12- Revelações

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9:55 P.M

— Takahashi, você matou dois homens em casos diferentes. Um deles vendia drogas, você alegou matá-lo por legitima defesa, no outro caso o homem vendia armas, você alegou tê-lo matado por legítima defesa. Não temos provas que o prefeito estaria envolvido com estes dois homens, mas é estranho que sempre que você corre atrás de um bandido sozinho acaba matando ele por legítima defesa. O senhor os matou a mando de alguém, Takahashi?

Takahashi pediu para que a detetive chegasse mais perto, ela chegou e em seu ouvido com muito esforço ele disse:

— Nã... Não sou garoto... De encomenda. E-eu mato vermes por... Porque essa é a minha profissão — sussurrou quase inaudível. — A... A propósito, eu teria matado na frente de qualquer policial.

A detetive ficou um tempo olhando para Takahashi, fitava seus olhos vermelhos, seu rosto pálido. Enquanto isso todos a olhavam, queriam saber o que Takahashi disse, então ela se lembra do gravador e o pega.

— Yuno Takahashi nega ter matado a mando de alguém. — A detetive continua olhando para Takahashi, tentava buscar pelo menos um pingo de emoção, mas não enxergava nada além do óbvio, o detetive estava com a aparência fraca, estava morrendo e seus olhos vermelhos se enchendo d’água era uma consequência da sua dor física. — Quer saber, diz logo por que veio pra essa cidade. Diga quando conheceu o prefeito. Você precisa nos contar!

— Kusanagi, ele está muito fraco — disse a médica.  — Tem que parar com isso. Ele não tem muito tempo!

— Takahashi,  eu sei que estou sendo dura, mas precisamos de você — disse Kusanagi, sua respiração já estava mais forte, estava suando. A detetive já não sabia o que fazer para resolver o caso.

Ludwig queria dar mais uma chance para Takahashi, queria que a detetive tivesse mais tempo para resolver o caso e assim Takahashi poder ir para um hospital. A única solução que ela achou para dar um pouco mais de tempo para o jovem detetive foi a adrenalina. Ludwig foi até a grande mesa do salão, onde deixou o kit de primeiros socorros, procurou pela seringa com adrenalina enquanto evitava olhar para os corpos ali, seu coração estava com batimentos descompassados, nem todos os kits de primeiros socorros tem adrenalina, mas por fim conseguiu achar e isso a fez respirar profundamente pelo alívio que sentiu.

A médica também pegou algodão e álcool, sentou-se ao lado do detetive, Kusanagi olhou para Ludwig que passava o algodão no álcool,  depois passou o algodão na lateral do ombro do detetive.

— O que é isso? — Perguntou Kusanagi.

— Epinefrina... O mesmo que adrenalina! Isso vai ajudar ele, mas Takahashi, não ache que vai poder pular e sair correndo como se estivesse bom. Você não está e quero que continue deitado. Tudo bem? — Sem esperar que Takahashi diga algo ela pega o braço dele e aplica a injeção. — Via intramuscular faz efeito rápido então você já deve sentir algo mudar.

As pupilas de Takahashi já estavam se dilatando, estava respirando mais rápido. Franziu o cenho quando sentiu uma pontada de dor em sua cabeça, estes eram alguns sintomas da adrenalina em seu sangue.

— Isso não é legal! — Takahashi inspirava e expirava tentando manter a calma. — Ah, acho que eu já consigo... Responder para que todo mundo entenda... Cheguei aqui a uns 7 meses, eu não conhecia o prefeito quando cheguei à cidade, me apresentei ao departamento de polícia, fiz meu trabalho... Aluguei um apartamento barato... Resolvi vários crimes e matei criminosos que fizeram muita merda na vida... Conheci o prefeito depois disso, ele me parabenizou, jogamos conversa fora no seu jardim, tomamos chá e só. Eu sei que não seria a última vez que eu veria ele, eu sei que ele me chamaria de novo com algum propósito, vi isso nas palavras dele quando conversava comigo... “Esta cidade vai precisar muito ainda dos seus serviços”, “Você é dos meus Takahashi, já sinto que seremos bons companheiros!”. Só que ele não me chamou mais, só para esse jantar.

O Jogo do Detetive: Contra o TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora