Me chame de Vilão - BNHA, Villain Deku

Capítulo 07: Todoroki Shouto

Observava o garoto sorridente. Ele era muito bonito, fazia seu coração pular ansioso. Mas sabia que nunca deveria ter esperanças, sua vida fria e sem cor não era digna do sorriso radiante daquele garoto.

- Izucchan, você precisa tomar coragem. - Shigaraki falou, já entediado daquele assunto, puxando o celular do menor para ver os jogos.

- Eu sei, Aniki, mas é difícil. Não é assim, do nada, que eu vou chegar no Shouto-kun e falar "olá, eu gosto de você desde o dia na cafeteria quando você me salvou de ser queimado por café. Vamos ser amigos por enquanto, depois pensamos em namoro?". – Falou sério, olhando para o amigo em seguida. – Não é, Tokoyami-kun?

- Como? – O corvo estava mais perdido que o leitor, não entendendo nada do que Midoriya disse.

- Fala sério, vocês nem se importam. – Desistiu magoado, fazendo um adorável biquinho emburrado. Os dois outros o encararam na mesma hora, sem saber como reagir a um Izuku irritado e magoado, mas extremamente fofo.

Era sábado, duas semanas depois das aulas na Yuuei começaram. Durante os dias, Tomura e Fumikage tiveram que suportar um Izuku histérico e desesperado, falando o tempo todo de como ele poderia se aproximar do Todoroki.

Foram longas semanas, mas conseguiram vencer sem ter vontade de socar o esverdeado. Isso até receberem um convite para passarem o sábado em sua casa, com um falso pretexto de que queria apresentar o melhor amigo e o irmão.

Quando chegaram, foram bombardeados com vários "planos infalíveis" que Izuku criara, todos para tentar se aproximar de Shouto sem parecer estranho.

- Hey, Izucchan.. – Tomura chamou, se aproximando e pegando um dos cadernos que estava no chão. Olhou as anotações por cima, por incrível que pareça conseguindo entender os rabiscos do irmão. – Olha, não é que não nos importamos... hmm.. é só que tudo isso parece ridículo. – Pela expressão magoada do menor, aquilo só piorou a situação. – Quando nos conhecemos, você não precisou de plano nenhum para me conquistar.

Izuku pôde ver, provavelmente pela primeira vez, o rosto pálido de Tomura ser tomado pelo vermelho, combinado perfeitamente com seus olhos carmesins.

Tokoyami reparou quando o mais velho travou, não conseguindo falar mais nada além daquilo. Riu internamente, notando que o irmão do amigo era tão ruim com palavras quanto ele. Seguindo a linha de raciocínio de Tomura, continuou. – O mesmo comigo, Izuku-kun. Você só foi você mesmo. – Midoriya olhou os dois, vendo-os constrangidos. – Você não precisa de plano nenhum, só ser como é. Se o Todoroki não gostar, ele que vai perder.

- Se ele não gostar do meu irmãozinho, vou mata-lo. É simples.

Izuku riu, gargalhou na verdade, sentindo-se extremamente sortudo em ter um irmão e um melhor amigo tão maravilhosos.

- Obrigado.. vocês são os melhores. Eu vou tentar, juro, na segunda vou falar com ele.

Todoroki Shouto tinha uma vida fodida.

Criado como uma experiência, para ter o poder perfeito, para ser o herói perfeito.

Convivendo com a violência todos os dias. Sendo as pomadas e os band-aids seus melhores amigos.

Não teve infância, treinando desde criança, desde que se entende por quem era, e nunca viveu a vida que queria viver.