7- Toque o play: parte dois

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9:02 P.M

"Por que Takahashi seria um ponto chave? Takahashi está aqui só a uns seis ou sete meses. Ele já se envolveu com Jason? Com meu... pai? Ele não entendeu a parte da mensagem que falava das mortes, está muito mal para perceber que o assassino falou dele. Ele mora em um apartamento que mais parece o portal para o inferno de tanta sujeira, por que estaria envolvido com meu pai se não tem dinheiro para dar a ele? Eu me lembro das duas pessoas que ele teve que matar em casos diferentes, foi por legítima defesa, mas pensando bem, os dois eram pessoas que conseguiram chegar à riqueza em pouco tempo, eram novos ricos, se tornaram influentes a mais ou menos dois anos e não gostavam de fazer negócios com Jason. Takahashi pode ter os matado a mando dele, eles podem ter feito algo para meu pai. Um era traficante e o outro vendia armas na ilegalidade. Esse homem que tenho sangue não vale nada, bem provável que quisesse armas e drogas. Se ele deu dinheiro para Takahashi pode estar no apartamento imundo dele ou ele pode ter transferido para a conta dele. Desconfio mais dele a cada passo que dou", pensou Kusanagi enquanto mexia nas gavetas do quarto de seu pai.

Enquanto o detetive interrogava Lecter, a empresária Mizushima e a jornalista Underwood propuseram para a detetive Kusanagi que se dividissem para procurar pistas. As duas, obviamente ficaram juntas para procurar no escritório, junto com Helga Ludwig, Fleury e Pedro, um jovem que é um dos ajudantes da cozinheira e do jardineiro. As outras pessoas foram procurar no quarto do prefeito junto com Kusanagi, onde era muito maior que o escritório e tinha vários documentos, precisando de ajuda de mais pessoas para vasculhá-lo.

Misty estava ansiosa, revirava cada pasta em cima da mesa do prefeito. Mizushima a olhava de esguelha, assim como os outros no escritório. Ela acabou por bagunçar todos os documentos, sendo espalhados pelo chão. Pegou outra pasta, uma mais pesada e cheia de folhas com documentos, tinham documentos de anos atrás até o dia de ontem, quarta-feira, ela folheava os documentos olhando para um local especifico, onde se encontravam os nomes completos das pessoas com quem o prefeito fazia negócio. Como ele fez negócios com várias pessoas ao longo de sua vida vários nomes diferentes apareceram, Misty procurava um nome e um sobrenome especifico, o de seu pai, mas não havia e começou a ficar mais estressada. Começou a olhar as datas de transferências de dinheiro para contas de outras pessoas, mas não procurava para a de seu pai, procurava as próximas da data em que ele e sua mãe morreram, 12 anos atrás. Mizushima percebe o estresse da jornalista enquanto folheava os papéis, ela chegou perto dela e disse sussurrando:

— Talvez, só talvez! Você possa estar procurando algo que só você queira. É melhor me falar logo o que é! É sobre aquilo que estou pensando? — Naomy e Misty se olhavam de relance enquanto olhavam as pastas em cima da mesa.

— Pra você eu digo sem o "talvez, só talvez!" E sim com toda certeza, que é melhor você começar a procurar algo que nos tire desse buraco em vez de ficar em cima de mim — sussurrou.

Naomy inspirou e expirou profundamente para não se irritar com a jornalista. Depois sorriu maliciosa, já entendendo que Misty procurava algo especifico e tinha uma idéia do que poderia ser. Ela saiu de perto da mesa e começou a vasculhar a prateleira de livros.

XXXXX

— Lecter, tem algo na sua história que está errado — disse Lysandra e os dois ficaram se encarando em silêncio. O detetive apenas observava o comportamento dos dois.

"Essa ai não se coloca no seu lugar. Até parece que eu não sei o que ela roubou de Jason. Quer competir comigo em superioridade... O que o Jason pensou ao contratar essa ai? Preciso acabar com toda essa balburdia logo", pensou Lecter.

— Então você acha que pode me acusar de mentir assim!? — Lecter cruza as pernas e arqueia a sobrancelha — Maynard, você deveria saber que não se acusa alguém assim. Principalmente sendo você, que roubou um documento do Sr. Robers e eu ainda te fiz o favor de não dizer nada, pela sua amiga Felícia. — Sorriu. — Gostaria de dizer para o detetive que documento você roubou?

O detetive continua em silêncio, apenas observando. Lysandra não se deixou abalar pelo que Lecter disse, mas sua expressão demonstra que sabe bem do que ele está falando. Lecter a deixou sem palavras, ela entendia que rodeios não adiantariam nada com nenhum dos dois. Quando ela ia começar a falar Brench apareceu na escada e disse:

— Lysandra, suba e fique com Felícia, ela está no quarto de Jason com os outros. Frederick e eu achamos que seria melhor você não se distanciar dela nesse momento. Eu fico aqui e ajudo o detetive. — Passou a mão pela sua barba grisalha.

— Eu sei que essa conversa não terminou, mas já vou. — Lysandra se levanta, olha de esguelha para o detetive e sobe as escadas indo para o quarto do prefeito. Lecter volta a ficar sério. O detetive ainda está sem dizer nada, apenas observa até chegar a hora certa de dizer algo.

— Então, será que eu posso, detetive? — Brench pede permissão para interrogar com Takahashi e o detetive assente. — Vou tentar ser breve... — Brench senta na cadeira em que Lysandra estava, apoia os braços na mesa e entrelaça os dedos. — Você sempre foi um ótimo mordomo, excelente, na realidade. Nunca vi Jason reclamar nada sobre você. Você é o encarregado de levar o café da manhã dele, de arrumar a cama, o quarto inteiro dele, de pegar a roupa para ele vestir, de pegar a roupa suja dele e entregar para outro empregado lavar, você é o encarregado de quase tudo que tem haver com a intimidade dele. Você e Frederick são os únicos que podem entrar no quarto dele. Mas é você quem ele chama para tudo, para levar comida ao quarto, levar água... Parece até que ele só confia em você para fazer coisas que Felícia deveria fazer, o seu cargo está acima do dela, não é? Um mordomo é um chefe dos outros empregados. Ele tem três, mas Frederick e Lysandra nunca fazem o mesmo que você, os dois fazem serviços diferentes, mas que são da profissão deles. Qual sua verdadeira relação com meu cunhado? Por acaso é amante dele? — Nesse momento agora quem ficou sem palavras foi Lecter, mas diferente de Lysandra ele sorri, como se não acreditasse no que Brench disse.

— Por favor, entenda. — Sorri de canto. — Se o Sr. Robers quer que eu dê água a ele eu vou dar. Se ele confia mais em mim para tal serviço eu faço o serviço. Ele é o patrão, então devo seguir as ordens dele, mesmo que não tenha haver com meu serviço. Quem vai lagar um serviço que paga bem só por não gostar de levar água para o patrão? — Cruzou os braços.

— Você acha que eu falo isso sem cabimento? Eu estava lá no quarto do meu cunhado, todos estavam procurando por algo que o assassino quisesse e tinha algo bem interessante. Um presente, do Jason pra você. Um presente que você usaria hoje a noite mesmo, no quarto dele, tinha até um bilhete junto, com palavras sexuais e escritas com a letra dele. Era amante dele! por que esconder isso ainda? Minta mais!

Notas do autor

(Capítulo revisado)

Brench descobriu um segredo, mas será que esse segredo agora que foi revelado vai ajudar em algo na investigação?...

Obrigado por ler ^-^.

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O Jogo do Detetive: Contra o TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora