31 ✓ a reason

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América 

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América 


Meu pai gritava comigo enquanto eu me mantinha sentada em minha cama, chorando enquanto encarava minhas malas prontas.

─ Você não vai ficar, América, e pronto. Agora vamos que temos que pegar o voo daqui uma hora.

 ─ Pai, por favor. ─ Supliquei com a voz mais chorosa como nunca antes.

─ Não América, pare de insistir, você não vai ficar.

─  Pai, eu imploro. ─ Pedi novamente, olhando para ele com meu rosto encharcado.

─ América, não me faça perder a paciência com você, e aliás, você nem tem com quem ficar.

─ Eu posso ficar com a tia Bennety e o tio Dave.

─ Seus tios não vão querer ficar com você, você é problemática, daria muito trabalho a eles, a senhorita acha mesmo que eles gostariam de ficar com você?

─ Eu adoraria ficar com a América, sim. ─ Tia Bennety disse, entrando em meu quarto, e eu nunca me sentir tão feliz em ver um parente.

─ O que você faz aqui? ─ Meu pai perguntou, surpreso.

─ A América conversou comigo ontem, eu nunca a vi tão desesperada. Ben, olha o estado dela... ─ Minha tia parou perto da minha cama, próxima a mim. ─ Tenha um pingo de compaixão, ela fez amigos aqui, e está no último ano, seria péssimo para ela se readaptar a um outro lugar, uma nova escola justo no último ano, deixa ela concluir a escola pelo menos, e olha, a Mika é uma garota super obediente, sempre foi com vocês para onde iam, mas agora ela tem dezessete e pode muito bem escolher o que quer.

─ Eu já tinha até planejado em que universidade colocá-la lá, tinha planejado tudo. ─ Meu pai explicou.

─ Você quer que eu estude algo que eu não quero estudar, pai, e afinal, vocês se mudam muito, isso prejudicaria meus estudos, já que o senhor quer tanto que eu seja uma grande profissional. E bom, o senhor não pode simplesmente planejar todo meu futuro sem antes conversar comigo.

─ Querido... ─ Minha mãe se aproximou dele e colocou a mão em seu ombro. ─ Ela tem razão, deixe que ela fique, aqui também tem boas universidades, mas se ela quiser ir ficar conosco após concluir o esse último ano de ensino médio, vamos acolhê-la. ─ Mamãe sorriu fechado para mim.

Meu pai respirou fundo, e me olhou enquanto eu tentava conter os soluços.

─ Tudo bem, você fica, mas só se sua tia concordar em se mudar para cá com o Dave, pois eu quero que você se sinta confortável e a casa dela não é tão grande para poder te acomodar.

Olhei para minha tia com uma ponta de esperança.

─ Por mim, tudo bem. ─ Ela concordou, me fazendo pular da cama e a abraçar. 

─ Obrigada tia! ─ Me virei para o meu pai e o abracei, ele retribuiu. ─ Obrigada, pai, eu te amo.

─ Eu também te amo. ─ Meu pai me segurou pelos ombros e olhou em meus olhos, e foi a primeira vez em 5 anos que vi lágrimas nos olhos do meu pai. ─ Vai ser difícil te deixar. Você para mim ainda é minha menininha. Ai meu Deus, filha, me perdoe por ter te chamado de problemática, você é uma filha incrível. ─ Ele me abraçou novamente, me fazendo voltar a chorar, mas dessa vez de emoção por ouvir palavras tão bonitas vindas dele.

Eu nunca me sentira tão feliz antes, como estou me sentindo agora.

***

Abracei meus pais, os dois ao mesmo tempo, próximos ao portão de embarque. Minha mãe chorava muito, e eu também.

─ Eu vou sentir saudades. ─ Falei.

─ Eu também, filha, eu também. ─ Minha mãe disse, e em seguida beijou minha testa.

Ficamos abraçados por mais alguns segundos, até que enfim eles atravessarem o portão de embarque, acenando para mim.

Era realmente triste deixar meus pais, mas eu precisava de um tempo a mais fixa em algum lugar, eu estava cansada de ter que recomeçar sempre, e fazia sem recear porque ainda não havia encontrando um motivo para me prender em algum lugar, mas agora eu tinha, e precisava me agarrar a aquilo, ou melhor, a ele...

Ruel Van Dijk!

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