Capítulo 3

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POV. Louis

Quando chego na frente do residencial há um daqueles caminhões de loja na frente.


Não é possível!


Eles resolvem trazer essa merda quando eu não estou em casa. Eu corro para o meu apartamento e levo um susto quando vejo a porta aberta. Avanço para dentro do apartamento e Charles está parado na cozinha. Ele usa uma bermuda nude um pouco acima do joelho, a mesma camisa social de antes e sandálias. Ele observa dois homens instalando o meu fogão na cozinha.

- Charles?! - Chamo sua atenção e ele logo olha para mim

- Oi Lou. Eles acabaram de chegar e como você não estava em casa eu abri o apartamento para ele. Espero que não tenha nenhum problema.

- Claro que não. - Eu sorrio me acalmando - Hoje foi um dia difícil, me desculpe a indenizada. - Suspiro cansado

- Ainda não conseguiu um emprego. - Nego - Eu vou falar com o meu pai, ele tem um amigo que tem um mercadinho aqui em Paris, na área nobre, mas não é nada muito grande. O que me diz?! Eu teria que remarcar aquele almoço. - Acho que meus olhos brilham nesse momento. Eu estou feliz, mas também não queria fazer o Charles ir nesse almoço. - Já vi que você vai dizer que não, eu vou do mesmo jeito.

- Obrigado! - Lhe dou um abraço apertado e sinto seus braços circularem minha cintura colando nossos corpos.

Ouvimos um barulho que tenta simular o ato de tossir.

- Senhor, nós terminamos o serviço.

- Quanto é que tem que pagar?! – Pergunto puxando minha carteira

- 200 euros. - O outro homem responde

Charles começa a puxar a carteira do bolso.

- Aqui está. – Entrego os 200 euros na mãos de um dos homens e eles se retiraram do meu apartamento.  – O que você estava fazendo?!

- Se você me desse a chance eu iria pagar pelo serviço deles. – Olho para Charles indignado. – O que é?! Você ainda não tem emprego e tem pouco dinheiro. Era só um favor.

- Mas eu não quero que as pessoas fiquem pagando ou fazendo coisas no meu lugar. Esse foi um dos motivos para eu ter vindo para Paris, então peço que você respeite isso. - Talvez eu estou sendo orgulhoso demais, mas eu realmente fiquei ofendido.

- Desculpe, eu não queria te ofender. Só queria ser legal.

- Desculpe, eu me excedi um pouco.

- Não tem problema Lou. - Ele parou para pensar – Você sabe que me deve um jantar não é?! Você me fez faltar no almoço com meu pai, lembra?! – Ele sorri cínico e eu lhe olho desconfiado. – O que acha de pagar esse jantar hoje a noite?! Nós podemos sair pra jantar em um  bar restaurante que eu conheço. Ele é muito bom.

- Pode ser. - Eu cocei minha nuca um pouco constrangido

- Mas eu que vou pagar. Por tudo. – Ele dá ênfase na última frase e eu abro minha boca pra questionar. – Não aceito objeções. – Eu reviro os olhos e ele se retira sorrindo.

Entro no meu apartamento, jogo minha mochila em cima da mesa e pego a saco com meu uniforme do Instituto, vou até meu quarto e me jogo na minha cama. Eu estou cansado do dia e não estou nem um pouco a fim de cozinhar. Esse convite do Charles veio em boa hora. Primeiro que eu nem tenho o que cozinhar, não tenho nem geladeira. Vidinha difícil.

Falando em Charles, eu não tive muito tempo para pensar nele. Ele parece interessado em mim, mas provavelmente é só para sexo e não vou dizer que também não tenho esse interesse. Ele é um homem forte, sensual e muito bonito, além disso ele vem se provando ser gentil e muito legal. Apesar de eu ser do interior não sou uma pessoa atrasada ou que não conhece como o mundo de verdade funciona, eu só tento ver as coisas por outro lado.

