Capítulo 7

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POV.LOUIS

Acordo com o som do meu celular. Ele já tocou umas três vezes e todas eu ignorei, mas dele quem for que esteja ligando é muito, mais muito insistente. Abro os olhos e pego o celular eu minhas mãos e atendo sem olhar quem está ligando.

- Alô! – Bocejo e ouço a pessoa do outro lado bufar.

- Até que enfim a bela adormecida acordou! – Então é essa ruiva filha da mãe. – Eu tô indo pra sua casa. Tchau!

- Tchau. – Me despeço, mas a maldita já tinha desligado.

Faz um mês desde a noite do jantar na casa dos pais de Louisa. Desde aquela noite nossa amizade se fortaleceu muito, eu passei o último mês indo para a casa dela quase todos os dias depois do trabalho, todo dia tinha algo novo ou ela precisava de ajuda com algo, mas quando chegávamos lá passávamos a tarde toda jogando conversa fora. Falando em trabalho, Jac tem sido muito legal comigo, depois do meu “primeiro dia” que nós fomos ao parque nossa amizade tem sido cada vez mais legal. Eu só não vou muito com a cara do George, aquele velho parece um maníaco e só vive bêbado. Tenho pena do Jac.

A Lu vem para hoje porquê é sábado e no último mês ela esteve planejando uma festa de início de ano com outras pessoas da escola. Parece que Louisa faz parte do conselho estudantil. Ela não parou de encher o meu saco o mês todo por causa dessa festa, eu acho que eu sei mais sobre ela que os outros organizadores. Hoje nós vamos ao shopping comprar nossas roupas para irmos a festa. Pelo jeito a cor da festa vai ser a mesma cor tema do instituto. Vermelho. E eu, bom eu tenho que me arrumar, se ela chegar aqui e eu ainda estiver de pijama, eu sou oficialmente uma pessoa morta.

Levanto da cama e pego minha toalha. Tanta coisa aconteceu nesse último mês, entre elas meus encontros e quase namoro com Héctor. O motorista que eu conheci no dia do jantar na casa da Lu. Quando ele me trouxe para cá, nem preciso entrar em detalhes do que aconteceu e no último mês nós temos saído bastante, só ainda não contamos pra ninguém por achar cedo demais e por não termos nada sério, mas nós nos gostamos.

Quando vou entrar no banheiro ouço batidas na porta, várias. Quem quer que seja está apressado, só espero que não seja a Lu. Vou até a porta e ao abrir vejo Charles parado me olhando. É só o que me faltava. Desde que passei a noite com Charles e as coisas que aconteceram depois eu me afastei de Charles. Eu falava com ele rasamente e desde a casa da Lu ela vem me buscar, então tive um motivo para continuar negando as caronas dele sem chamar atenção. Eu espero que nós continuemos bem distantes, só tratando assuntos do apartamento.

- Oi Charles.

- Oi Lou. – Ele passa direto para dentro do meu apartamento e eu fico sem reação, somente o olhando.

- O que você quer?! É sobre o aluguel?!

- Não. Eu queria falar com você sobre o cara que você está saindo.

- Você quer o que Charles?! – Eu estou simplesmente indignado. Não é possível que ele me venha com isso agora. Qual o problema desse cara?!

- O que você ouviu. Você tem saído com outro cara e me ignorado. Eu achei que nós tínhamos algo especial e você faz isso. Eu quero saber por quê?! – Esse cara do pode estar de brincadeira. Eu juro que preciso de paciência.

- Charles. – Respiro fundo. – Eu lembro muito bem que na manhã seguinte que nós dormimos juntos você disse que não queria nada sério e que não queria que eu “me iludisse”. – Faço aspas com os dedos. – Eu sinceramente acho que quem se iludiu aqui não foi eu. Eu tenho saído com outra pessoa sim, mas isso não te diz respeito, nós não temos nada e nunca vamos ter. Eu espero que nossa relação a partir de hoje seja profissional. Eu sou seu inquilino. Somente isso, nós nos vemos quando tiver um problema ou nos dias de pagar o aluguel. E você mesmo disse que hoje não é esse dia, então pode se retirar?! – Aponto para a porta.

Charles abre e fecha a boca várias vezes, mas logo seu olhar escurece e ele se vira para sair, mas antes dele sair um ser de cabelos ruivos passa pela porta e ao seu lado Héctor para ao ver Charles. Ambos os meus “convidados” me olham sem entender nada e então Charles olha para Héctor e depois pra mim, mas saí do meu apartamento me deixando sozinho com meus “convidados”.

