25 ✓ friends?

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Ruel

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Ruel

Coco e Sylvie ouviam atentamente eu explicar o motivo de eu estar machucado do jeito que estou. Elas entraram em desespero quando viram meu rosto muito machucado, custou muito tentar acalmá-las para poder explicar, mas enfim consegui.

─ Meu Deus. ─ Coco disse abismada quando eu finalizei o relato. ─ E ela não vai denunciar mesmo? 

Neguei com a cabeça.

─ Eu tenho tanto orgulho de ser sua irmã. ─ Disse Sylvie dando um sorriso bem fofo, e eu sorri também.

Eu amo a minha relação com minhas irmãs, posso confiar nelas, desabafar, e elas sempre me dão bons conselhos, elas também me procuram quando precisam desabafar e de conselhos. Elas são minha base para tudo, assim como meus pais, eu realmente sou grato pela família que tenho.

─ Você está apaixonado por essa garota, não é, Ruel? ─ Coco perguntou, me fazendo abaixar a cabeça e deixar escapar um sorrisinho bobo.

─ Huuum. ─ Elas disseram em uníssono, rindo, e eu quase explodi de tanta vergonha.

─ Todo apaixonadinho. ─ Sylvie brincou, apertando de leve minha bochecha não machucada.

─ Para. ─ Pedi.

O som da campainha ecoou pela casa, e Coco foi atender a porta. Tentei ouvir o que a pessoa do outro lado da porta falava, mas não consegui pois com certeza falava baixo.

─ Ah, entre, ele está aqui na sala. ─ Coco convidou a pessoa, dando espaço, e foi então que vi a América.

Me levantei do sofá, e andei ridiculamente troncho até a mesma que sorria abertamente. Sorri assim que cheguei perto dela e senti seu perfume adorável.

─ Oi. ─ Ela me cumprimentou.

─ E ai.

─ Eu só queria ver se você estava melhor e agradecer melhor pelo que você fez ontem.

─ Não foi nada, sério.

─ Foi sim, Ruel, olha o seu estado e tudo por minha culpa.

─ Eu faria isso por qualquer garota, fica tranquila.

Ela forçou um sorriso.

Olhei para minhas irmãs e vi que elas nos observavam com sorrisos idiotas em seus rostos.

─ Ah, América, essas são minhas irmãs, Coco e Sylvie, meninas, essa é a América. ─ Apresentei-as.

─ É um prazer te conhecer. ─ Minhas irmãs falaram juntas e aquilo foi estranho.

─ É um prazer também. ─ Ela sorriu, e as meninas também.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, e foi meio constrangedor.

─ Você não quer... subir para o meu quarto? ─ Perguntei.

América assentiu meio tímida, e então eu peguei em sua mão, a conduzindo para o andar de cima. Entramos em meu quarto e eu fechei a porta enquanto ela observava o cômodo.

Ela estava com o rosto um pouco vermelho e inchado, seus olhos estavam fundos, era como se ela estivesse passado a noite toda acordada, o que me preocupou. Mesmo estando bêbada, ela não havia conseguido dormir? Ou aquilo era efeito da ressaca?

─ Você está bem? ─ Perguntei, e ela me encarou, então se sentou na minha cama respirando fundo, e afagando os dedos entre os fios lisos de seu cabelo.

─ Eu não consigo esquecer o que aconteceu, aquilo me assustou muito, se não fosse por você, só Deus sabe lá o que aquele cara poderia ter feito comigo. ─ Ela disse com a voz tremula. ─ Isso está me assombrando, eu tenho pensado nisso o tempo todo, só queria esquecer isso, eu... ─ Ela tentou continuar, porém o choro veio de maneira repentina e ela rompeu em soluços.

Me sentei ao seu lado e passei a mão em suas costas envergadas, enquanto ela chorava de cabeça baixa, com os cotovelos sobre as coxas e as mãos na cabeça.

─ Eu sei que dizer isso não ajuda, mas eu sinto muito. ─ Disse, me sentindo péssimo por ver ela daquele jeito.

América Casty tomou postura e enxugou as lágrimas enquanto respirava fundo.

─ Desculpa, eu não queria ter desabafado assim do nada, eu nem sou de chorar na frente dos outros.

─ Tá tudo bem, América, você não precisa se manter forte o tempo todo, você é humana.

Ela me olhou com os olhinhos lacrimejados e eu pude ver uma América que ela nunca deixara transparecer, era alguém indefeso, vulnerável, meio perdido e triste, apesar de lá no fundo ter um mistério indecifrável.

Eu senti uma vontade férrea de beijá-la, mas ela estava muito sensível naquele momento, e qualquer gesto sem inocência poderia assustá-la, então apenas a envolvi em um abraço, e ela retribuiu ao gesto, apoiando seu rosto sobre meu peito, e eu deixei que sua face molhasse minha camisa com suas lágrimas.

─ Pode contar comigo para o que precisar, Mika. ─ Confortei-a, e dei um beijo em sua cabeça enquanto afogava os meus dedos em seu cabelo, e apoiei o meu queixo em sua cabeça.

Ficamos longos minutos assim, apenas em silêncio, enquanto eu pensava se me declarava ou não, eu não sabia se era o momento certo, mas ela estava ali, em meus braços, acolhida por mim.

─ Eu gosto de você, América. ─ Deixei escapar.

Ela saiu dos meus braços e me encarou.

─ Eu já sabia disso, e eu também gosto de você.

Senti uma pontada dentro de mim, era algo bom.

─ Sabia?

─ Ruel, você simplesmente se arriscou tentando me salvar, e ainda se preocupou comigo, deu para perceber que você sentia algum afeto por mim, e claro, você quer ser meu amigo, está na cara, e eu também gosto de você, podemos ser amigos, de verdade.

─ Amigos? ─ Perguntei, desanimado.

─ Não é isso que você quer?

Então eu percebi que ela entendeu errado e pensou que eu disse que gostava dela com um sentimento de amigo, mas tudo bem, podemos começar com uma amizade.

─ Sim, é isso que eu quero. ─ Sorri fechado e ela também.

Tudo bem, vamos com calma.

virginightOnde histórias criam vida. Descubra agora