dói sem tanto • noart [2] (concluída)

030 | epílogo 🐦

e é tão mais fácil quando,
tem você pra dormir junto tem,
pra acordar junto e viver junto,
tem você pra me contar dos teus dias seguros.

vida real.

Los Angeles, Califórnia, sina's house.

sina deinert.

- "E ao final, tudo parece certo" - Fechei o livro depois de quase sete horas lendo sem parar.

- O que? Não pode acabar assim, Sisi! - Exclamou Summer, minha irmã.

- Claro que pode, sua chata. - Henry brincou e Summer jogou um travesseiro nele. - Mas o que acontece depois? E o bebê deles? - Henry perguntou, indignado.

- Acabou, pessoal. Quando o livro acaba, você pode imaginar qualquer outro final para os personagens.

Summer emburrou a cara.

- Mas eu quero um final decente, Sisi! Como ficou a filha deles? Não vai ter uma continuação? Não vai mostrar no nascimento do bebê? Eu preciso disso!!

- Sinto muito, maninha, a autora não escreveu uma continuação para essa história. - Dei um beijo na testa dela.

- Qual é o nome dessa história? Vou falar para minhas amigas sobre ela. - Summer se levantou da cama e pegou o livro de minha mão.

- Se chama "Porque eu te amo".

se não, tem ausência e saudade,
tem lembrança de felicidade,
tem guarda-roupa vazio sem teus tons escuros,

- Posso ficar com o livro? - Summer implorou.

- Não, você rasga todos os meus livros, esse aqui é importante.

Henry continuou sentado na cama, olhando para a parede.

- Será que algum dia eu vou ter um romance igual o deles? - Henry fez uma carinha triste.

- É claro que vai, você ainda tem 13 anos, algum dia algum garoto super legal vai gostar de você assim como o personagem principal gostava da moça loira.

- Você parece muito com a moça loira da história. Se fizerem um live-action podem te convidar. - Summer brincou.

- Quem me dera, mas não sou atriz.

- Que horas são? - Perguntou Henry.

- Seis e meia da manhã, viramos a noite lendo!! Agora se arrumem para a escola, senão mamãe vai brigar conosco.

Os dois foram correndo até o banheiro para disputar quem escovaria os dentes primeiro. Já eu, fui até meu quarto para pegar as coisas do trabalho.

Summer e Henry tem treze anos e são gêmeos, temos dez anos de diferença.

Meus pais trabalham fora então eu sou encarregada de cuidar deles durante a manhã, eu os levo para a escola a pé e depois vou para o trabalho.

Peguei o livro que li para as crianças e coloquei na bolsa, não quero que Summer pegue-o escondido.

dói sem tanto te lembrar,
dando voltas e fazendo meu mundo bambo girar,
mal tu sabe que meu peito tem só falta do teu fogo,
nosso jeito torto de seguir,

Minutos depois, os dois estavam prontos assim como eu. Fizemos o trajeto da escola debatendo sobre o livro, Summer ainda estava indignada pelo fato do livro não ter continuação.

- Quando chegarem da escola nós falamos mais sobre isso, agora entrem logo, senão vão se atrasar. - Dei um beijo na testa dos dois e esperei eles entrarem na escola.

Fiz o meu trajeto até o metrô de Los Angeles como faço todos os dias, mas percebi que minha mochila estava pesada demais.

Comprei o bilhete do metrô e enquanto esperava o trem chegar, eu apoiei a mochila no chão para retirar meu livro, já que o mesmo ocupava espaço e não era nada leve.

O trem chegou na estação e haviam muitas pessoas entrando ao mesmo tempo, trombando umas nas outras sem se importar com educação.

Na hora de entrar no vagão, trombei tão forte em alguém que ambos caíram no chão, assim como meu livro e os livros que a pessoa carregava.

abandonando todas as defesas,
distribuindo minhas cartas em todas as mesas,
fazendo carnaval em terça feira,
fazendo amor e dizendo besteira,

- Ah, minha nossa, me desculpe. - Disse me levantando e limpando a roupa.

- Tudo bem, eu também estava distraído. - O garoto se levantou também.

Ambos nos abaixamos para pegar os livros, mas ao pegar o meu, nossas mãos se tocaram.

Dei um sorriso nervoso e ele me entregou o livro.

- Eu adoro esse livro, sempre leio para minha irmã. - Disse ele se referindo ao livro que eu carregava.

- Sério? Também leio esse livro para meus irmãos, hoje terminamos a leitura e eles ficaram indignados.

- Imagino, também fiquei triste por não ter uma continuação.

Ambos demos um sorriso tímido.

- Gosta de Harry Potter? - Perguntei aí ver o primeiro livro em suas mãos.

- Comecei a ler a saga hoje, estou adorando. - Ele disse e eu ouvi o barulho do trem se fechando.

não duvide do amor que tenho,
é imenso e diz tanto de mim,
tuas asas são teu movimento,
quero as minhas no vento assim.

- Droga, tenho que ir! - Arrumei minha mochila das costas. - Foi muito legal falar com você.

- Te vejo amanhã, garota do metrô? - Ele disse e eu abri um sorriso imenso, o garoto havia usado o mesmo apelido do livro que eu era tão fascinada.

- Mas é claro, garoto do metrô. - Eu disse e as portas se fecharam, me fazendo perder o garoto de vista.

fim.