredito que me fizeste correr todo o caminho.

- Ei, correste porque quiseste. - O moreno ergueu os braços em sinal de inocência. No mesmo instante, desfez-se em altas gargalhadas que ecoaram por todo o corredor.

- Achas piada? - A figura loira cerrou-lhe os olhos, fechando a porta atrás de si.
Correu escadaria acima, em direção ao quarto dele, sendo seguida pelo mesmo.

- Porque não haveria de ter? Ficas tão querida quando te zangas. - Gozou, parado junto da entrada da sua divisão.

- Hum, veremos. - Frustrada, cruzou os braços e andou na direção oposta, ao parapeito da janela, onde se encostou.

- Então, continuas amuada? - Juntou-se-lhe. Ante a ausência de resposta, levou as mãos à sua cintura, fazendo cócegas deliberadamente.
Instantaneamente, Lilian desatou às risadas, contorcendo-se toda em desespero.

- Pára com isso, agora! - Ordenou, quase sem fôlego. Zeke persistiu, até que ambos se estatelaram no meio do chão, sob o tapete lãzudo situado ao centro do espaço.

- Paro quando deixares de estar amuada. - Ele contrapôs, imobilizando-a contra o chão. As suas pernas entrelaçadas prenderam-lhe o corpo.

- Ahm, eu não estou chateada contigo. - Lilian suspirou profundamente. Desistindo, deixou-se apenas encarar dificilmente as brilhantes órbitas azuis-oceano mergulhadas nas suas, elas que por sua vez alternavam o olhar entre a barra da justa camisa branca dela e os seus lábios. Porém, a loira não conseguia divisar isso, pois a ténue luz do pequeno candeeiro da mesinha de cabeceira não o permitia.

- Desistes tão facilmente sob pressão. - Colou a suas testas, terminando com a mínima distância que isolava os lábios com apetite de contacto.

- Porque tu me tiras do sério. - Revirou os olhos, ofegante.

- Hum... Eu tiro-te do sério? - Um sorriso perverso delineou o rosto de Zeke. Levou dois dedos desocupados à barra da sua caminha, começando por desapertar lentamente os botões da mesma. A loira correspondeu com um arrepio intenso o momento em que a sua mão gélida roçou na sua pele quente.

- Sim, tiras. - Respondeu pausadamente, engolindo em seco. Sem hipótese para dizer mais nada, sentiu-se a ser levantada do chão com firmeza. Entrançou as suas pernas em volta da cintura dele, ao mesmo tempo que a camisa entreaberta abandonou o seu tronco, agora reduzido apenas a um delicado sutiã branco de renda.

- Gosto do que vejo. - Ele comentou, sorrindo maliciosamente.

O seu corpo acabou encostado à parede, consoante um trilho de beijos era distribuído num itinerário que iniciou nos seus lábios, rumo ao pescoço exposto, até deslizar lentamente até à sua barriga nua. Lilian contraiu-se, reprimindo uma ânsia involuntária de desejo.

- Eu quero ouvir-te. - Zeke murmurou contra o seu ouvido, - Não guardes para ti o que podes gritar entre estas quatro paredes. - Escorregou a mão direita até ao seu rabo, apalpando-o de leve, fazendo escapar um pesado suspiro entre dentes.

- Muito melhor. - Piscou-lhe o olho.

Num gesto delicado, retirou-lhe os curtos calções de ganga, deixando-a limitada à roupa interior. Imitou o ato com a sua t-shirt e calças, reduzindo-se aos boxers.

Moveram-se aos trambolhões até à cama, onde caíram desamparados.

- Eu preciso de ti. - Lilian sussurrou, numa tentativa de controlar a respiração extenuada.

As Faces do amor [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora