CAPÍTULO 10

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Olá amores!!!

Vamos a mais um capítulo?



Isa

O final de semana passou em um piscar de olhos. Entre nosso dia de princesa, as tagarelices de Gabriela e a ansiedade de saber que vou ter que encarar um novo desafio, a segunda-feira chegou e eu nem reparei.

Claro que as recordações do beijo me atormentaram. Não vou ser hipócrita e dizer que não. Era eu ficar sozinha, por um instante se quer, fosse em meu quarto, ou no banho, que os olhos penetrantes do Pedro me invadiam a mente e a sensação de luxúria se instalava em meu âmago.

Tentei bravamente não pensar nele, mas só tive sucesso quando estava ao lado de Gabriela e suas sandices.

Ela não voltou a falar sobre o seu chefe ou o motivo da ligação para ela de madrugada, e eu me esquivei de suas investidas ao tentar arrancar alguma informação do que poderia ter acontecido na Lexus.

Ela levantou diversas teorias, entre as quais as mais loucas foram:

—Você levou um tombo na frente de todo mundo, ficou morta de vergonha e não quis me contar porque sabia que eu não deixaria você esquecer.

—Deu um tapa na cara de algum engraçadinho que tentou passar a mão na sua bundinha empinada.

—Vomitou o banheiro todo por causa da quantidade de shots de tequila bebeu.

E a minha preferida.

—Uma mulher te beijou, você gostou e agora está em dúvida da sua sexualidade.

Como sempre a Gabi me fez relaxar e esquecer o nervosismo do primeiro dia no meu novo trabalho, mas agora, parada aqui em frente à instituição, sinto meu coração acelerado, as mãos suando e as pernas tremendo.

Não há ninguém por perto. Também pudera, cheguei com mais de trinta minutos de antecedência do horário que os professores devem chegar, ou seja, quase uma hora antes do início das aulas.

Estou nervosa, não dormi, não consegui tomar café da manhã, e parece que posso vomitar a qualquer momento.

Estou com medo, se não fosse pelo dia da entrevista ter visto alguns professores, eu não saberia nem o que vestir, mas aqui estou eu, com um vestido bem comportado azul marinho, meia calça preta e saltos da mesma cor, cabelos soltos e maquiagem leve que a Gabi insistiu em fazer alegando que eu não queria assustar meus aluninhos no primeiro dia de aula parecendo um panda de tanta olheira que tinha em meus olhos.

—Bom dia, moça. Está precisando de ajuda?

Olho para o lado e vejo um senhor de idade com um macacão verde escuro, que parece um uniforme, me encarando com um sorriso amigável no rosto.

—Ah, oi. — Falo um pouco atrapalhada, devo estar parecendo uma louca parada a essa hora da manhã na porta da escola. —O senhor trabalha aqui?

—Trabalho sim, sou um dos zeladores.

—Eu sou Isadora, a nova professora do Solar. — Falo estendendo a mão para ele que crispa a testa enrugada como se o simples fato de cumprimentá-lo fosse algo de outro planeta.

Permaneço com a mão estendida, aguardando uma ação dele. —A senhora me desculpe. — Ele fala sem graça quando percebe que continuo aguardando por ele, para logo em seguida limpar a mão na roupa com cuidado, e finalmente me cumprimentar. —Sou o Benedito, mas a criançada por aqui costuma me chamar de Bené.

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