Cap 6: Lágrima solitária

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  O começo desse capítulo é um pouco triste, então já pega o lencinho.
Confesso que foi um pouco difícil já que é o primeiro que escrevo nesse estilo. Espero que gostem.❤❤❤

Eu não queria mais ouvir aquilo então  fui para o meu quarto. Tentei tirar aquela conversa da cabeça, pois ela já estava cheia demais.

Cheguei no quarto e comecei a tirar aquela roupa suja de lama e grama. Já nu comecei a me olhar no espelho, meu corpo magro estava coberto por hematomas, mas o pior certamente era o localizado no meu pescoço. Estava muito feio, num tom roxo quase preto se formava as mãos do rei, eu tentei tocar mas à dor era insuportável. Uma pequena lágrima solitária escorregou pelo meu rosto até cair pelo meu queixo. Fiquei ali, me olhando, parado por horas.

  Acordei deitado ainda desnudo no tapete dourado que cobria o chão. Não consegui vestir uma roupa nem tomar  banho, apenas me deitei naquela enorme cama e me cobri com aquela grossa colcha. Comecei a pensar em como minha vida era solitária. Nunca tive amigos, família, ninguém com quem conversar sobre como foi o meu dia, ou como eu odiava abacate. Aquilo  me pegou do nada num turbilhão de  sentimentos. Cada lágrima que escorria pelo meu rosto doia como se fossem parte de mim sendo arrancadas a força do meu corpo. Chorando adormeci mais uma vez.

-Você é patético, patético, patético, patético. Você já nasceu morto! Porque não pega essa corda e não agiliza logo o processo?

-Para papai, para!

-Anda pega, pega essa corda!

Acordei assustado com aquela lembrança, fazia tempo que não sonhava com ela. Comecei a ficar triste de novo até me lembrar de como acabava.

-Não! Não vou pegar! Agora saia dá porra do meu quarto Aaron!

Sorri ao lembrar da imagen daquele garotinho forte de nove anos mandando seu pai sair da porra do seu quarto. Realmente o Aaron me odiava.

Posso entrar? Falou uma voz,

Olhei para a janela e estava tudo escuro mas aqueles olhos se destacavam  em qualquer escuridão.

-Pode? Falei surpreso

-Outra pergunta?

Dei de ombros me levantando e ajeitando minhas costas nas almofadas ficando hereto. Ele entrou e sentou ao meu lado na cama. Quando eu ia lhe fazer uma pergunta ele disparou:

-Ainda não nos apresentamos adequadamente.

Não sabia porquê aquilo era necessário. Afinal já sabiamos nossos nomes. Mas falei:

-Jaimes Lowell. Estirei a mão em sua direção.

Ele sorriu e respondeu:

-Sebastian White.

Estirou a mão esquerda que desta vez estava com a luva.

-Porque não usou a porta?

-Gosto de adrenalina e meu pai. O interronpi.

-Me mataria? Bom, ele chegou perto!

Sua expressão foi de alegria para arrependimento em um segundo.

-Me desculpe!

-Pelo que?

-Por isso. Ele falou  tocando no meu pescoço

-Ai. Falei me contorcendo, a dor era insuportável.

-Desculpa de novo.

-Bom aceito suas desculpas por isso mas não por isso. Falei apontando para o meu pescoço.

Olhei para ele e estava com uma cara de desentendido. E ficamos assim nos encarando por um tempo.

-Bom! Lhe trouxe essa pomada feita de flores medicinais da estufa. Passa onde tá machucado, amanhã estara novinho em folha.

Me entregou o pote de pomada e saiu em direção a janela. Antes dele descer disparei:

-Não terminamos nossa conversa da estufa.

-Amanhã, na festa. Ele disparou e sumiu na escuridão.

Fui até a janela e a fechei, depois passei a pomada que ele havia deixado com bastante dificuldade por conta da dor. Deitei na cama de novo e dormi.

                                  °°°
Olhei para o lado e o sol  entrava pelas brechas da janela fechada. Me levantei e a abri respirando aquele ar puro. Foi quando olhei para baixo e três  mulheres me olharam e começaram a rir e cochichar umas com as outras. Estavam rindo de mim. Mas porquê?
Foi aí que a Agnes se junto a elas.

-Porque estão rindo? ela falou sem entender.

Uma das moças que usava um volumoso vestido rosa  e tinha uma pele negra linda, apontou em minha direção, a fazendo olhar também.

-JAIMES! Falou a minha irmã com ódio e vergonha nos olhos.

Me olhei e percebi que ainda estava sem roupas. Fechei a janela com força no impulso.

-Droga! Soltei. E comecei a rir daquela situação. 

Dava para ouvir o barulho de carros chegando, de pessoas conversando e de talheres caindo.
Eu não estava com um bom pressentimento sobre essa festa, algo de ruim ia acontecer eu podia sentir.

Estava preso em meus pensamentos quando a Agnes entrou pela porta.

Eai o que acham que vai acontecer nessa festa?

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