CAPÍTULO 7

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Boa noite lindezas!

Para o capítulo de hoje, lá no finzinho quando a Isa dança sozinha, sugiro que leiam escutando a música - “Earned It” do The Weeknd 😉


Isa

—Eu não acredito que você ainda está desse jeito, Isadora! — Dou um pulo na cama com o susto e levo a mão ao peito, sentindo o coração acelerado.

Estava tão entretida fazendo anotações no planejamento que a assistente da Sandra me entregou, incluindo ali observações que acredito serem relevantes para o aprendizado das crianças, que não escutei a Gabi chegando em casa.

Ela está de pé, na porta do quarto, com os braços cruzados e cara de poucos amigos.

—Que susto, Gabi.

—Susto eu que levei. Achei que ia chegar e você já estaria quase pronta e encontro o quê? Você deitada com roupa de mendiga como se estivesse pronta para dormir.

—Eiiii... não exagera. Eu só estou de pijama.

—Um pijama nada sexy, diga-se de passagem. Pelo menos o cabelo está escovado. Menos uma coisa para fazermos. — Ela encara meu pijama de bolinhas franzindo o nariz.

—Eu só estava fazendo algumas anotações para as aulas.

—Estava, falou bem. Porque agora nós vamos nos aprontar para a nossa comemoração!

—Gabi, eu acho melhor a gente deixar isso para outro dia.

—Nada disso. — Ela entra no quarto de vez, tira os papéis das minhas mãos e os joga dentro do armário, me pega pelo braço, me levanta e me empurra em direção ao banheiro como uma criança de cinco anos. —Combinado é combinado. Você prometeu e não vai dar para trás agora. Vai. Vai. Toma um banho rápido que a gente ainda tem muito que fazer para ficarmos ainda mais deslumbrantes do que já somos.

—Pouco convencida você. — Falo enquanto a deixo praticamente me jogar dentro do banheiro.

—Convencida não meu amor, eu sou sincera. — Dá de ombros enquanto eu fecho a porta, tentando me animar para essa tal comemoração.

Saio do banho e encontro a Gabi ao lado da minha cama já de banho tomado, afinal ela tem uma suíte no seu quarto, envolta em um roupão me aguardando com uma sacola de loja feminina na mão.

—Antes que você reclame, eu já adianto que é um presente, e me ensinaram uma vez que presente não se recusa, apenas se agradece. — Ela diz estendendo a sacola na minha direção e abrindo um sorriso vitorioso para mim.

Faço careta, ciente de que ela fez esse discurso sabendo que eu não ia poder retrucar, porque é exatamente o mesmo que eu fiz anos atrás no primeiro aniversário dela que comemoramos juntas, quando ela quis recusar o presente que lhe dei. Um cordão de ouro branco com um pingente em forma de lágrima que ela ficou namorando na vitrine de uma joalheria quando foi comigo comprar um presente para a minha mãe.

Voltei depois sozinha e o comprei, ela tentou recusar dizendo que eu estava louca, que era muito dinheiro para um presente, e eu fiz a idiotice de falar: presente não se recusa, apenas se agradece.

Agora ela virou o jogo e está jogando na minha cara sem nenhum remorso as mesmas palavras.

—Você é vingativa, Gabriela.

—Vingativa não. Apenas tenho uma boa memória. — Reviro os olhos na falta do que falar. —Agora abre logo, estava me corroendo para te entregar.

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