A Jaqueline, amiga da Sabrina (aquela que eu transei pela primeira vez) convidou o colégio em peso pra sua festa de vinte e um anos, que ia acontecer no final de semana próximo.
Passado um dia, do Hernandes ter me colocado a par de sua vontade, reencontrei o Konder, quando eu fui na biblioteca de manhã.
Perguntei se ele iria na festa da Sabrina.
-Sim,estou muito animado, Evan. Gostaria muito de te beijar em algum cantinho da festa.
-Jamais, Konder. Eu não daria uma bandeira dessa numa festa onde a faculdade quase toda vai estar presente.
-Vai chegar um momento, que todo mundo vai ficar bêbado, Evan.
-Mesmo assim, Konder. Não vai poder rolar mais nada entre a gente. Eu já tinha te dito.
-Ah, Evan. Larga essa chatice do Hernandes pra lá. Eu chamo isso de egoísmo da parte dele.
Eu me concentrei pra responder o Konder.
-O Hernandes está mais que certo, ele tem que cuidar do que é dele.
-Como assim do que é dele?
-Nós estamos juntos, Konder.
-Eu não acredito!!!!!!
-É sério. Faz só alguns dias que rolou e está sendo muito legal.
-Não tem cabimento isso. Vocês são muito iguais!
-Se for pra pensar no que é igual não tinha rolado nada disso entre nós três.
Konder demonstrava indignação e eu com dó tinha vontade de abraçá-lo ali mesmo entre os colunas de livros.
- Eu só acredito vendo!
E saiu com pressa.
Pelo jeito não tinha colado, mas Konder ficou nervoso.
Eu o chamei com cautela. Ele olhou.
-Por favor Konder,segredo.
Ele cruzou os dedos na boca e prosseguiu.
Quando eu contei pro Hernandes sobre a reação do Konder, ele vibrou e deu risada. Eu estava achando uma grande besteira. Que infantilidade do meu amigo.
O dia da festa de vinte e um anos da Jaqueline chegou, parecia mais uma formatura do que uma festa só tinha gente da faculdade.
Eu revi a Sabrina. Ela tinha vindo especialmente pra festa. Me deu um beijo na boca quando eu saia do banheiro, quase que a Cibele via, mas me safei a tempo.
-Eu nunca te esqueci, Evan.
E saiu rebolando com seu vestido longo.
Acabei me juntando ao Hernandes e alguns outros caras da faculdade.
O konder chegou muito bem arrumado. Nem cumprimentou a gente e passou a procura da aniversariante.
O Hernandes sem que ninguém percebesse, foi atrás dele logo após alguns minutos. Muita gente estava chegando e eu avisei os caras que também ia dar uma volta.
Quando passei perto do quarto da Jaqueline os dois conversavam.
- Ficou sabendo que eu e o Evan estamos juntos.
-Sim, Hernandes, mas essa história eu não engoli.
Eu cheguei a ponto de ouvir essas duas frases.
-Vocês vão ficar falando sobre isso aqui na festa.
Hernandes me olhou e disse.
-O Konder não que acreditar que a gente está ficando e eu quero provar pra ele.
O quarto da Jaqui estava entre aberto.
Hernandes sugeriu que nós três entrássemos.
Lá dentro Konder trancou a porta.
-Eu não acredito que vocês dois amigos desde infância estão tendo um caso.
-Estamos sim, Konder.- Confirmou novamente Hernandes.
-Então prova!!!
Hernandes me olhou com um olhar aproximador, meu coração começou a bater forte, ele segurou meu rosto e me deu um baita beijão na boca. Eu aguentei calado o beijo, mergulhando mais uma vez em suas loucuras.
O beijo não durou muito tempo. Konder estava perplexo com o que acabava de ver.
Começou a chorar e destrancou a porta saindo em direção a aglomeração de pessoas .
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A curiosidade
Short StoryCursando o primeiro período da Faculdade de Educação Física, Evan, hetero convicto, passa a desenvolver uma curiosidade homossexual quando descobre que seu melhor amigo está se envolvendo com seu colega de classe.