Se algo acontecer essa noite entre eu e o Charles eu deixarei rolar, acho que ambos precisamos disso.

Pego o pacote com meu uniforme e o abro. O uniforme é composto de um blazer vermelho, uma camisa branca, uma calça preta e dentro do pacote há um broche com a insígnia do instituto. Essa insígnia são dois I's cercados por uma coroa de louros. Tudo de ouro. Coloco o broche no lado esquerdo do blazer e guardo o uniforme dentro armário.

Deito na cama para dormir e descansar pelo menos as duas horas que me restam antes do jantar.

🖋️

Quando abro meus olhos são 7:30 da noite. Levanto-me da cama vagarosamente, pego minha toalha na cômoda e caminho até o banheiro com a toalha nos ombros. Retiro todas as minhas roupas e entro no box do chuveiro. A água quente cai sobre meu corpo o relaxando, mas não tanto por conta da cama nada confortável. Eu estou morto de preguiça, mas eu havia falado para Charles que iria. Acho que há  motivo para me arrumar tanto, então após sair do banho e me secar, coloco uma roupa simples e boa para enfrentar o frio. Estou vestido uma camisa de mangas cumpridas cinza, uma calça preta, cinto, uma bota de couro e um sobretudo azul marinho, ajeito o cabelo e deixo algumas das minhas mechas loiras no meu rosto, elas realçam meus olhos azuis. Vou até a cama pegando meu celular e minhas chaves de lá de cima e sigo para fora do apartamento trancando a porta.

O apartamento de Charles é ao lado do meu, então eu não preciso andar quase nada e logo estou na frente de seu apartamento. Toco a campainha e em seguida ouço barulhos vindos de dentro do apartamento. Ele está se aproximando, ele abre a porta e seu peito está desnudo e ele só está com uma toalha enrolada na cintura.

- Você já chegou?! - Charles parece surpreso

- Sim

- Ótimo. Pode entrar, vou me arrumar e logo a gente sai. - Ele abre espaço na porta e eu entro, sua casa é logicamente mais bonita que a minha, mais bonita e bem equipada diga-se de passagem. Ele vai até o quarto e rapidamente volta com um suéter bege, uma calça jeans e botas. Seu cabelo em um penteado mais bagunçado o deixa com uma aparência mais jovem. - Você veio mais cedo do que eu esperava. Achei que você viria mais tarde, lá para as 9 horas.

- Se você quiser eu posso voltar mais tarde. - Digo ironicamente fazendo ele sorrir e me empurrar levemente para me fazer sentar no sofá.

- Você não vai a lugar nenhum que não seja nosso jantar mocinho. - Ele apalpa os bolsos e balança a cabeça em negação. – Espera aqui que eu vou pegar minhas chaves para nós irmos.

Charles vai até o quarto e logo volta rodando as chaves nos dedos e me levanto do sofá indo em direção a porta. Quando saímos ele tranca a porta e nós vamos em direção ao seu carro.

O trajeto até o bar foi feito em um silêncio, um silêncio confortável embalado pelas músicas francesas e internacionais que tocavam no rádio do carro.

Quando chegamos no restaurante que ele falou, ele deixa o carro com o manobrista e nós vamos em direção a entrada do local. Ao adentrarmos o local eu olho em volta e as pessoas pareciam todas engatadas em suas conversas, seja com seus grupos de amigos ou com seus namorados ou namoradas. O local trás um estilo rústico com algumas pilastras de madeira com algumas folhas, as mesas todas em madeira e as cadeiras acolchoadas. O clima fica mais agradável com o couvert artístico que o local oferece junto com uma pequena pista de dança que já há alguns casais dançando juntos uma música uma mulher de pele negra e voz poderosa cantava enquanto era embalada pela banda do local. Vários garçons andam para lá e para ou anotando pedidos ou servindo as mesas.

Acho que passei um pouco de tempo observando até que sinto a mão de Charles em minha cintura me guiando para uma mesa. Ele para na frente da mesa que a recepcionista nos levou e nós nos sentamos.

- Um garçom vez já atendê-los. – Ela fiz antes de se retirar e logo um garçom aparece para anotar nossos pedidos.

- Então Louis, o que você vai querer?! – Charles me pergunta enquanto eu olho o cardápio de vinhos.
- Vou deixar você me surpreender. O que você escolher eu vou comer. – Volto minha atenção até o cardápio de vinhos. Enquanto Charles olha para o garçom.

- Nós vamos querer um filé mignon na crosta de ervas, aligot e redução de vinho do porto. – O garçom anota tudo em seu bloquinho.

- Os senhores vão querer algo para beber?! – Pergunta o garçom ainda com a caneta encostada no bloquinho pronto para escrever.

Charles ia responder, mas eu o corto.

- Nós vamos querer um vinho E. Guigal Côtes-du-Rhône Blanc 2011, por favor. – O garoto termina de anotar nossos pedidos e logo se retira.

- Você não disse que eu deveria escolher?! – Charles arqueou uma sobrancelha.

- Eu falei em relação a comida. Eu sou o especialista em vinhos aqui, não vou beber qualquer porcaria. – Lhe lanço um olhar convencido e um sorriso de canto.

- Tá bom senhor especialista. Por que você escolheu aquele vinho, vamos ver se você sabe mesmo. – Ele me olha como se aquilo fosse algum tipo desafio. Ser for um, coitado...

Ele já perdeu...

- Este vinho é um dos maiores nomes de Rhône, fresco, frutado, com boa acidez e com final longo. Destaque para as notas de damasco e melão, amêndoas e um toque floral. – Coloco as mãos na mesa uma por cima da outra e me encosto na cadeira em uma pose vencedora e o mesmo sorriso convencido, enquanto Charles me olha boquiaberto.

É, eu venci...

- Você é algum tipo de gênio dos vinhos ou o que?! De onde você tirou todas essas informações?! Porquê eu sei que do cardápio não foi. – Ele parece realmente surpreso. Bobinho.

- Minha família inteira desde meu tataravô são vinicultores. Eu posso ser a ovelha negra da família, mas eu aprendi muita coisa sobre o mundo dos vinhos atrás daqueles balcões. – As lembranças de Kaysersberg passam em minha mente e eu sorrio. Minha vida lá pode não ter sido das mais emocionantes e até monótona, mas era um lugar bom.

- Você vem de uma família é vinicultores?! - Assenti o óbvio. - Isso é muito legal! Você quer fazer qual faculdade?! Vai seguir o ramo da família?! - Ele segura uma das minhas mãos por cima da mesa e me olha nos olhos.

- Quero fazer algo haver com empreendedorismo, sonho em ser chefe de empresas, mas não tenho interesse nos negócios da família, já tem muita gente de olho neles. Por isso sou considerado a ovelha negra da família. – Suspiro um pouco frustrado. Eles deviam me amar por eu não querer ser um empecilho para eles, mas é ao contrário eles me odeiam porquê eu sou um maldito bastardo na cabeça deles, mas eu sei que sou bem mais que isso e eu vou provar para eles.

- Você se dá bem com sua família?!

- Somente com o meu pai. O resto da minha família são somente cobras engolindo cobras. Meu pai é especial, ele é a única pessoa boa no meio de um monte de gente ruim, ele nunca deixou aquela família envenená-lo. Talvez ele venha para Paris comigo um dia, eu não sei. As pessoas da família me enxergam como um parasita, já os ouvi me chamando de bastardo várias vezes pelas minhas costas. Meu pai vir para cá com o apoio deles vai ser impossível e deixar a empresa na mão deles vai ser um desastre. - Fico meio sentimental ao falar do meu pai e da minha família, eu sinto saudades deles e por mais que eu não goste das outras pessoas da minha família seria bom ser tratado pelo menos com o mínimo de respeito, coisa que está longe de acontecer.

