CAPÍTULO 2

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Boa tarde lindezas!!!

Prontas para o segundo capítulo?


Isadora

—Bom dia, flor do dia!

Ouço o grito agudo da minha amiga enquanto as cortinas são abertas e o quarto é completamente inundado pela luz do sol.

—Bom diaaa, Isaaaa!!! — Ela fala com o tom de voz ainda mais alto e eu fecho os olhos com força, não acreditando que na hora que eu estava tendo um sonho tão bom ela me acordou.

Sonhava que estava prestes a entrar em uma linda casa com uma grande porta azul na entrada e flores espalhadas por todo o chão da varanda. No momento em que eu ia abrir a porta e ver o que tinha dentro do local essa maluca que eu chamo de melhor amiga gritou e me acordou.

Escondo a cabeça embaixo do travesseiro e solto um gemido de frustração. Esse sonho vem se repetindo constantemente desde que passei a morar com a Gabi, só que dessa vez eu quase consegui entrar na casa.

Eu não sei o que tem dentro dela, nem porque estou ali, nunca vi esse lugar na vida, mas sinto que a partir do momento que eu passar por aquela porta minha vida vai mudar.

—O que? Não ouvi. — Ela fala enquanto puxa o travesseiro do meu rosto.

—Boa noite, Gabriela. — Respondo rispidamente e puxo o travesseiro da sua mão, colocando-o de volta no rosto para me esconder de toda a animação matinal que essa maluca tem.

Sério gente, me respondam com toda sinceridade do mundo. Quem consegue ser feliz assim de manhã antes de tomar uma bela xícara de café?

—Nada disso. É bom dia e você pode ir levantando essa sua bunda gostosa da cama porque nós temos muito o que fazer hoje.

Não respondo. Será que se eu ficar inerte ela esquece que eu existo e me deixa em paz?

—Isadooorrraaaaa!!!!!

Não tenho tempo de reação porque ela grita e puxa o travesseiro junto com as cobertas de cima de mim e começa a rir como uma hiena desgrenhada, se é que isso existe.

—Meu Deus, Gabi! Como? Só me responde como você consegue ter esse bom-humor a essa hora da manhã? — Olho para o relógio na cabeceira e resmungo. —Porra! Não são nem oito horas da manhã ainda, Gabriela! E de um sábado. Pelo amor de Deus!

—Depois que você aprendeu esse palavrão nunca mais o tirou da boca né? Se bem que pode ter um duplo sentido isso. — Ela balança as sobrancelhas sugestivamente e ri ainda mais da sua própria piada.

—Nossa! Muito engraçado. Realmente, muito engraçado. — Tento ficar séria, mas se torna uma missão impossível com a cara de safada que ela faz para mim.

—Sim, foi engraçado sim. E não adianta fingir que não, porque sei que por dentro você está se acabando de rir. — Não resisto e caio na gargalhada. —Isso! Consegui a merda de um sorriso de verdade. Finalmente!

Ela comemora como se tivesse ganhado um prêmio em um programa de televisão e meu sorriso morre na hora, assim que eu percebo o quanto ela tem se empenhado para me fazer sorrir.

Já estou morando em sua casa por dois meses, e nesse tempo ela praticamente deixou sua vida de lado para viver a minha. Perdi as contas de quantas noites ela passou em claro dizendo que também estava sem sono e queria maratonar uma série qualquer, quando na verdade eu sabia que ela só não queria que eu ficasse sozinha para chafurdar na minha miséria.

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