- Quem era aquele cara?! – Pergunta Louisa com um olhar sugestivo e vejo Héctor revirar os olhos.

- Charles. “Não quero que você se iluda”. – Faço referência a fatídica fala e ela revira os olhos se fazendo de enojada.

- O que aquela praga queria?! – Pergunta Lu.

- Oi para você também. – Vou até ela e lhe dou um beijo na bochecha. – Oi Héctor. – Vou até ele para beijar sua bochecha, mas ele acaba me dando um selinho que eu retribuo. Logo nós dois nos olhamos e percebemos o que nós fizemos.

Louisa.

- Eu não acredito que ele é seu ficante misterioso! Por que vocês não me falaram antes seus malditos! – Ela começa surtar na nossa frente e a caminhar de um lado para o outro. – Eu devia saber, vocês estavam parecendo dois idiotas desde o jantar na minha casa e foi porque vocês transaram que o Héctor chegou só na manhã seguinte naquele dia. Dá pra vocês falarem algo?!

- Da pra você parar quieta?! Porque aí eu posso explicar. – Digo e ela senta na poltrona de frente pra nós dois. – No dia do jantar com seus pais, quando o Héctor veio me deixar eu ofereci uma água para ele e ele aceitou, só que no final nós terminamos em uma panificadora comendo. Nós conversamos por um tempão e sim no final da noite nós acabamos transando. Como nós nos gostamos e temos muito em comum nós continuamos saindo, mas ainda não temos nada sério ou rotulado. Nós só nos gostamos. Não é Héctor?!

- Claro que sim, Louie. – Ele me abraça por trás e me dá um beijo no pescoço.

- A Enola já sabe sobre vocês?!

- Sim. – Diz Héctor e eu olho para ele confuso.

- Você contou para sua tia sobre nós?!

- Sim, ela te adora e até já sabe o seu prato favorito. Por que eu não contaria sobre nós?! – Eu meneio com a cabeça e no final concordo com ele.

- Tá, já entendi que eu sou sempre a última a saber. Agora loiro vai tomar banho antes que eu mate você por estar nos atrasando. Nós vamos ter um dia cheio hoje. Vai vai vai!

- Tá bom, você é muito chata. Para de mandar em mim, eu tô na minha casa. – Reclama e ela me olha seria demais. – Tá, já tô indo.

Corro para o banheiro antes que ruiva me mate.

[...]

Depois de fazer minha higienes saio do banheiro com a toalha amarrada na cintura e só vejo Héctor na minha sala. Abro a porta do quarto e Louisa revirando as roupas do meu guarda.

- O que você faz dentro do meu quarto?! – Ela que não me viu chegar leva ao ouvir minhas palavras e dá um pulo para trás e larga minhas roupas.

- Você precisa urgentemente de roupas novas. – Diz e volta a revirar minhas roupas.

- Qual o problemas com minhas roupas?! – Ela não me responde e só faz um som com a boca para mostrar desdém. – Tá, saí do meu quarto. Bora!

- Você é chato!

- E você é enxerida, agora sai daqui para eu me vestir.

Ela sai do meu quarto, mesmo a contra gosto e eu começo a escolher uma roupa. Visto uma cueca box, coloco minha calça de lavagem preta rasgada e enquanto procuro uma camisa para colocar ouço alguém entrar no quarto e já viro preparado para mandar Louisa de volta lá para fora, mas quando viro dou de cara com Héctor que me abraça pela cintura e começa a beijar meu pescoço.

- Vai ser bom ir com você a essa festa. Obrigado por me convidar.

- Não foi nada. Eu já falei que gosto de você e quero que a gente de certo. Sua companhia me faz bem. Eu te adoro seu bobo.

- Para com isso se não eu apaixono. – Ele me dá um selinho e eu fecho a cara.

- E você não está apaixonado?! Era pra estar, me larga. – Começo a me debater, mas sem fazer esforço para sair do seu aperto.

- Dá para os dois pombinhos pararem de fazer charme e deixar a bicha loira de arrumar?! Temos que sair ainda hoje! – Lu grita do lado de fora do quarto.

- Não são nem oito horas da manhã. Não enche! – Me arrependo de falar assim que ela abre a porta do quarto e me fuzila com os olhos.

- Eu acho bom a gente sair daqui antes das oito. Ou vou ter que arrancar esse seu rostinho lindo da sua cabeça. – Ela volta a mexer nas minhas roupas e me joga uma camisa vermelho vinho e um casaco preto de zíper. – Rápido. – Sai do quarto batendo a porta.

