Capítulo III

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- Prazer Murilo, me chamo Natalie – digo isso rápido demais, fazendo o tal de  Murilo olhar-me com cara de assustado.

­Desculpe-me, mas poderia repetir? – diz ele

- Perdão, falo rápido demais. N-A-T-A-L-I-E! – respondo como se estivesse soletrando o meu nome. Ele ri.

- Ok, Natalie, foi bom te conhecer, mas tenho de ir. Estou atrasado para a festa da minha sobrinha. Até mais. Antes que me esqueça, gostei do short.

- Tchau, hãn, Murilo. – Disse, olhando aquele cara deixando o corredor das “besteiras”.

Olho para a minha cesta, e a lata de brigadeiro está lá, fico me perguntando como e quando ele a colocou, porque sabem, não estava prestando atenção.

Dirijo-me ao caixa, o mesmo caixa de sempre. Número dois. A Flávia já esta acostumada com a minha ilustre presença aos sábados, e claro que já criamos um elo de amizade.

- Fala Natalia - Diz Flávia com um tom irônico.

- Juro que iria te corrigir, mas meu humor está lá em cima, e Flávia pode me chamar do que quiser juro que não irei me importar.

- Qual é o nome, endereço, telefone e o numero do cartão de crédito do gato? – Flávia solta isso do nada, e tenho que controlar a gargalhada que vem à tona.

- Nome, Murilo. O restante não se sabe. – Digo fazendo um beicinho,

- Como assim você não sabe Natalie Zimermann?

- Não sei Flávia, por favor fale mais baixo, ok? Não quero ser o centro das atenções.

- Amiga com esse short todo sujo, diria que você é o alvo da micareta. – Flávia debocha.

- Não é sujo, é manchado. Água sanitária. – retruco.

- Ok, Nat. Ligue-me mais tarde. A fila atrás de você está aumentando. Tudo deu R$ 37,56. Admiro-me que tenhas pegado uma lata de brigadeiro. Não sabe fazer brigadeiro caseiro não?

- Foi o Murilo, te explico depois. Até mais, Flavinha.

 Eu poderia sim ter feito o brigadeiro caseiro, mas é tão difícil achar o ponto certo, né? E a receita é tão difícil, a vovó fazia um brigadeirão de panela tão bom, que dava até dor de barriga. Olhando pelo lado positivo: se não tivesse ido até aquele corredor, não conheceria o Murilo. Não conhecendo o Murilo seria mais uma noite de sábado qualquer.

Apenas uma questão de tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora