CAPÍTULO 4

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Boa tarde Lindezas...

Terça eu atrasei, então nada mais justo que hoje adiantar, certo?

Isa

Enquanto saímos da praia minha mente dá voltas tentando entender tudo o que aconteceu em um espaço tão curto de tempo.

Eu estava prestes a entrar no mar, fui atropelada por uma criança desgovernada, levei um baita tombo, que por sorte me deu apenas algumas escoriações, nada de grave aconteceu com aquele garotinho lindo, e de quebra ainda flertei com um cara casado!

CA-SA-DO!

Quão baixo isso pode ser?

O cara estava ali com a mulher e o filho, curtindo um dia de praia em família e eu fiquei lá, igual uma pateta perdida naqueles olhos quase negros, desejando encostar em sua pele e saber se ela era tão quente quanto a minha imaginação me fazia pensar.

E quando ele me tocou? Jesus! Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Começando na ponta dos dedos dos pés e subindo até o meu último fio de cabelo.

Ele me fitava com tanta preocupação, com tanta ferocidade... era como se me conhecesse, como se quisesse me proteger do mundo.

Seu toque era tão bom, tão gostoso, tão único que por um instante esqueci tudo ao meu redor. Tudo mesmo. Pessoas, lugares, dores, angústias, medos...

Isso até eu cair em mim e ver sua mulher e seu filho.

Deus! Queria cavar um buraco na areia e me enterrar ali mesmo.

Que vergonha.

Foi por isso que saí tão apressada de perto deles.

E é por isso também que a Gabi está praticamente me arrastando pela areia até o calçadão da praia.

Sei que é errado, que não deveria fazer, mas quero muito dar uma última olhada para onde estávamos e confirmar que tudo aconteceu de verdade. Que mesmo depois de ter passado pelo constrangimento de falar com a mulher dele, que por sinal parece ser um amor de pessoa e fez com que eu me sentisse pior do que já estava, aquele cara ainda teve a audácia de ir atrás da gente.

Não resisto e viro o rosto, uma última olhada não vai fazer mal a ninguém, certo?

E lá está ele, parado no mesmo lugar que o deixamos, de braços cruzados, semblante fechado e olhos fixos em mim. Como se estivesse apreciando cada segundo que pode da minha presença.

Ele é lindo.

Lindo não.

Lindo é muito pouco para o que ele é.

Acho que nunca me deparei com um homem como aquele.

Bronzeado, cabelos negros que parecem ser tão macios quando sua pele, daqueles que você sente vontade de fazer carinho e ficar por horas com as mãos ali. Seus olhos tem um tom escuro, quase negros, tão vivos que você tem medo se perder com tamanha intensidade.

E o corpo? Ele deve perder algum tempo na academia, porque quando ele me ajudou a levantar eu não resisti e dei uma rápida olhada em seu tórax e quase caí para traz de novo. Não é aquele homem sarado, rato de academia como dizem por aí, mas tem o abdômen definido e, definitivamente os braços tem músculos suficientes para carregar uma mulher sem fazer um pingo de esforço.

Mas o que mais me impressionou foi a sensação que ele me trouxe. Algo novo, diferente, que fez o mundo todo sumir, que me fez querer ser dele, e de mais ninguém.

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