- Desculpe por fazer você lembrar e falar dessas coisas. Dá para vê que você gosta muito do seu pai. - Ele aperta minha mão e faz carinho com os dedos.

Logo a comida chegou e nós nos empenhamos em comer. Está tudo realmente delicioso, Charles adorou o vinho e agora não para de beber. Ele já está na terceira taça e eu ainda nem sai saí da primeira. Ao terminar de comer, eu e Charles ficamos conversando e rindo muito. Ele era alguém engraçado e de vez em quando fica olhando para as mesas e imitando os outros casais.

A artista que está fazendo show ao vivo no local começou a cantar uma música calma  e romântica de cantora francesa muito famosa, Dalida. A música é La Vie En Rose e alguns casais começam a ir para a pista dançar.

- Você quer dançar?! – Charles pergunta me olhando nos olhos. Eu me levanto e entendo a mão para que ele pegue. Ele me guia até a pista de dança onde coloca minhas braços em seu ombro e circula minha cintura com os seus. Com os corpo colados nós começamos a dançar no ritmo da música. Eu posso sentir a respiração de Charles a centímetros do meu rosto, seu hálito que tem um cheiro com carregado com o vinho e o cheiro de seu corpo amadeirado. – Eu gostei muito da nossa noite, eu gostei muito de conhecer você, Louis. – Ele diz olhando dentro dos meus olhos e eu sorrio bobo.

- Eu também gostei muito da nossa noite, Charles. Desde que eu cheguei em Paris as coisas tem sido bem difíceis e cansativas, mas você me ajudou desde que eu cheguei e até antes de eu chegar me alugando o apartamento. Eu sou muito grato e hoje você ainda me trouxe aqui para jantar e me divertir. Muito obrigado. – Eu abraço seu corpo e coloco minha cabeça em seu peito.

Quando a música acaba, Charles e eu vamos em direção a recepcionista e ela nos passa a conta de tudo que comemos. Charles paga tudo como disse que faria e eu não digo nada, já que cavalo dado não se olha os dentes. Depois de Charles pegar o carro dele na garagem nos vamos para o prédio onde moramos. Quando nós chegamos eu saio do carro e vou em direção ao meu apartamento já tirando as chaves do bolso. Olho para o apartamento ao lado vendo Charles na porta me olhando.

- Então é isso. – Digo indo até ele e o abraçando. - Foi uma noite agradável Charles. Muito obrigado. - Ele retribui o abraço me apertando.

Então vio-me para ir embora, mas ouço uma voz atrás de mim me chamando.

- Louis, espera. - Sinto uma mão em meu braço esquerdo e em seguida sou puxado. Eu dou de frente em algo duro e logo reconheço sendo o peitoral de Charles. - Eu queria...

Calo sua boca com um beijo necessitado e ele retribui na mesma intensidade. Suas mãos exploram meu corpo e param na minha cintura a apertando. Eu arfo com seu toque e minhas mãos circulam seu pescoço. Nos separamos por causa da falta de ar e então olho em seus olhos verdes e eles parecem brilhar em excitação.

- Vamos terminar nossa noite no meu apartamento. – Sua voz vem carregada de lascívia e eu assinto com a cabeça ainda com um pouco de falta de ar.

A noite não tinha hora pra acabar...

Voltei meus amores!!! Segunda att de hj

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Voltei meus amores!!! Segunda att de hj. Essa semana pequei no dia da postagem, mas apartir da semana que vem o cronograma volta do normal.

O que vocês estão achando da história?! Estão gostando?! Espero que sim. Comentem aqui e não se esqueçam deixar a estrelinha.

Até semana que vem meus amores! Bjs do Art.

Le Professeur - Duologia Amor e Desejo - Livro I(Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora