17 · damn it

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24 de maio de 2014
los angeles

juliet pov.

Depois que Mark me demitiu no começo do mês, eu me vi perdida. Ele alegou que eu não estava trazendo uma boa imagem para boate, visto que minha cara estava estampada em todos os noticiários do mundo como uma vadia barata que Justin Bieber se envolveu.

Fui atrás de um novo emprego no dia seguinte, mas nenhuma das boates da região me aceitaram por serem "parceiras" dele, e eu sabia que nenhum outro emprego me daria dinheiro suficiente para pagar todas as despesas, então tive que apelar.

Agora estou trabalhando na Fire, concorrente direta de Mark por ser na mesma rua e, também, pelos donos se odiarem. Eu só precisei me apresentar uma vez e falar que Mark havia me colocado na rua, foi o bastante para Sophia me contratar com o maior pagamento da casa.

Mas aqui era diferente da Sky.

Haviam três apresentações em conjunto no palco principal, e depois nós dançávamos nas mesas dos clientes. O que resultava em muitas apalpadas e mãos em lugares indesejáveis. Mas Sophia me deixou claro que se eu não deixasse eles me encostarem, eu receberia menos.

Então nas últimas duas semanas eu volto pra casa às seis da manhã, depois de limpar e fechar a boate com o resto das meninas. Mas aos domingos eu não era obrigada a fechar, meu horário se encerrava às uma e meia.

O relógio marcava dez da noite, eu estava me apresentando pela quinta vez em apenas duas horas. Minhas pernas doíam e meu pé implorava por misericórdia em cima daquele salto altíssimo que eu calçava, enquanto minha nádega esquerda recebia tapas brutos por um dos homens ali sentados.

— Você é uma vadia de primeira! - O outro, extremamente bêbado se pronunciou, distribuindo beijos pela minha panturrilha enquanto eu tentava dançar e ignorar seus lábios molhados em minha pele. A música terminou e eu desci da mesa, pegando as diversas notas que eles haviam jogado pra mim e prendendo-as no minúsculo elástico da minha calcinha, esse ato também era uma ordem da chefe, ela dizia que isso os instigava a dar mais dinheiro. E realmente funcionava.

Acenei rapidamente para os homens que admiravam meus passos enquanto eu me afastava da mesa, indo até o outro lado do salão, onde Sophia ficava sentada observando o movimento da casa.

— Aqui está o da mesa seis, chefe. - Lhe entreguei o pequeno bolo de notas que eu havia feito no caminho e ela curvou seus lábios em um sorriso satisfeito.

— Mais de mil dólares em uma só mesa, querida. Você sempre me impressiona. - Ela exclamou enquanto contava as notas em suas mãos, admirada. Suspirei e abri meu melhor sorriso, me afastando dali para continuar a noite.

(...)

— Até mais, meninas. - Disse por fim ao acenar para as garotas que teriam que ficar até mais tarde hoje. Elas retribuíram o aceno e logo saí pela porta principal, finalmente respirando ar puro. Comecei a caminhar em direção ao ponto de ônibus, que era em frente a Sky. Depois de cinco minutos andando e sentindo meus pés latejarem dentro do tênis, eu já conseguia ver a luz roxa da entrada da boate. Suspirei de alívio e apressei meus passos até o ponto, tentando passar despercebida por qualquer pessoa conhecida que poderia estar ali.

Mas interrompi meus passos quando avistei algo que me intrigou, me aproximando um pouco mais do pequeno estacionamento que havia na esquina. Um carro, totalmente reconhecivel por conta da estampa de oncinha, àquela altura não era tão chamativo quanto o dono do tal.

Justin estava ajoelhado ao lado do seu veículo, vomitando descontroladamente enquanto suas mãos seguravam seu peso pra não dar de cara com a poça presente ali. 

Behind FameOnde histórias criam vida. Descubra agora