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Finalmente o dia do vestibular chegou. É claro que eu morri de medo, estava ansioso e terrivelmente preocupado. Mas quando finalmente me sentei para fazer a prova, eu me imergi ali e deixei tudo isso para trás. No fim das contas, acho que posso ter ido bem. Talvez eu tenha boas chances de entrar. Mas o resultado só sai daqui há dois meses, então nesse meio tempo eu vou tentar apenas me distrair e possivelmente me divertir também.

De qualquer forma, as aulas acabaram e só de não ter que me preocupar mais com os estudos, já me sentia mais leve. Eu e Jimin tínhamos voltado a nos ver com frequência. Estava sendo ótimo, e desesperador ao mesmo tempo. A cada dia, estando tão próximo de Jimin, eu me sentia me apaixonar mais e mais. Sentia que estava cada dia mais próximo de romper com a linha tênue que separava os meus sentimentos da minha razão. A cada vez que ele me abraçava eu me sentia tentado a puxá-lo pelo rosto pra um beijo. Queria gritar que eu o amava e que queria tê-lo comigo para sempre. Queria andar de mãos dadas com ele para todos os lados e abraçá-lo antes de dormir, apenas para saber que ele estaria bem. E esses desejos me sobrecarregavam emocionalmente e era como se eu fosse explodir de vez em quando.

Acho que eu e ele nunca estivemos tão próximos. Em alguns momentos, eu até sentia uma tensão estranha entre nós. Às vezes, tinha a impressão de que Jimin estava me olhando por um tempo longo demais, e começava a me sentir nervoso. Mas provavelmente era apenas paranoia da minha cabeça, já que qualquer pequeno movimento dele me causava esse efeito.

Já na primeira semana de férias, combinamos de sair, eu, Chim, Hobi e JungKook. Decidimos ir ao cinema para assistir um filme na sexta-feira. Por volta das duas da tarde, eu toquei a campainha da casa dos Park, trazendo comigo um envelope de papel pardo. Depois de alguns minutos, a mãe de Jimin abriu a porta. Ela usava um avental vermelho com babados, parecia estar lavando a louça. Como sempre, ela sorriu e me puxou para um abraço.

— Bom dia, Sra. Park. — falei, me sentindo um pouquinho sufocado pelos seus braços.

— Bom dia, querido. Como você está?

— Estou bem e a senhora? — ela finalmente me soltou, dando espaço para que eu passasse. Quando o fiz, ela fechou a porta.

— Estou ótima. O Jimin já saiu do banho, está se arrumando. Pode subir. — disse, voltando para a cozinha.

Então eu a agradeci e subi as escadas. A porta do quarto de Jimin estava entreaberta. Eu bati com alguns toques apenas para anunciar que eu estava entrando. Então o avistei, vestido apenas com uma calça jeans preta, secando o cabelo com a toalha.

— Oh, você já chegou. — ele disse.

— Sua mãe me mandou subir...

— Tudo bem. Já estou quase pronto. — ele andava de um lado para o outro no quarto.

Eu engoli a seco ao observá-lo. É claro que eu já tinha visto Jimin sem camisa muitas vezes, mas eu sempre me impressionava com o corpo dele. Especialmente agora. Jimin não praticava exercícios físicos com frequência, além da dança, mas ainda assim, ele tinha um peitoral e abdômen bem definidos. E era mesmo... impressionante. Desviei meus olhos e cocei minha nuca.

— O que é isso? — ele perguntou de repente, se referindo ao envelope que eu segurava. Logo ele deixou a toalha de lado e vestiu uma camiseta da mesma cor da calça, se aproximando de mim.

— Ahm... — sorri de lado e lhe entreguei — É só uma coisinha que fiz. Pensei que talvez você fosse gostar.

Um sorriso enorme foi se abrindo no seu rosto. Ele tirou o desenho de dentro do envelope com cuidado e uma expressão de surpresa e contemplação tomaram o seu rosto. Depois de instantes, ele me olhou parecendo perplexo e eu ri. Era uma aquarela dele, de perfil. Eu havia me inspirado no nosso dia no parque para fazê-la. Achei justo, já que ele tinha tirado uma foto minha, que eu também pudesse dá-lo um recordação daquele dia.

dad issues; kth + pjm shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora