Dez

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O jogo de hoje foi uma loucura, o ginásio inteiro vibrava a cada cesta, as líderes de torcidas gritavam e balançavam seus pompons, eu ainda consigo sentir a euforia do Ray fazendo uma cesta nos últimos minutos de jogo.

Ray foi erguido pelos colegas de time nos ombros. O mesmo retirou sua camisa, e ficou balançando no ar, conforme comemorava com o time.

– Vamos? – Ray pergunta.

– Você não vai para a festa do Derek comemorar? – Anne diz franzindo a testa.

– Eu não comemoro com o pessoal do time, eu gosto de comemorar com eles. – Ele diz se referindo a nós. Ray sempre preferiu comemorar suas vitórias conosco, de fato eu estranhei no início, até porque qualquer pessoa ia preferir mil vezes comemorar em uma festa do que passar a noite bebendo e rindo de baboseiras. Mas ele parece não se incomodar.

O estacionamento está lotado de pessoas usando roupas laranja, começo a andar rápido, desviando da multidão de pessoas.

– Charlotte!

Uma voz me chama e eu olho para trás vendo Ryan se desviando das pessoas para chegar até mim.

– Espera um segundo? Eu já volto. – Escuto os garotos resmungarem, mas não dou atenção.

Ryan para diante de mim e sorrir.

– Você vai para a festa do Derek? – Ele diz ofegante.

– Não vou poder ir – digo –, mas você jogou muito bem, parabéns pela vitória. – Envolvo meus braços pelo seu pescoço, e dou um abraço desajeitado nele.

– Valeu! – Ele agradece, vejo a sua boca abrir para dizer algo, mas o som alto e irritante da buzina de carro começa a soar.

– Vamos logo, Charlotte! – Ray grita. Viro-me bruscamente e digo para ele esperar mais um minuto.

– Desculpa por isso, é que nós sempre comemoramos a vitória do time dele juntos, e eu acho que ele está um pouco apressado hoje. – Digo envergonhada.

– Não precisa se desculpar, o Ray consegue ser bem insistente quando ele quer algo. – Ryan revira os olhos ao escutar a buzina de novo.

– Como você sabe que o Ray é bem insistente? – Ryan olha para mim desconfiado.

– Ele é capitão do time. – Ele diz como se fosse obvio, respiro fundo, eu já estou ficando paranoica, estou querendo saber tanto o motivo do Ray não gostar dele, que até pensei que eles já tivessem sido amigos antes. – E Ray e eu viemos do colégio da cidade vizinha. – Arregalo os olhos, ele chegou ao colégio junto com o Ray.

– Charlotte meu amor, não temos a noite inteira... – Henry grita.

– Wow, seus amigos são bem insistente.

– Só um pouquinho. – Digo para tentar aliviar a tensão que se formou entre nós.

– Me encontra no teatro da escola, segunda-feira na hora do intervalo, tudo bem?

– Certo! – Ryan segura o meu rosto com as duas mãos e deixa um beijo na ponta do meu nariz, logo me puxa pela mão, caminhando em direção ao carro do Ray.

– Ray. – Seu tom de voz carrega deboche. – Você jogou bem hoje.

– Eu não posso dizer o mesmo de você. – Ray diz com desinteresse.

– Eu não preciso que você diga nada, eu sei muito bem quando eu jogo bem ou não.

Eu sei que o Ray está se controlando para não dizer nada.

Beijos e ConflitosOnde histórias criam vida. Descubra agora