Twisted

she loves control

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"– Eu quero você, Lauren. – Sua voz saiu próxima ao meu ouvido e eu estremeci quando o ar quente de sua boca me tocou. – Eu quero você da mesma forma que tive há um mês."

Um minuto e doze segundos. Esse foi o tempo em que encarei os olhos de Karla Camila antes de desviar o olhar para frente.

– Você é controladora. – Pontuei em voz alta o que já havia notado há algum tempo e fingi observar algum detalhe muito importante na parede branca.

Tinha medo de que se a olhasse novamente, ela visse em meus olhos que o desejo de seus castanhos também estava presente em mim.

– Eu não te obriguei a vir, Lauren, se você está aqui, é porque também quer. – Sua voz ainda estava próxima ao meu rosto e eu me perguntava se a corrente elétrica que passou em mim poderia ser algum problema de saúde, mas eu sabia que não.

– Preciso de um banho. – Disse ao encarar seus olhos novamente e ela sorriu enquanto acenava com a cabeça, se levantou e fez sinal para que eu a seguisse até o segundo andar, carregando minha pequena bagagem que havia ficado próxima às escadas.

Minha fala não foi uma mentira, porque realmente me sentia suja após passar tanto tempo dentro daquele jato, mas eu precisava de uma desculpa para fugir de sua bolha de controle.

Eu estava ali porque queria. Isso era óbvio. Mas nem eu sabia exatamente quais eram meus planos. Quando deixei meu apartamento, meu único pensamento era que Camila pudesse estar mal e precisando de ajuda, assim teríamos uma conversa. Mas ela nunca faz as coisas do jeito que eu penso.

A demonstração de suas vontades em voz alta é uma boa coisa a ser notada em nosso relacionamento. Porque ela nunca disse as coisas para mim de maneira tão direta.

Senti-me extasiada ao realizar que uma mulher tão bela e atraente quanto ela estava demonstrando um interesse explícito em mim. O pior é que isso me agrada. Talvez eu devesse fazer como naquela noite, esquecer as responsabilidades e ver até onde tudo aquilo iria, porque no máximo, Camila e eu teríamos que parar de ter consultas.

Tudo bem, isso era uma grande coisa a se perder. Ela era minha cliente favorita, todos sabiam. Mas e se eu pudesse decifra-lá de outra forma?

Notas mentais.

– Esse é meu quarto. – Camila abriu a terceira e última porta do corredor, enchendo minha visão com um espaço enorme. A cama bem organizada ficava próxima a uma janela e do outro lado tinha um sofá, acompanhado de uma mesa com algumas cadeiras. Enorme. Haviam duas portas que estavam fechadas e eu deduzi que fosse seu closet e obviamente um banheiro. Eu estava encantada por aquele ambiente, os tons claros traziam uma sensação de paz que eu nunca imaginaria que pudesse emanar de Karla Camila, ela era mesmo uma caixinha de surpresas.

– Você pode deixar suas coisas aqui e usar o meu banheiro. Não temos um quarto de hóspedes pronto, Lauren. – Se apressou a falar quando me viu abrir a boca. Eu alternei meu olhar entre ela e a cama de casal. – Pode usar meu banheiro e ficar à vontade. – Ela sorriu e apontou para uma das portas fechadas.

– Não quero que pense mal de mim. – Imagina se quisesse? – Mas eu estou oferecendo meu quarto porque, neste momento, é o cômodo mais limpo dessa casa e eu sei o quanto você preza por uma boa higiene. – Camila se aproximou e deixou um beijo molhado em minha bochecha antes de sair, fechando a porta do quarto e me deixando sozinha naquele lugar de paz.