- Ei perai. – Ela volta e me vê terminando de me ajeitar. – Para onde nós vamos que você tá com tanta pressa?! Achei que era só um shopping. – Me sento na cama e coloco meus tênis branco.

- Bom, nós vamos na Avenida Champs-Élysées e depois do almoço nós temos uma tarde toda programada com manicure, pedicure, salão e um mini spa.

- Oi?! E quem disse que eu tenho dinheiro para pagar todas essas coisas?! – Pergunto perplexo.

- Quem disse que você vai pagar algo?! – Ela puxa um cartão Black da bolsinha que ela tá usando.

- Você só pode achar que eu virei o seu gigolô. Eu não sou nenhum tipo de gigolô pra você ficar pagando essas coisas exuberantes pra mim!

- Lou, pera. Você tem que fazer isso!

- Não tenho nada!

- Tem sim, por mim. Meus pais brigaram ontem e eu tô muito triste. Fazer compras me ajuda a esquecer essas coisas e outra eu sempre vou na Champs-Élysées, eu amo aquele lugar, é especial pra mim e eu nunca pude ir com alguém, porquê nunca tive amigo de verdade, mas agora eu tenho você e sei que você não pode pagar por aquelas coisas, então eu quero saber por você. Por favor, por mim! – Ele me olha no fundo dos olhos com os olhos cheios d’água e eu não consigo dizer não.

- Tá bom, mas só dessa vez!

- Ebaaa! Eu não garanto nada. – Ela pula e bate palmas feliz, eu olho para trás e Héctor está sorrindo e balançando a cabeça negativamente.

[...]

Se arrependimento matasse eu já estaria enterrado. Nós já andamos por tantas lojas e já bebemos tantos champagne que eu nem consigo contar e a Louisa ainda não encontrou nada que ela ache bom para nós usarmos hoje a noite. Já são quase dez da manhã e ela ainda não achou nada do agrado dela, eu e Héctor só andamos atrás dela por todo lugar. Agora nós acabamos de entrar em uma loja da Louis Vuitton e ela está conversando com a atendente que parece já conhecê-la já que a chamou de “Senhorita Louisa”. Ele foi pegar um conjunto completo pra mim e umas araras com vestidos para Louisa escolher. O que eu acho difícil e ela gostar de algo. Ô pessoa exigente.

- Bom, Senhorita Louisa para o seu amigo nós temos essa peça. Se ele quiser experimentar.

- Eu quero. – Pego as roupas antes de Louisa dizer algo e vou para o provador.

As peças são uma camisa social e gravata preta, uma calça social vermelha, um terno vermelho e um sapato social de couro preto. Visto as roupas e me olho no espelho. Com toda certeza vai ser isso que eu vou usar essa noite. A roupa fica perfeita em mim, é como se ela tivesse sido feita para mim. Eu simplesmente amei. Meus olhos parecem ganhar um destaque maior em contrates com o vermelho e minha pele branca parece mais corada. Eu me sinto mais sexy nessa roupa, mais poderoso. Saio do provador e vou caminhando até onde Héctor e Louisa estão. Faço um som com garganta e atraio a atenção dos dois para mim que ficam de queixo caído com o resultado.

- Como estou?!
- Maravilhoso. Caralho, essa roupa ficou perfeita em você. – Diz Louisa. Nós olhamos para Héctor que me olha sem piscar e passa a língua pelos lábios. – Ih Louis, eu acho que depois da festa tem hein. Só por essa cara dele agora. – Héctor parece sair do transe e cora bruscamente com o comentário de Lu. Nós morrermos de rir da cara dele.

- Agora tá na hora de escolher algo para você. Só vou tirar essa roupa. – Vou até o provador e troco novamente de roupa. Saio e vou até a atendente. – Pode por isso numa sacola?!

- Claro senhor.

- Isso é tão estranho. As pessoas me chamando de senhor. – Falo para Lu e nós dois damos risada.

Vou olhar em algumas araras e não encontro nada que acho que vai agradar a Lu. Ela é bem exigente com essas coisas e já estou farto de ir para tantas lojas, estou é com pena do Héctor que tem que carregar as sacolas de compras, porquê a Louisa já parou em tantas lojas e já comprou tantas roupas, menos as necessárias, inclusive sapatos novos sendo que o closet da ruiva já é cheio de sapatos diferentes.

