Sentindo na pele

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               "Chris!!! O que você está fazendo?" – perguntou Martin , virando a cabeça.

              "Hora da diversão, irmão mais velho..." – respondeu Chris, sorrindo maldoso. Martin olhou nos olhos de Chris e se assustou com a expressão perversa.

               "Solte-me, Chris... precisamos conversar!" – debateu-se Martin, tentando se desvencilhar.

              Chris meneou a cabeça e trouxe Martin para perto de si. Olhando para os olhos azuis dele cheios de medo, ele riu. "Como se sente do outro lado do tentáculo, Martin? Deixe a diversão começar..." – Chris respondeu, deslizando um dos tentáculos pelo rosto e pelo pescoço de Martin de uma forma lenta e provocante.

             Outro deslizou por sua barriga e por suas costas. Martin ofegou com a sensação, boa e ruim e tentou se soltar. Era muito parecido como ele fizera. Chris estava literalmente imitando Martin. Isso não seria bom. Seria doloroso no final, ele sabia bem disso.

               "Pare, Chris... P-por favor! V-vamos conversar..." – implorou Martin gaguejando. "Não precisa ser assim!"

             "Por que quer parar? Você não gosta disso? Oh, claro, eu esqueci... só é bom quando está no controle, não é mesmo? Quando se é o controlado é ruim, eu sei disso muito bem!" – zombou Chris. "Vamos fazer por dentro da roupa... você vai gostar!"

              Aos poucos, apesar da resistência e dos protestos de Martin, Chris removeu as roupas dele e o deixou nu. Martin corou de vergonha e começou a chorar. Um tentáculo envolveu seu pênis e começou a masturbá-lo, fazendo Martin gemer e se contorcer.

             "Prepare-se, Martin! É hora de provar a minha carne..."- murmurou Chris, erguendo Martin e o posicionado para a penetração. Dois tentáculos seguraram as nádegas de Martin, abrindo-o e um terceiro tentáculo pressionou a sua entrada. Martin se apavorou ao sentir o tentáculo grosso pressionando. Seria muito doloroso.

             Virou-se para Chris e implorou com lágrimas nos olhos: "Por favor, Chris... pare! Não faça isso, por piedade! Poupe-me, por favor! Eu peço perdão!"

             "Basta! Não quero ouvir mais nada, apenas seus gemidos..." – rosnou Chris, introduzindo um tentáculo na boca de Martin para fazê-lo se calar. "Assim está bem melhor... vamos acabar logo com isso. Será bem rápido!"

             Martin quase engasgou com o tentáculo em sua boca. Fechou os olhos, esperando a dor excruciante da penetração. Imaginou que fora assim que Chris se sentira. Uma sensação de desamparo e impotência afogava sua mente, as lágrimas correram abundantes marcando suas bochechas. Sentiu ser levantado para ser empalado brutalmente.

               SPLASCH!!! – o choque com a água fria e salgada do oceano assustou Martin. Levou alguns segundos para perceber que estava livre. Chris o atirara na água em vez disso. Voltou á tona, tossindo e ofegando e encontrou Chris, na forma humana, lhe encarando com um olhar triste.

              "Por que... por que fez isso?" – ofegou Martin, tossindo.

             "Porque eu não sou um monstro!" – respondeu Chris meneando a cabeça. Ele virou-se e entrou na nave, desaparecendo das vistas de Martin.

             Em choque com o acontecido, Martin saiu da água e tentou recuperar o fôlego. Recolheu as roupas e se vestiu rapidamente, antes de correr para dentro, atrás de Chris. Ele havia desaparecido novamente. Decidiu sair um pouco e esfriar a cabeça. Ativou o poder da águia pescadora e voou até a ilha. Procurou um lugar tranquilo e tentou organizar seus pensamentos.

            A forma como Chris o olhara e falara doeu mais que qualquer coisa. Ele compreendia agora o tamanho da maldade que cometera. Ele se tornara um monstro aos olhos de Chris. Sim, ele tinha merecido a punição, por assim dizer. Mas não mudava seus objetivos. Agora, mais do que antes precisava do perdão de Chris.

          Porém, antes precisava recuperar a confiança de seu irmãozinho e também o amor dele. O amor de Chris! Chris o amava e Martin havia pisado nesses sentimentos. Ele havia partido o coração de Chris por uma atitude estúpida e irresponsável.

            Martin enxugou as lágrimas e se levantou. Iria voltar para a Tortuga e tentar falar com Chris novamente. Mas, desta vez, faria diferente. Entraria discretamente e se esconderia. Era a sua vez se ser o caçador. Seria cuidadoso e não deixaria Chris escapar, dessa vez. Seria paciente e silencioso, como um louva-a-deus. Prometera que pediria perdão a Chris e manteria a sua promessa.

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