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Ruel

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Ruel

Kindy se mantinha de braços cruzados, me encarando. Eu não podia simplesmente fingir que não errei, então após passar em casa para tomar um banho e almoçar, vim direto para a casa da Kindy.

Eu estava há alguns minutos procurando as palavras certas para dizer, mas parecia que toda vez que eu abria a boca, eu esquecia como se fala.

─ Desculpa. ─ Foi apenas o que eu consegui dizer vendo que ela esperava que eu falasse algo.

─ Acho que eu mereço uma explicação. 

─ Eu apenas esqueci e fui para a biblioteca.

Kindy riu incrédula, como se não estivesse acreditando em minhas palavras.

─ Como você tem coragem de mentir para mim após me deixar plantada?

─ Mentir?

─ Ai Ruel, quando foi que você se tornou esse babaca? Eu vi a América entrar na sala dezoito e quando fui atrás de você, vi você entrar também. ─ Ela fez uma pausa. ─ Vocês vão começar a transar na escola agora?

─ O que?! Não, ela queria me devolver minha pulseira que eu esqueci na casa dela. ─ Eu não conseguia entender a raiva da Kindy, não tinha motivos para isso. ─ Ai Kindy, qual o seu problema? É que eu não consigo entender essa sua raiva repentina.

─ Você me prometeu! ─ Ela disse com tom de voz um pouco alterado.

─ Mas não precisa todo esse drama.

Kindy se sentou no sofá, e cobriu o rosto com as mãos.

─ Eu sou tão patética. ─ As palavras saíram abafadas por causa do seu rosto coberto pelas suas mãos.

─ Olha, eu não sei o que está acontecendo com você e preciso que você me explique.

Kin não disse nada, apenas soluçou e então eu percebi que ela estava chorando, e aquilo me deixou um pouco triste, eu não conseguia ver ninguém chorar sem me sentir mau.

─ Eu gosto... eu gosto de você, Ruel. ─ Ela finalmente disse entre soluços, ainda cobrindo o rosto com as mãos.

─ Como assim? ─ Perguntei calmamente, me agachando a sua frente.

─ Eu sou a fim de você, tá legal? ─ Ela disse, agora me olhando. ─ Ah meu Deus, eu sou tão estúpida. ─ Disse passando a mão sobre o rosto.

─ Kindy, claro que não, você não é estúpida por ter sentimentos. ─ Peguei suas mãos e segurei-as firme. ─ Eu sinto muito.

─ Não sinta, não é culpa sua.

─ Eu posso... sei lá, tentar gostar de você da mesma maneira que você gosta de mim.

Kindy soltou uma risada anasalada.

─ Essa foi a ideia mais idiota e estúpida que eu já ouvi, eu não quero te forçar a se apaixonar por mim, Ruel, você não tem obrigação nenhuma de corresponder aos meus sentimentos.

─ O problema é que eu odeio te ver sofrer. ─ Expliquei enxugando uma lágrima que escorria na sua bochecha direita, com meu polegar.

─ Tá tudo bem, Ruel, é só que você não sabe o quão é horrível ouvir você falar o tempo todo da América e perceber que você está apaixonado por ela, e quando penso que você entregou sua pureza a ela por estar tão desesperado, eu sinto uma dor indelével.

─ Eu não estou apaixonado por ela.

Kindy riu balançando a cabeça negativamente.

 ─ Por que garotos são tão lerdos? ─ Ela perguntou retoricamente.

─ Kin, é sério, eu não quero te ver sofrer, e eu sinto muito que você tenha se apaixonado por mim, nem se fosse recíproco eu iria merecer alguém como você. E fala sério, tu tinha que se apaixonar logo por um idiota como eu?

─ Você não é tão idiota assim, e sei lá, Ruel, só aconteceu, não foi como se eu quisesse isso.

─ E agora?

─ E agora eu vou superar essa paixão não recíproca e seguir em frente.

─ Eu não quero que você passe por isso.

─ Não tem outro jeito. E bom, vai ficar tudo bem.

─ Kin, eu não quero me afastar de você.

─ Mas isso não vai acontecer.

Me levantei e comecei a andar de um lado para o outro, eu queria achar uma solução para aquilo, eu não queria que a Kin sofresse por minha culpa.

Kindy se levantou e veio até a mim.

─ Ruel... ─ Ela segurou meu rosto entre suas mãos delicadas. ─ Nem tudo você poderá solucionar, isso é comigo e só eu posso resolver.

─ Ai Kindy, se eu soubesse, eu teria... ─ Ela me interrompeu.

─ Não fala que teria perdido a virgindade comigo, pelo amor de Deus.

─ Desculpa.

─ Olha, só saiba que você não precisa ficar receoso de se relacionar com outras pessoas por causa do que eu sinto por você, e se você gosta da América, tudo bem, tá tudo bem. Tentar te superar, vai doer, mas vai passar, e eu sou forte para passar por isso.

Eu não conseguia entender como alguém conseguia ser tão compreensiva e madura como a Kindy, ela era perfeita, qualquer pessoa poderia ser apaixonar por ela, e eu não sei porque eu não me apaixonei, e nem como não percebi que ela era a fim de mim.

Envolvi meus braços em volta da sua cintura a abraçando apertado, ela retribuiu o gesto. 

─ Ah droga, eu nunca vou beijar Ruel Van Dijk. ─ Ela riu e me fez rir também.

Inclinei minha cabeça para trás sem a soltar do abraço e encarei seus olhos brilhantes, então selei nossos lábios em um selinho demorado, pegando ela de surpresa.

─ Pronto, você beijou Ruel Van Dijk, e foi um prazer ter te beijando, Kindy Kihiun. ─ Disse após o ato.

─ Ai, eu te odeio. ─ Ela sorriu e voltou a me abraçar.

E pela primeira vez eu entendi um eu te odeio como um eu te amo, e eu também amo a Kin, só não, infelizmente, da mesma maneira que ela me ama.

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