Um beijo, mil confusões...
Uma amizade, um beijo, mil conflitos. O que fazer quando um simples e inesperado beijo te causa sentimentos por uma pessoa que, ainda por cima, é o seu melhor amigo?
Charlotte e Henry decidem se beijar. Um ato tão íntimo...
Eu devo estar com olheiras enormes, já que não consegui pregar os olhos durante a madrugada toda. Mesmo sem querer, seu beijo voltou para meus pensamentos, ainda posso sentir o gosto dos seus lábios na minha boca.
Chegando a sala, meus olhos caíram automaticamente em Henry, sentado no fim da sala. Ele está entretido conversando com Ray e Jasper, alheio ao seu redor, até que ele me vê, e eu sorrio e aceno, não apenas para Ele, mas para meus outros dois amigos também. Respiro fundo e sento na carteira.
Estou sendo ridícula... Foi apenas um beijo, não devia estar agindo dessa forma. Talvez tenha pegado um resfriado e isso não está me deixando raciocinar direito.
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- Você está bem?– Jasper se aproximou, acompanhado por Ray e Henry.
-Sim, apenas uma dor de cabeça.– tento parecer casual, mas meu coração bate com tanta força que tenho certeza que os garotos podem ouvir .
- Você parece irritada.– A voz rouca de Henry me faz lembrar da noite anterior.
- Impressão sua, vocês querem fazer alguma coisa depois da aula?- Digo, com intuito de fazê-los pararem com as perguntas.
- A gente podia assistir um filme na casa do Henry.– Ray sugere.
- Por que tem que ser na minha casa?
- Oras, porque a sua casa é confortável...– Henry arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços sob o peito.- Porque a sua mãe vai estar lá e eu quero ver ela, satisfeito?
- Não cara eu não estou satisfeito, isso é estranho.– O loiro fez uma careta.
- Cara, o amor é estranho. Um dia eu sou só seu melhor amigo e no outro dia viro seu padrasto.
Jasper pressionou os lábios, como se estivesse tentando não rir.
- Se você repetir isso mais uma vez eu acabo com você.
Quando Ray entrou para o nosso grupo ele logo foi convidado a jogar videogame na casa do Henry, só não imaginávamos que ele iria se apaixonar descaradamente pela senhora Hart...
No início, pensávamos que era uma atração passageira, mas ao passar dos dias, Ray só queria ficar na casa dos Hart, nos obrigando a assistir suas tentativas de flertar com a mãe do meu amigo.
- Combinado então, vai ser na casa do Henry. – Jasper diz afim de encerrar a discussão deles logo.
- Por que não na casa do Ray? – Exclamou impaciente, jogando as mãos para o alto.
- Henry, para de birra, a única coisa que o Ray vai fazer na sua casa é assistir um filme e flertar com a sua mãe.– Falo sarcasticamente.
- Nossa, Char, obrigado. Me tranquilizou muito! - De nada.
- Ok, tudo certo. Filme na casa do Henry.
- Eu tenho que decidir o que eu vou usar.
- Vá se foder, Ray.
Droga, na casa do Henry não...
- Hum... Acho que eu preciso estudar para prova de matemática... e... não vai dar para ir...
- Char, para de bobeira!- Henry olhou-me desconfiado. - Nem temos prova de matemática amanhã.
- Mas eu preciso estudar para prova de matemática da semana que vem e também...
O loiro caminhou parando a minha direita e abraçando de lado o meu ombro.
- Charlotte, todos aqui sabemos que você não precisa estudar, então está combinado, você vai!
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Desenho pequenos círculos com os dedos sobre o lençol vermelho, xingando-me mentalmente. Eu tenho que parar com essa mania de sempre chegar no horário combinado! Henry está sentado bem ao meu lado, com as pernas esticadas sobre o lençol, encarando a tela do seu telefone.
- Será que eles vão demorar muito?
- Conhecendo o Jasper e o Ray tenho certeza que sim.– Diz, olhando-me por um instante.
- Que saco!– Reclamo com um grunhido.
Eu não sei se o Henry precisa se esforçar tanto quanto eu, mas nós estamos fazendo um ótimo trabalho em fingir que nunca nos beijamos.
- Mas por que isso te preocupa?
- Não me preocupa, eu disse que preocupava?
- Char, eu te conheço, até parece que você está com medo de ficar sozinha comigo!
- Medo? Eu? Claro que não...
- Ainda bem!- Henry colocou as mãos ao redor de meu pescoço, fazendo um calor subir por todo meu corpo.- Por que eu não mordo, só se você pedir.-
Sussurrou a última parte em meu ouvido, e antes que meu corpo queimasse com suas provocações, decidi levantar.
- Vou pegar um copo com água .
Estava prestes a abrir a porta que dava para o corredor quando Henry, me segurou e colocou meu corpo contra a parede .
- Você está me ignorando por causa do nosso beijo?– Perguntou, quase em um murmúrio.
- O quê? Não tem nada haver com o nosso beijo, só estou com dor de cabeça.– Declarei, evitando olhar para seus olhos a todo custo.
- Então diz isso olhando nos meus olhos, Char.
Levanto um pouco a cabeça e encaro seu olhar intenso.
- Hen, não estou te evitando, nem tenho motivos para fazer isso, foi apenas um beijo.
- Só um beijo, foi?– Sussurrou ele, sua respiração se misturando com a minha.
- Sim, um beijo que não significou nada pra mim.
O Hart não disse mais nada, embora seus olhos continuassem grudados aos meus.
- Significou para mim.- Afirmou por fim. Afastando-se sem esperar por uma resposta, Henry abriu a porta, deixando-me sozinha com a respiração acelerada, o coração palpitando no peito e a mente completamente confusa. O que ele quis dizer com isso?
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