Enquanto passo por uma das roupas nas araras vejo um macaquinho preto. Com cauda longa todo bordado em vermelho com glitter. Acho que ela pode gostar.

- Lu, eu acho que eu achei.

- Mostra! – Ela vem até mim e eu puxo o macaquinho.

- O que você acha?!

- Eu amei! Moça, eu vou levar esse aqui. Não preciso nem experimentar. Pode colocar em uma sacola. – A atendente vem até mim e pega a roupa.

- O que ainda temos para fazer. Já achamos as roupas, o que mais?!

- Bom, ainda temos manicure, pedicure, spa, salão onde vamos ajeitar o cabelo e eu vou fazer a maquiagem e um mini spa, mas agora nós vamos comer que eu tô morta de fome. – A mulher vem até nós com a máquina e Louisa pega por tudo, o que me deixa muito incomodado. Eu não suporto que as pessoas paguem coisas pra mim, talvez eu seja orgulhoso demais, mas é quem eu sou e foi o que me levou até esse momento e a essa fase da minha vida.

- Vamos?! – Pergunta Lu.

- Vamos...

[...]

Depois da tarde toda que a Louisa planejou para nós, nós viemos para a casa dela e ninguém teve tempo para nada, agora estou terminando de me vestir e Louisa está no banheiro tomando banho, mas logo vai chegar aqui no quarto. Nossa tarde foi maravilhosa, tentei deixar meu orgulho de lado e aproveitei ao máximo meu dia com Louisa. Nesse último mês ela tem sido uma verdadeira amiga e pelo que ela me disse hoje ela também me considera um amigo de verdade e eu fico muito feliz por isso.

- Tô entrando. – Lu entra no quarto só de toalha e vai direto para dentro do closet dela. – Então, me fala mais da sua relação com Héctor, nós não tivemos chances de conversa sem ele por perto. Você goste mesmo dele?! – Louisa fala de dentro do closet enquanto tento ajeitar o nó da minha gravata.

- Droga de gravata! – Jogo ela em cima da cama e me sento, é só ela que falta mesmo. – Bom, nós estamos saindo a um mês quase e nesse mês ele me mostrou ser um cara maravilhoso, divertido, carinhoso, atencioso e muito bom de cama. Eu não posso dizer que estou apaixonado por ele, não acho que ainda seja pra tanto, mas eu realmente gosto dele e acho que a coisa pode dar certo. Sabe?!

- Sim. – Ela sai de dentro do closet já vestida e vira de costa pra mim. – Fecha aí. – Levanto para chegar o ziper da parte de trás do vestido. – Héctor é quase da família e eu o conheço desde sempre. Ele sempre foi um cara muito legal e bom, estou realmente feliz por vocês estarem juntos. Você merece alguém legal, espero que Charles saia do seu pé. – Me jogo na cama e bufo. – Levanta. – Ela pega a gravata e passa pelo meu pescoço.

- Nem me fale sobre o Charles. Antes de vocês chegarem ele veio tirar satisfação comigo sobre com quem eu estou saindo. Porque ele achou que nós tínhamos algo especial.

- Esse cara é maluco, só pode. Sem noção. – Ela termina de ajeitar o nó da gravata e o puxa. Ela vai até a cadeira da penteadeira e pega uma bolsa pequena.

- Adorei o cinto que você colocou no macaquinho. Ficou lindo.

- Obrigado. Você está perfeito também amigo. Vamo lá dominar essa festa?!

- É pra já.

Nós saímos do quarto e descemos as escadas juntos. Vejo Héctor na sala conversando com Enola. Ele está maravilhoso naquele smoking preto. Ele ouve nossos passos e levanta do sofá junto com Enola e eles nos olham. Enola parece orgulhosa e Héctor parece me devorar com os olhos. Adorei o efeito que eu dentro desse terno causa nele.

- Vocês estão tão lindos crianças. – Enola vem até nós e me dá um beijo no rosto e logo em seguida dar um Louisa que faz cara emburrada.

- Por que ele ganha beijo primeiro?!

- Porque eu sou o preferido ruiva. – Mostro língua para ela e ela me manda o dedo do meio. – Nossa, que grossa, mal educada.

- Você tá lindo. – Héctor me pega pela cintura e me dá um beijo intenso que eu retribuo na mesma. – Vamos?! Nós não podemos nos atrasar.

- Se vocês pararem de namorico, nós podemos! – Provoca Louisa.

- Calada...

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⏰ Última atualização: Oct 19, 2020 ⏰

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