Trovoada

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Aquela manhã de quinta foi fácil, já foi a primeira vez que se sentia realmente bem e satisfeito. A madrugada havia sido incrível. Dissipando toda a pressão do término da ids escolar que vinha sentindo.

Theo não queria admitir a magia envolvida, por estarem somente eles dois, confortavelmente em um quarto. Para não parecer mais bobo do que se sentia.

Seu enamorado estava deitado bem do seu lado, adormecido. E Theo o admirava; a forma com o lençol cobria seu corpo, escorregando pela lateral da cama. E ele, Theo, não fazia esforço algum para que o pano não escorregasse e expusesse o corpo do outro rapaz. Seu foco estava no rosto sereno. Nos lábios entreabertos, soprando o ar suavemente. E nos cabelos que estavam grudados na testa.

Poderia até soar parecer clichê, aos olhos de alguns; mas ele, Liam, aos seus olhos, parecia um anjo. Embora soubesse intimamente que fosse exatamente o contrário.

Com as lembranças indo e vindo – o que incluía a deles quase caindo na escadas, aos tropeços e tentando executar um beijo desajeitado, aproveitando a casa só deles – Theo não conseguiu segurar a risadinha que lhe escapou. E Liam se remexeu na cama, resmungando baixinho.

A é, Theo não tinha dúvidas, por isso começou suas carícias.

Foi assim que Liam despertou por completo. Como se tivesse levado um choque. Um arrepio suave subindo por suas pernas, se enroscando na sua espinha e se embrenhado por entre os seu cabelos, até alcançar o topo da sua cabeça. Deixando-o completamente desperto. Podia sentir os pelos da nuca inteiramente eretos. Aquela nuvem densa que pesava em seus olhos rapidamente se dissipou com a mão em seu peito, a pele contra a sua, os lábios tocando seu corpo. Roçando, trilhando beijos suaves na curva do seu pescoço.

Liam não se assustou. Sabia exatamente quem estava ali. Se limitou a ficar parado, os olhos ainda fechados, com um sorriso torto apreciava o momento. Enquanto o calor das suas bochechas parecia se espalhar por todo o seu corpo. Sentiu seu lóbulo ser cuidadosamente pressionado pelos dentes. A mão alisando seu abdômen, os dedos afundando em sua pele, estremecendo-lhe por inteiro. Liam gostava daquilo. Gostava ainda mais quando Theo o envolvia nos lábios sugava preguiçosamente. Foi exatamente o que ele fez.

Parecia estranho gostar tanto que o tocassem ali. E não precisou dizer nada. Theo descobriu sozinho. Assim como outros pontos tão bons quanto a orelha. Ele desvendou por inteiro. As vezes tinha a sensação de que estava em uma posição desigual, em relação a Theo Reaken.

Ele gemeu baixinho, esboçando um sorriso, a língua pressionando sua carne. O toque parecia mandar descarga elétricas por todo o seu corpo. Simples assim. Um pouco constrangedor.

— Não faz isso...

Liam pediu. Suspirando manhoso. Semicerrando os olhos ele encarou o rapaz de esguelha. Theo se afastou o suficiente para ver seu rosto. O Reaken sustentava um, fodidamente, lindo sorriso convencido.

— o ponto fraco é sempre o primeiro alvo…

Theo riu baixinho. Apoiando o queixo no braço do rapaz.

— Me deixe dormir...

Pediu o Dunbar. Ele sorria.

— Dormir, Liam? São quase três da tarde!

Liam não precisou espiar no relógio em sua cômoda para saber que o que ouviu não era verdade.

— Mentiroso!

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