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"Casa, um lugar onde posso ir para tirar o peso dos meus ombros, alguém me leve para casa" - Machine Gun Kelly, X Ambassadors & Bebe Rexha.
* Eu chorei pra caralho escrevendo esse capítulo.
Me despeço de Bryce e Avani e entro em casa, minha mãe estava parada ao lado do telefone com um cara nada boa.
"Finge demência, finge demência"
— É bom saber senhor diretor que a minha filha anda matando aula. - Ela fala e começo a me tremer, meu coração parece que vai sair pela boca.
— Desculpa. - Foi tudo que eu consegui dizer antes de tentar correr pro meu quarto.
— VOLTA AQUI VAGABUNDA. - Ela grita e eu me viro.
— Você tá se sentindo uma mulher adulta, mas vaca fica sabendo se você aprontar de novo vai ser o seu último dia dentro dessa casa eu te prometo isso.— Eu só conseguia tremer e sentir falta de ar ouvindo a mulher gritar. — Fica matando aula, é por isso que é uma vaca burra, ninguém quer você, ninguém precisa de você.
— Eu... - Tento falar.
— Sabe o que acho? Que você tá tentando me provocar, eu devia ter aborto você e aquele seu irmão, eu sabia que vocês não iam prestar pra nada, eu soube disso no dia que o médico colocou vocês na minha mão. - CHEGA.
Passo correndo pela mulher e saio de casa, posso ouvir ela gritando meu nome mas eu não ligo, simplesmente saio correndo e chorando.
EU NÃO MEREÇO ISSO.
O cansaço me consome e eu me sento em um meio fio, continuo a chorar, eu sinceramente não sei porque minha própria mãe age assim, a única pessoa que me amava no mundo era meu irmão só que agora ele tá morto. Passo mais um tempo sentada chorando até que resolvo ligar pro Bryce, ele é tudo que me restou agora, ligo uma duas vezes e ninguém atende. "Vou tentar uma última vez" - Penso.
— Ô garota para de encher o saco, o Bryce saiu. - Ouço uma voz masculina atender.
— Por favor... snif... cadê ele? Preciso que ele venha me buscar.
— O que aconteceu Avery? Você tá chorando? - Alguém pergunta e eu não respondo. - É o Payton, me manda a localização de onde você tá. - Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece.
— Não precisa Payton, tchau.
— O Bryce me mataria se soubesse que eu te deixei uma hora dessas chorando no meio da rua, manda logo a localização. - Ele diz.
— Tá bom. - Falo antes de desligar, me dou por vencida e envio a localização.
Continuo chorando sentada naquele meio fio por mais alguns minutos até que sou obrigada a cobrir meu rosto devido a luz de um faro, ele havia chegado.
— Garota você tem merda na cabeça pra ficar aí sozinha? - Idiota, eu já estava desistindo da ideia de pelo menos falar com Payton até que ouço alguém gritar meu nome. DROGA.
— Payton me leva embora daqui por favor. - Falo desesperada ao ouvir o grito da minha mãe que aparentemente estava procurando por mim.
— Entra no carro. - Eu entro e rapidamente ele da partida.
Encosto a cabeça no vidro e as lágrimas ainda insistem em rolar.
— Quer parar de chorar, você tá me deixando nervoso. - Ele diz estressado.
— Des- desculpa snif. - Falo secando as lágrimas. - Porque o celular do Bryce tava com você?
— Eu tava na casa dele e ele saiu e esqueceu o celular.
— Você não ia dormir na casa de uma garota hoje?
— Eu fui, só que aí os pais dela chegaram bem na hora e eu tive que sair pela janela. - Dou um sorriso de leve imaginando a cena.
— Não foi engraçado tá, uma velhinha tarada ficou me olhando ir até o carro só de cueca. - Ele diz e eu rio de novo.
— Oh dó.
— Foi um vexame mas pelo menos serviu pra te fazer sorrir. - Ele fala e eu abaixo a cabeça encarando minhas mãos.
— Pra onde você tá me levando?
— Pra casa do Bryce, tô com a chave, ele provavelmente vai ficar a noite fora mas eu posso te fazer companhia até ele chegar.
— Valeu por ter me socorrido Moormeier.
— Disponha gatinha. - Payton fala piscando pra mim.
